A SOBERBA ESPIRITUAL NOS IMPEDE DE ENCONTRAR A FELICIDADE
Autor Vera Godoy
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/30/2006 12:03:27 AM
Existe um ditado budista que diz: "Se você quer saber como foi seu passado, olhe para quem você é hoje. Se quer saber como vai ser seu futuro, olhe para o que está fazendo hoje".
Quando uma pessoa descobre o seu Ser Interior, Sua essência sua vida, os sofrimentos, o presente e o futuro tomam uma perspectiva diferente. Constata que existe uma presença divina que nos acompanha desde sempre, e tem a certeza que nunca esteve sozinho, jamais.
Isto preenche de alegria o coração, mas também traz a responsabilidade de que mesmo com ajuda divina, o maior trabalho é nosso. E vai depender da mudança de nossos padrões e atitudes.
O tempo vai passando e vamos levando a vida como podemos.
Até que chega um dia, que percebemos "não ser mais possível enganar a nós próprios ou até mesmo outras pessoas".
Nesta nova etapa da evolução, quando o ser humano com mais consciência, mais sutil, pode ver o seu Ser, sentir Sua Presença e ouvir Suas Palavras, se cumpre o objetivo de qualquer religião - do latim reli gare, ou seja, religar, reunir, restabelecer a comunicação entre a parte humana e a parte Divina.
Junto com essa ligação, chegam os questionamentos, as culpas, os remorsos, a tristeza, daquilo que não fizemos, do que deixamos passar com indiferença, do que poderíamos ter tratado de forma diferente, das pessoas que perdemos e daqueles que ganhamos. Enfim, passamos a pensar no tempo que já perdemos e como recuperá-lo, ou melhor, ainda dá tempo de recuperar algo que é importante pra nós?
Essa nova geração de pessoas conscientes, observa a humanidade numa perspectiva de eternidade, com uma ótica “una”, considerando que desde o início dos tempos a origem dos valores duradouros da humanidade, são os mesmos, e persistem no tempo e em todas as culturas.
Valores universais, tais como, amor, paz, justiça e respeito, humildade, compaixão, generosidade, caridade, e perdão, foram, e continuam a ser a base da visão moral de todas as grandes Figuras religiosas que por aqui passaram e também as que aqui se encontram.
O que faz a diferença é a atitude tomada diante de cada uma delas, que nos faz perceber se aprendemos com o intelecto - que acaba no esquecimento, e que nos faz repetir sempre os mesmos padrões - ou com o coração, que vai persistir de encarnação para encarnação, nos fazendo evoluir.
Se tivermos bom senso e um propósito de ser feliz e evoluir, vamos parar e analisar nossa situação e nosso comportamento.
Depende de nós continuar ocultando o que sentimos, e viver artificialmente - na personalidade, na máscara, fingindo que não dói - ou mudar totalmente aquilo que nossa consciência nos aponta como obstáculo para ser feliz.
Não podemos fazer nada a respeito do passado, (muito menos nos prendermos a ele trazendo as energias de volta). O que já aconteceu, que já fizemos, já estamos sofrendo as conseqüências, mas podemos sim, mudar nosso futuro, observando e tentando transmutar a maneira como agimos e pensamos hoje.
Todo este sofrimento, essa guerra mental e emocional, faz com que “crucifiquemos nossas energias no cardíaco” e passemos a perceber o que de verdade é religar a nossa parte divina e humana. A Nova Era vem mostrar uma dimensão onde somos obrigados a encarar nossas sombras e transmutá-las em virtudes, que são nossa verdadeira essência, mas a dificuldade está aí: “temos consciência e sabemos que a mudança deve acontecer, mas como aprender a usar essas virtudes? O que de verdade nos impede de mudar?
Em primeiro lugar, existe a dificuldade de aceitar que somos ou que temos aquele padrão; e em segundo, vem o pior: a maioria das vezes não mudamos por orgulho, por soberba.
A soberba espiritual ergue uma parede na mente como uma barreira contra a luz da sabedoria e da compreensão. Com os humildes está a sabedoria.
Se, com todo conhecimento espiritual que pensamos ter, que sabemos sobre espiritualidade, a nossa vida parece estar à beira de um abismo, precisamos verificar o medidor da soberba espiritual.
Isso acontece na maioria das vezes quando nos exibimos com demonstrações magistrais para nossa própria glorificação. Na verdade, ser soberbo é ser orgulhoso, egocêntrico, e o ego é tentador. Diz a oração: “Não nos deixeis cair em tentação?” Mas que tentação? O sentimento de superioridade.
E é fácil observar quem é soberbo: é só prestar atenção e notar que é aquele que acha a soberba em todos!
“A soberba e o orgulho precedem a destruição e a altivez do espírito precede a queda”.
A verdadeira humildade significa ser aberto e receptivo a novas idéias, flexível a mudanças e cooperar com elas. É ser despretensioso. É a consciência do consentimento, uma vontade de encontrar o caminho superior e compreender quem são aqueles que podem indicá-lo e ajudar a encontrá-lo.
Com humildade, nosso verdadeiro merecimento começa a brilhar como o sol do meio dia.
Sem ela, pode se instalar uma forma de rigidez, que se torna outra experiência a passar.
Podemos concluir que sempre tivemos as respostas tanto dos Grande Mestres e Filósofos, como dentro de nós mesmos. Então, se você se conhece o suficiente hoje e sabe a vida que leva, pode imaginar como foi seu passado.
Agora, com todo este conhecimento não só pode mudar seu futuro como também deve começar a desfrutá-lo hoje mesmo.
Para atingir o objetivo de sua vida, sirva com humildade, enquanto sustenta a Verdade com determinação.
VERA GODOY
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