A síndrome do Gasparzinho!
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Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 11/18/2013 7:49:52 AM
Conhecida também como “eu quero fazer amigos”, a síndrome do Gasparzinho, que se opõe à “turma dos bad boys”, os maus, vem retratar o comportamento de inúmeras pessoas que, diante da necessidade de agradar, se desdobram a fim de se tornarem simpáticas e serem acolhidas pelas pessoas que as cercam.
Procurar estabelecer um relacionamento amigável deveria ser a tônica de toda e qualquer pessoa, mas quando o comportamento se estabelece pela necessidade da pessoa ser aceita por outrem ou por um grupo, esta deixa de olhar para si mesma e, na busca ansiosa da aceitação do outro, passa a não aceitar a si mesma.
Quando é essa forma de agir que predomina, as pessoas deixam de expressar realmente suas opiniões e ficam atentas apenas à manifestação dos demais, observando suas reações, desde suas palavras até seus gestos. Em tudo podem identificar “recriminações”. E quando isso ocorre, lá vem uma torrente de explicações não solicitadas, mas que elas julgam necessárias.
Não estamos nos referindo aos “puxa-saco” convictos, aqueles que, conscientemente, se tornam “bajuladores” a fim de atingirem interesses específicos, mas àqueles que se sentem inseguros e vivem se preocupando em acertar. É como se o tempo todo estivessem em uma “corda bamba”. Normalmente são ótimas pessoas e, não fosse essa “prestatividade”, que em seu excesso chega a ser subserviência, o convívio seria muito agradável.
As necessidades que possuem baseiam-se em distorções de suas percepções a respeito de si mesmas. É mais uma das conseqüências da baixa autoestima. A falta de espontaneidade se estabelece. Elas vivem tensas e receosas de não estarem correspondendo, um estado de “quase fadiga” constante, pois o esforço e a atenção na qual se encontram em relação aos outros é muito grande. Carregam um peso superior às suas forças e, mais cedo ou mais tarde, acabarão por “pagar o preço” por isso. Tal preço pode ser um mal físico ou até uma perda total de interesse pela vida, pois nada do que fazem são, aos próprios olhos, considerados como suficiente.
Não percebem que aqueles com quem convivem não as rejeitam como pessoas, mas sim à sua maneira de agir, que é incômoda e pesada. Poucos são os que têm coragem de lhes dizer o quanto a sua maneira de agir transtorna a convivência. Pode parecer constrangedor, mas tal postura é necessária.
Como dizer a uma pessoa que ela está sendo inconveniente com sua insistência em agradar sem ofendê-la? Pois elas fazem brincadeiras descabidas, fora de hora, muitas vezes, sendo inconvenientes sem nem perceberem. Experimentem dizer: “Olha, percebo que você está preocupada com o fato de que possa não estar correspondendo, agradando, fazendo corretamente, etc, mas fique tranqüila que se isso acontecer, nos lhe diremos.” Isso bastará para que elas se manifestem, expressando suas apreensões. Tranqüilize-as. Lembrem-se: pessoas assim têm seus valores embasados em situações externas a si mesmas. Se ninguém se manifestar, como elas poderão se corrigir? Entendam corrigir como identificar em si seus valores, e não como represália de outrem.
Pessoas com a Síndrome do Gasparzinho, na maioria das vezes, são “usadas” por aqueles que, conhecedores desse seu ponto fraco, manipulam-nas para que executem o que lhes interessa, abandonando-as, depois de terem conseguido o que queriam, sem se importarem com o que elas irão sentir. Cada pessoa tem seu valor e seu mérito pessoal. Cada pessoa precisa reconhecer isso em si mesma. Se tal fato não ocorresse não haveria esse uso abusivo e massacrante que a grande população sente. Aprender a identificar seus próprios valores é aprender a trilhar o caminho do autorespeito e então, poder despojar-se de um peso que não lhe pertence.
Quando isso ocorre, a sensação de leveza é maravilhosa. Para se sentir bem, você não precisa da “autorização” do outro. Pode caminhar sem se preocupar em como os outros o estão vendo. Pode se sentir bonito sem ter recebido um elogio. Você agora é uma pessoa que tem suas deficiências, mas principalmente, seus valores e suas qualidades e que, acima de tudo é um ser humano e se respeita como tal.
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