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A mãe que não conseguiu se perdoar - 1ª Parte

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Autor Karenn Liegeh

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 06/10/2010 23:32:44


Dia 24 de abril de 2001, chega ao meu consultório uma moça de aparência autoritária e rígida, mas percebo medo e insegurança em seus olhos. Ela senta e começa a falar sem parar, movimentando muito as mãos. Conta que ouviu falar de curas milagrosas feitas pela Regressão de Memórias e que não sabia se acreditava muito nisto. Expliquei que esta visão depende muito da forma como encaramos a vida, afinal como dizia Einstein: "Existem duas maneiras de encarar a vida, uma delas é acreditar que milagres não existem, a outra é acreditar que tudo é milagre". Particularmente prefiro acreditar que tudo é Milagre, e toda vida faz parte de um plano inteligente e bem elaborado, como em um jogo em que se vai ganhando pontos à medida que avançamos ou que seremos forçados a voltar ao início e repensar nossa estratégia para continuarmos jogando.

Elisandra* conta que está sozinha e que não quer ter filhos, optou por sua carreira, por seus estudos e acima de tudo por sua liberdade. Apesar da aparente segurança demonstra grande ansiedade ao falar no assunto. Pergunto se ela se imagina casada algum dia, ou com filhos, e ela responde que na verdade sente calafrios quando pensa nisso. Conta que ultimamente sua ansiedade aumentou muito e que tem a impressão de que alguma coisa ruim está para acontecer a qualquer momento. Sente como se tivesse, de uma hora para outra, perdido o controle sobre sua vida. Tudo acontece de forma desordenada e em grande intensidade. Se sente perdida e pela primeira vez sozinha de verdade. Não quer se sentir assim porque sempre foi decidida e segura, sempre teve a sensação de poder fazer escolhas e definir o futuro. Teve relacionamentos significativos e saiu ilesa de cada um deles.

Percebo que tem medo de se entregar e perder o controle da situação. Converso com ela sobre isso, ela concorda, acha razoável. Diz que veio de uma família desfeita muito cedo, abandonada pelo pai deixou de acreditar nos homens e prefere terminar antes de ser abandonada de novo. Explico que às vezes o Universo conspira para resgatarmos alguns assuntos pendentes e neste momento entramos em um "nódulo de energia" que nos liga a algum fato do passado, gerando conflitos internos, sonhos estranhos, sensação de medo e insegurança, lembranças ou insights "irreais", ou melhor, que não fazem parte deste tempo. Pergunto a ela se está tendo sonhos estranhos, e ela me diz que na verdade são sonhos muito reais, torturantes até, que quando acorda demora a perceber que foi apenas um sonho. Percebo que ela está em um nódulo de energia, e que é a hora propícia para fazermos a regressão.

Inicio o processo pedindo que ela se recoste na cadeira e relaxe completamente. Vou inserindo imagens e palavras que vão conduzindo-a a uma consciência mais profunda. Peço que retorne à sua infância e pergunto enfim onde ela está:

__ "Estou em casa, ora". Pergunto como é sua casa, peço que descreva com detalhes:

"__Pequena, de madeira, quente. Tem um terreno bem grande nos fundos." _Pergunto em parte da casa está, e se está sozinha.

__Não estou com a Binha na área dos fundos. _ Quero saber quem é a Binha e o que ela está fazendo neste momento:

"__É a cachorrinha da vizinha, ela vem me visitar todos os dias. É branca e peluda.Nós estamos brincando de pegar"


Questiono sobre sua idade e ela fica confusa, mas acredita ter uns dois ou três anos. Pergunto se ela se sente feliz e por que:

"__Sim. Meu pai veio me ver."


De repente, começa a mudar a fisionomia e chora muito. Eu aguardo alguns instantes e por fim pergunto por que está chorando.

"__Meu pai está brigando com minha mãe. Por minha causa. Eu não sei por que, mas a culpa é minha."


Peço a ela que se distancie e analise a situação com sua Consciência Superior. Pergunto o que ela vê agora:

"__ Duas pessoas que se amam muito. A culpa consome o meu pai por isso ele prefere desaparecer. Não quer que a filha seja parecida com ele..."


Digo que precisa compreender que cada pessoa tem seu caminho próprio e que nem sempre duas pessoas que se amam vão seguir o mesmo caminho, mas isto não é motivo para desistir do amor. Devemos sempre apoiar a caminhada de quem amamos mesmo que não seja a mesma que a nossa. A mágoa e o rancor podem destruir a alma de alguém.

Neste momento volta a chorar, porém mais calma.

Pergunto se consegue perdoar o pai agora. Ela demora a responder.

"__ Não sei. Mas não sinto mais raiva. É como se um vazio estivesse sentado em meu peito agora."


Peço que ela respire fundo e faço a reprogramação mental para que ela consiga relacionar-se com outras pessoas. Para que enxergue a vida como o grande desafio que é e que perceba que é exatamente aí que reside a beleza da vida. Reprogramo sua coragem e auto-aceitação; faço uma nova expansão de consciência. Ela já se sente melhor, mas ainda tem muito que chorar para liberar uma mágoa guardada há muito tempo.

Explico-lhe que as crianças nessa idade costumam achar que o mundo existe por causa delas, que possuem uma visão limitada e acreditam que tudo o que acontece de alguma forma está ligada a elas, ou para elas ou por culpa delas. Nesta fase os traumas podem fazer um grande estrago no desenvolvimento de suas personalidades e prejudicar o desenvolvimento de suas habilidades.

Ela diz não entender porque se sente diferente agora, pois, a imagem que viu é uma imagem que sempre esteve presente em suas lembranças, e que sempre soube que seus traumas tinham esta origem, então não percebe a diferença entre lembrar e fazer a regressão, mas sente-se aliviada pela primeira vez em muitos anos. Pergunto-lhe se chorava sempre ao lembrar-se deste fato. Ela me diz que às vezes chora, mas que nunca havia chorado com tanta intensidade.

Explico-lhe que a gente pode saber que existe uma nota de cem reais no fundo de uma gaveta, mas para poder fazer compras precisou abrir a gaveta e retirar o dinheiro de dentro. É o que a Regressão de Memórias faz, abre as gavetas do subconsciente para ajustar o que está lá dentro.

Informei que, como estamos trabalhando com emoções, ela poderia desencadear outras lembranças, que estejam guardadas no mesmo nível de consciência.

Neste dia ela não sonhou, mas dois dias depois estava parada em frente à estante de livros quando teve uma sensação estranha, tipo uma vertigem, sentiu muito medo e sentiu-se cair em um buraco escuro. Ligou para mim muito assustada, falando muito rápido. Pedi que se acalmasse e me contasse com detalhes o que havia acontecido. Percebi, enquanto me contava que havia começado a ter insights e pedi que retornasse ao meu consultório. Eu sabia que esta era apenas a ponta do Iceberg.Continua


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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Karenn Liegeh   
Karenn Liègeh é Terapeuta Holística há mais de 30 anos e especialista em Leitura de Registros Akáshicos. Criadora do Sistema Frequencial ANJO HUMANO® que forma Leitores de Registros Akáshicos, Reintegradores de Consciência e Terapeutas Frequenciais. www.instagram.com/karennliegeh.oficial
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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