A química do amor
Atualizado dia 9/7/2006 6:20:25 PM em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
A ocitocina, o hormônio do amor e as endorfinas, os hormônios do prazer, são parte de um equilíbrio hormonal complexo onde a necessidade de amar pode ser direcionada de diferentes maneiras de acordo com o equilíbrio desta energia. Por exemplo, se uma mãe que está amamentando tem uma taxa elevada de proctalina, ela tende a concentrar sua habilidade de amar no bebê. Se uma mulher tem uma baixa taxa de prolactina, que é o normal quando não está amamentando, ela tem uma tendência a direcionar o seu amor a um parceiro sexual.
O ato sexual costuma produzir uma verdadeira revolução em nosso organismo. O desejo libera hormônios sexuais. A circulação sangüínea aumenta e a região genital preenche de sangue e se dilata. Quando a excitação vai crescendo a endorfina (responsável pela sensação de prazer) entra em ação alcançando o nível máximo no orgasmo. Na mulher, durante o clímax também é liberado a ocitocina. Neste momento de máximo auge, as células nervosas do cérebro descarregam seu conteúdo elétrico provocando, no momento que passa, relaxamento físico total.
A relação sexual, além de potencializar o sistema imunológico da pessoa, protege contra as doenças cardíacas, serve como antídoto contra a depressão, combate o stress, melhora a memória e traz benefícios estéticos. É a "saúde sexual", termo criado pela Organização Mundial de Saúde ao reconhecer que a vivência sexual é um importante fator de bem-estar e saúde.
No entanto, a química do amor não pára por aí, e começa a direcionar o seu foco de pesquisa para a origem do estímulo do amor altruísta e também para a origem do estímulo químico da violência, ao separar o estado da dor do estado do prazer.
Conforme o médico e pesquisador francês Michel Odent, em seu artigo "O parto e as origens da violência", o sistema que nos protege da dor é um que também nos dá prazer. Hormônios de prazer e de ligação. Durante o parto, o bebê libera as suas próprias endorfinas. No momento imediatamente posterior ao parto, tanto o bebê quanto a mãe estão impregnados com opiáceos. Já que estes opiáceos criam um estado de dependência, quando uma mãe e seu bebê estão próximos um do outro antes de haverem eliminado estes opiáceos, eles estão criando uma dependência mútua ou um relacionamento de afeição. Quando parceiros sexuais estão próximos um do outro e impregnados por opiáceos, um outro tipo de dependência é criado: a dependência é quimicamente similar ao relacionamento de afeição da mãe e seu bebê.
Seguindo o seu raciocínio, o obstetra e ginecologista Michel Odent na continuação de seu artigo, esclarece-nos: "Amor e sexualidade não são sinônimos. Ninguém pode definir o amor, e ninguém pode analisar formas de amor com precisão. A maior forma de amor entre os humanos pode ser o amor da natureza, um grande respeito pela mãe Terra.
A primeira hora após o parto, o primeiro contato do bebê com sua mãe pode ser um período crítico no desenvolvimento do respeito pela natureza. Pode haver um elo entre o relacionamento com a mãe e o relacionamento com a mãe Terra.
Já houve algumas raras culturas nas quais não havia desculpas possíveis para interferir no primeiro contato entre a mãe e o bebê. Nessas culturas, a necessidade de dar a luz em um local privado era sempre respeitada. Tais culturas se desenvolveram em locais onde o ser humano tinha que viver em harmonia com o ecossistema, onde era uma vantagem desenvolver e manter o respeito pela mãe Terra. Uma revolução ocorrerá na nossa visão de violência quando o processo do nascimento vier a ser visto como um período crítico no desenvolvimento de nossa capacidade de amar".
Com o contínuo avanço da pesquisa científica, em breve teremos uma nova ótica e uma nova base para considerarmos questões, tais como o relacionamento entre o prazer e a dor, comportamentos sadistas e masoquistas, a filosofia do sofrimento, êxtase religioso, entre outros. Assim como o amor altruísta abre o seu leque para a transcendência.
Sobre a tendência natural de procurarmos a transcendência nas pesquisas científicas, Albert Einstein deixou-nos um legado ao fazer considerações a respeito: "Por despertar a idéia de casualidade e de síntese, a pesquisa científica pode fazer regredir a superstição. Reconheçamos, no entanto, na base de todo trabalho científico de alguma envergadura, uma convicção bem comparável ao sentimento religioso, porque aceita um mundo baseado na razão, um mundo inteligível. Esta convicção, ligada ao sentimento profundo de uma razão superior, desvendando-se no mundo da experiência, traduz para mim a idéia de Deus".
Independente da área pesquisada, estamos sempre a procura da verdade contida nas microdescobertas da química ou nas macrodescobertas da física. E a razão do pesquisador continuar indo em frente é a certeza de que mais adiante encontrará mais novidades associadas à descoberta anterior. E este "sentimento profundo de uma razão superior" como se referiu Einstein, é a razão da incessante busca pela verdade científica. Tal como os alquimistas da antiguidade faziam, continuamos à procura da química do amor que explique Deus!
Psicanalista Clínico e Reencarnacionista.
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Texto revisado por Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |