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A simplicidade e a pureza do EU

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Autor Bernardino Nilton Nascimento

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 12/06/2010 08:00:01


A observação interna nos revela, imediatamente, o parecer, a noção do nosso “EU”. É um centro intenso, uma espécie de ponto matemático, em relação ao qual definimos o resto. A cada instante de nossa vida voltamo-nos ao nosso interior. Há nele alguma coisa que dura e é permanente. Eu sou hoje, mas já era ontem, porém também serei o “EU” do amanhã. Meu “EU” interior é fixo. Posso passar por tempestades, posso morrer e viver diversas vezes, que o meu “EU” sobrevive. Ele é minha caixa preta, inabalável, onde mora a minha consciência e a minha essência.

Assim, como a percepção externa afirma rigorosamente, em face das ilusões, dos sonhos, das alucinações, a existência do mundo exterior como algo primitivo e irredutível, também a percepção interna afirma a existência do “EU”, como “Alma”. Ela é, de alguma maneira, inseparável de minha própria consciência. Meu “EU” experimenta sensações, tenho lembranças, junta imagens, percebe sentimentos. Este “EU” em mim é único, persistente, sempre o mesmo.

Diria que este "EU" é o meu primeiro ponto de luz, o meu Deus. Há mesmo uma realidade mais alta. Posso até fugir, enquanto tudo passa fora de mim, mas sei da minha existência, e quando penso na minha biografia, logo penso que esse "EU" que existe em mim é real.

Da mesma forma que pela percepção exterior, os objetos são situados em um encadeamento rigoroso através do espaço. Todos os acontecimentos registrados na minha consciência seguiram uma ordem rigorosa de sucessão no tempo.

Tenho, pois, na percepção interna, uma atividade paralela dada por processos e por meus costumes gerais à percepção externa, com a diferença de que a minha existência material não seria substituída por uma projeção dentro de mim, por uma interiorização que me faz considerar esses estados como procedentes de meu “EU”, que me aparece consciente, irredutível, imediato e real.

A fusão se dá se tivermos um bom olhar, indispensável à existência de um ser complexo. Vejo que a coordenação que se manifesta, pouco a pouco, tem por fim tornar mais fáceis e mais seguros os atos necessários à vida. É preciso que todas as impressões se centralizem cada vez mais e que os atos exprimam uma personalidade mais una, para que o ser humano possa fazer face as circunstância externas, com toda sua experiência e todas as suas energias mágicas.
A teoria da evolução me deixa entrever a última explicação desta constituição resumida e elimina, pelo menos em parte, o mistério.

Os seres não se desenvolveram nem viveram tomando, pouco a pouco, a sua aparência atual, senão a mercê desta coordenação, infinitamente mais estreita, uma composição espiritual, tal como a encontramos neste mundo. Ela é a única que poderia se realizar no campo interior, porque este se desenvolve no tempo em que não é possível, senão uma fusão do presente com os elementos anteriores, dando um resultado de natureza diversa de seus sentimentos infinitos.

A memória e a personalidade atual se insinuam diretamente. A continuidade da vida se exprime em uma consciência suficientemente desenvolvida pela personalidade, pela noção do “EU” que está, por sua vez, na condição da memória superior, capaz de reconhecer e de localizar minhas lembranças, muito antes desta vida.

É preciso, entretanto, acreditar que nossa personalidade compreende todos os nossos sentimentos. Isto é, que todos os acontecimentos, que intervêm na nossa vida, façam parte da nossa percepção interior e sejam integrados ao meu “EU”. A observação interna é, aqui, ainda muito insuficiente. O que me faz conhecer das vidas passadas? Quais as minhas atuais semelhanças com as das vidas passadas? Meu “EU”, hoje, não é, senão parte das minhas vidas. Os momentos da minha vida real, muitas vezes, me fizeram agir, sentir e dirigir em direção contrária à minha Alma.

O que eu sou verdadeiramente limita, pois, por todos os lados, o que acredito ser. A minha personalidade é consciente e o meu “EU” é tal e qual dado pela percepção interna. Minha natureza real pode, pois, ser subdividida em dois grandes conjuntos: o campo da minha percepção interior, o “EU” consciente; e o campo do inconsciente; tendências surdas, hábitos, instintos. São, muitas vezes, esses elementos que voltam a ser consciente nas moléstias da minha personalidade, impondo ao meu “EU”, outro eu.

Eis por que nos conhecemos tão mal e, como agimos, muitas vezes, com grande surpresa, inteiramente diferente do que temos resolvido no estudo da vontade. Eis por que também, em muitos casos, admitimos ou devemos admitir que a responsabilidade não era nossa por inteiro, até que a maldade esteja abolida totalmente das nossas vidas. Uma linguagem da Alma aumentará, sem dúvida, o nosso crescimento espiritual.

O elemento hereditário é o resumo de uma experiência ancestral, que se perde na noite das origens, e dá à nossa consciência as atitudes gerais comuns à espécie. São, enfim, experiências conscientes que esquecemos, pelo fato de serem pouco úteis ou de não termos tido outra parecida. Inconsciente no estado normal, certas condições anormais (moléstia, febre, hipnose, sonho e delírio) revelam-se, às vezes, bruscamente.

Daí escapa, pelo menos quanto à minha formação, quanto às aparições e ao meu controle. Este primeiro plano da personalidade constitui a vida espontânea. Está bem ligada ao meu ”EU”, e é bem essencial a minha personalidade, tal qual a mim mesmo a observar. É bem meu, mas não a tenho feito conscientemente minha. Impõe-me como um fato e se furta sempre, até certo ponto, à minha direção.
Sinto vontade de poder entrar em luta comigo mesmo e exigir da vontade que eduque meu caráter, que faça transparecer o meu “EU” simples e verdadeiro.

Tudo o que percebo não determina o problema da minha natureza. Esta não tem que investigar, senão as condições sob as quais aparece e se manifesta em meu “EU, ” em minha personalidade. Essas relações às quais está sendo julgada, serão considerada como dadas, no meu foro interior, como estado de minha consciência, isto é, momentos do vir a ser desta consciência, que me aparece, essencialmente, uma continuidade através da duração.

Mas, este processo não é, talvez, compreensível, a não ser que determine como o farei. Ele poderia ser um “poder pessoal”, um centro de perspectiva do Universo. Este me parece ser o único meio de compreender as relações que estabelecemos entre o “EU” e suas condições, tanto psicológicas como fisiológicas, e de compreender a natureza de nossa consciência, de nosso espírito, de nossa individualidade e de nossa unidade.

BNN

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Bernardino Nilton Nascimento   
"Não seja um investigador de defeitos, seja um descobridor de virtudes"./ "Quando a ansiedade assume a frente, as soluções vão para o final da fila"./ "Quando os ventos do Universo resolve soprar a favor, até os erros dão certo". BNN
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