A morte, o apego e a vida eterna
Autor Bernardino Nilton Nascimento
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 13/11/2008 23:16:56
O significado da sua vida dependerá de uma avaliação. O julgamento pessoal no momento da morte é uma revelação do significado da vida de cada um. O julgamento cósmico é uma revelação do significado dos valores éticos pessoais. Todas as catástrofes da Terra são advertências pelos nossos pensamentos, nossas condutas e nossas atitudes terem sido deficientes.
Mas se a morte fosse irremediável, o universo não se justificaria. Seria um sistema fechado. A reencarnação é também necessária, pois, não somente dá a vitória sobre a morte, mas oferece mais oportunidades para o crescimento dos espíritos rumo à felicidade da vida eterna.
A morte pode ser o fim do mal? Vemos isso revelado na face dos mortos, muitas vezes mais harmoniosas do que eram em vida. O semblante pesado que carregamos quando sentimos ódio ou rancor desaparece nos mortos.
Na presença dos mortos elogiamos e perdoamos. Ressuscitamos as boas coisas: a caridade, a bondade e as virtudes do morto. As melhores qualidades são evocadas, fazendo-nos pensar se a morte não pode ser um premio pelo bem que fizemos, a vitória sobre o mal. A morte se revela, assim, ligada à bondade.
A morte está também ligada ao amor, ou antes, o amor está sempre ligado à morte. Quem aceita o amor, aceita o sacrifício. Ultrapassando todos os sacrifícios menores, é o amor completo do “eu” que se mostra desejoso de aceitar a morte. Quem quer que dê demasiado valor à vida, se afasta correndo da morte, também foge do perfeito amor: “Maior amor do que este não tem, daquele que oferece sua vida pelo amor”. A aceitação da morte é uma manifestação de nosso amor a Deus.
A morte particulariza e personaliza a todos nós. O fato de separar o espírito do corpo, faz-se descobrir cada um e todos, em sua busca. Ela revela o “eu” real em oposição ao “eu” superficial. O espírito ficará despido diante de Deus, visto, afinal, como verdadeiramente é. E se um espírito não se acha tão vestido de virtude, há de se envergonhar, pois não mais poderá enganar a si próprio nem a ninguém diante dos espíritos superiores.
Quando morremos para alguma coisa, algo se torna vivo. Se morremos para o orgulho, a dedicação aos outros se torna viva. Se morremos para a luxúria, o respeito às pessoas se torna vivo. Se morremos para o ódio, o amor se torna vivo.
O principio básico espiritual é este: que a morte deve ser conquistada em cada pensamento, palavra e ato, por uma afirmação do eterno. Os místicos afirmam que deveríamos agir como se fôssemos morrer no momento seguinte. Se tratarmos os vivos como se fôssemos morrer, o que de bom neles existe subirá à superfície. Trate os mortos como se ainda estivessem vivos e nossas preces os acompanharão. Assim, a fé nos julgamentos da nossa consciência, depois da morte, nos permite que resgatemos nossa falta de amor pelos nossos antepassados, enquanto viviam aqui na Terra. A falta de auxílio à sua vida material poderá ser recompensada agora, pela assistência espiritual, por meio do culto aos antepassado, elevando nossos pensamentos de amor e orações.
Não haverá paz na Terra se antes não libertarmos os espíritos dos apegos materiais, pois esse apego será a causa de todo o sofrimento que poderá estar carregando, aonde quer que esteja. A vida espiritual só começa de verdade depois que o espírito se libertar dos apegos matériais, do contrário, a morte continuará mesmo depois de desencarnado.
BNN
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