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A simplicidade dos sábios

Atualizado dia 6/17/2023 1:18:44 AM em Autoconhecimento
por Paulo Tavarez


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A presença de um sábio revela-se quando suas palavras abordam profundidades de maneira simples. A simplicidade é uma virtude do sábio, pois ele consegue enxergar além, compreendendo as coisas de forma holística, ao contrário da visão limitada e fragmentada dos demais. Essa perspectiva ampliada traz clareza ao sábio, permitindo-lhe manter-se distante dos problemas gigantescos que afligem os outros, pois ele os enxerga em uma escala insignificante. É essa visão do Todo, em vez das partes isoladas, que confere ao sábio um poder expressivo de síntese.

O sábio é econômico com suas palavras, preferindo ouvir e observar do que entregar-se a inúteis verborragias. O silêncio é seu refúgio, pois ele compreende que é nele que podemos estabelecer uma conexão com nossa Verdadeira Natureza. Ele reconhece que o barulho é um produto da mente, não da Consciência. A mente é intrinsecamente barulhenta, constantemente bombardeada por estímulos externos. Ela qualifica e colore toda experiência com uma carga emocional, moldando nossa percepção do mundo.

O homem usa o ruído mental como uma fuga de si mesmo, temendo confrontar sua própria sombra. Evita o vazio, evita a angústia e evita enfrentar seus medos, escolhendo, em vez disso, perder-se em tramas mentais. Enquanto a mente estiver enredada, o homem viverá na ilusão, cativo no mundo de Maya.

O despertar da Consciência humana requer silêncio. É curioso como precisamos do silêncio para despertar, enquanto o barulho nos mantém adormecidos.

A mente é impulsionada por desejos, é o seu combustível. Portanto, para silenciá-la, devemos aprender a renunciar. O desapego e a renúncia são ferramentas poderosas, indicadas por todos os iluminados que já passaram por este mundo. Criamos necessidades desnecessárias e passamos a vida inteira tentando satisfazê-las. Contudo, não há satisfação nesse mundo, pois estaremos sempre em busca de algo novo, é como um castigo como aquele imposto às Danaides (encher um tanque furado). A busca é apenas mais um mecanismo para escapar de nós mesmos. Olhar para dentro e enfrentar nossas próprias fraquezas é o que nos torna sábios.

O homem não precisa encher-se de coisas, pessoas ou afetos. Pelo contrário, ele precisa esvaziar-se, pois é assim que a mente perde seu poder. A mente constrói um falso eu, uma entidade que acredita precisar inflar-se de importância, crescer e ascender, como um Zaqueu desesperado em cima de uma árvore, acreditando que precisa elevar-se para alcançar a iluminação. O homem não é um recipiente vazio à espera de substâncias que o preencham, pois esse vazio nunca será satisfeito por coisas materiais, mas sim pela própria Consciência.

Quanto mais simples, desinteressado e desapegado o indivíduo for, mais sábio ele se tornará.
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Conteúdo desenvolvido por: Paulo Tavarez   
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