Menu

A melhor mãe do mundo

Atualizado dia 5/2/2007 4:39:09 PM em Autoconhecimento
por Alex Possato


Facebook   E-mail   Whatsapp

A mulher permanecia deitada sobre a cama, largada, pensando o quanto aborrecida era a sua vida. Dia das mães... báh! Ela nunca teve o apoio da própria mãe, preocupada em trazer o dinheiro para casa, já que o pai bebia muito, era carrancudo demais, mas efetivamente era frágil interiormente. A mulher que estava deitada também era mãe: seu primeiro filho viveu apenas um mês. Seu segundo filho viveu vinte e poucos anos, falecendo num trágico suicídio. Seu terceiro filho encontra-se vivo, feliz e muito bem.

A TV fala dos atributos da boa mãe: amor incondicional, dedicação integral, sacrifício, moral, carinho, gentileza... e ela pensava, enquanto acariciava os botões: puxa, eu nunca fui boa mãe! Tentei desesperadamente manter o meu casamento, enquanto meu ex-marido saía atrás das amantes, e eu esquecia constantemente das crianças... Nunca tive estrutura emocional para agüentar meus sogros, tantos problemas, principalmente com o meu filho do meio, que sofria de problemas neurológicos. Tive medo, muito medo... Acabei largando as crianças com meus sogros. Pela propaganda, parece que todas as mães são maravilhosas, menos eu! Lamentava-se interiormente a desolada senhora.

O sonho

Perdida nesses pensamentos não muito construtivos, a senhora adormeceu profundamente. E teve um sonho muito estranho, onde se via, muito mais bela, luminosa e transmitindo uma sensação de imensa felicidade!

- Quem é você? Perguntou à sua própria imagem.

- Eu sou você! Respondeu a sorridente criatura.

- Como você sou eu? Como eu posso falar comigo mesma? Além disso, você é muito iluminada, feliz... não sou eu de jeito nenhum!

- Quantas vezes você conversa consigo mesma? E quantas respostas maravilhosas você ouve, para logo em seguida esquecer? As respostas são suas, vem do seu interior, mas você julga sempre que é de fora, porque não aceita que dentro de si tenha tanta sabedoria!

A velha senhora sentiu um arrepio. Era verdade. Quantas coisas maravilhosas ouvia dentro da sua própria mente, mas nunca aceitara que estas coisas vinham dela mesma, afinal, considerava-se um bagaço... Mas não se deu por vencida:

- Se você sou eu, por que não tenho a luz que você mostra? Por que não sou feliz como você?

- Acalme, minha amada. A mente humana só pode ver aquilo que deseja ver. O que você vê de bom na sua vida?

- Nada! Nadinha! Nunca fui feliz no casamento. Meu primeiro filho morreu. Meu segundo se suicidou. Não consigo me dar bem com as pessoas. Todo mundo está melhor que eu!

- Quem disse que um casamento deve durar a vida toda? A igreja? Quem disse que uma vida acaba? Seus olhos? Quem disse que todas as pessoas são comunicativas e simpáticas? A sociedade? Quem disse que existe alguém melhor ou pior que outro? Em que parâmetro? Quem inventou estes parâmetros? Relaxa, meu pequeno “eu”... Você não poderia ser melhor nem pior do que você é! Aos olhos do Universo, tudo está absolutamente correto e em ordem.

- Mas eu não fui uma boa mãe... – respondeu quase sussurrando a senhora.

- Quem disse? Você acredita em propaganda? Você foi uma ótima mãe! Seu terceiro filho está se dando muito bem; é um rapaz forte emocionalmente só porque você faltou a ele na infância. Se ele tivesse recebido muito carinho, muita mãozinha na cabeça, teria ficado mole e incapaz, porque ele possuía uma energia propícia a isso!

- Mas eu não criei ele assim, conscientemente. Eu só abandonei!

- Ninguém abandona ninguém! Tudo ocorre como deve ser. Ou você acha que o Universo iria permitir alguma coisa que fosse contrário a Ele? Você acha que, se não fosse para acontecer o que aconteceu, o Universo permitiria? Tudo está de acordo, em perfeição... – respondeu o Eu iluminado da senhora.

- Mas eu tenho o livre arbítrio... E não agi de acordo... Fui incapaz...

- Alguém falou essa história de livre arbítrio e você acreditou nela. Você crê em Deus, eu sei. Você acha que o seu livre arbítrio – se existisse - é maior que o poder de Deus? Você acha que Ele não está ciente de Tudo? Perguntou amorosamente o Eu iluminado.

As lágrimas começaram a rolar da senhora. No fundo, ela sabia que tudo está de acordo com as leis do Universo, mas ela não queria aceitar. A dor e o sentimento de culpa se extinguiriam se ela se entregasse de verdade a Deus e ao amor do Universo. Todo sentimento de ter sido incapaz desapareceria, toda a cobrança desapareceria, toda a comparação desapareceria. Permaneceria somente a luz, que é a única existência real!

- Chore, chore, deixe que as mágoas se escoem, não critique suas emoções, seus sentimentos. Você não teve culpa em acreditar que eles eram reais. Mas não são. Somente eu, a sua Luz, sou real. O resto é papo dos homens. Este papo muda de época a época. Mas a Luz nunca muda! Aceite-se como mulher, aceite-se como ser humano, aceite-se como mãe! Você foi, é, e sempre será a melhor mãe do mundo!

- Mas como posso perceber isso? Indagou a senhora, com um fio de esperança nos olhos.

- Simplesmente aceitando que tudo está aí porque o Universo permite. Nada mais. Quando você se entrega a esta verdade, como mágica você verá toda a maravilha do mundo! Entenderá as belezas que você viveu nos anos em que foi casada, nos outros anos de descasada também. Verá como seus filhos foram exatamente aquilo que tinham que ser. Suas atitudes foram adequadas, mesmo sem você perceber! O melhor, a partir deste momento, Aqui e Agora, você será Eu!

A senhora despertou num impulso! Uma energia estranha percorria seu corpo numa velocidade incrível. Por um instante, o mundo adquirira uma cor brilhante e maravilhosa. Ela levantou-se e olhou no espelho: era a sua imagem feliz, jovem e radiante! Subitamente, porém, ela começou a temer perder esta sensação confortante e gostosa. Neste momento, a imagem que ela olhava no espelho começou a se esfumaçar, deixando aos poucos ver o aspecto apático da velha senhora. Súbito, uma voz, que ela reconheceu ser a dela mesma, disse: “Lembre-se: a mente humana só reconhece aquilo que quer ver. Quem é o ‘você’ que você quer ver? A coitada? A pobrezinha? A incapaz? Ou a maravilhosa, perfeita, corajosa e bela imagem? Você acredita que existe alguma coisa ruim criada pela grande Sabedoria do Universo? Então, entregue-se à sua perfeição, meu lindo ‘eu’! Renda-se! E viva a real felicidade...”

A senhora sorriu e... se entregou.

Esta é a minha homenagem à minha mãe perfeita.

www.nokomando.com.br

Texto revisado por Cris

Gostou?    Sim    Não   

starstarstarstarstar Avaliação: 5 | Votos: 38


estamos online   Facebook   E-mail   Whatsapp

foto-autor
Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

Saiba mais sobre você!
Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui.
Deixe seus comentários:



Veja também
© Copyright - Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução dos textos aqui contidos sem a prévia autorização dos autores.


Siga-nos:
                 




publicidade










Receba o SomosTodosUM
em primeira mão!
 
 
Ao se cadastrar, você receberá sempre em primeira mão, o mais variado conteúdo de Autoconhecimento, Astrologia, Numerologia, Horóscopo, e muito mais...


 


Siga-nos:
                 


© Copyright 2000-2024 SomosTodosUM - O SEU SITE DE AUTOCONHECIMENTO. Todos os direitos reservados. Política de Privacidade - Site Parceiro do UOL Universa