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A SUTIL FRONTEIRA ENTRE MISERICÓRDIA E CONIVÊNCIA

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Autor Christina Nunes

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 7/24/2004 12:03:22 PM


As nuances da vida nos levam a repensar certos conceitos, inclusive em se lançando mão de uma reflexão mais acurada sobre certas passagens da vida de Jesus.

Faz algumas semanas, e em função de acontecimentos que aqui não vêm ao caso, pude presenciar uma situação polêmica relativa à educação infantil. Alguém defendia a posição de não se punir (leia-se, castigar sensatamente, "pedagógicamente") uma criança, senão lançando-se mão, exclusiva e unicamente, daquela coisa da indução à reflexão através do diálogo, à tomada de consciência dos próprios erros, com o fim a que ela, criança, em assim se reformulando, optasse por alternativas de comportamento mais adequadas.

Ora, há casos e casos; é fora de questão que a agressividade na educação não leva a nada muito construtivo, e a televisão atualmente anda enfestada de debates acerca da eficácia da chamada "palmada na hora certa". No entanto, penso que, talvez numa curiosa sequela dos traumas adquiridos dos tempos da ditadura, exista atualmente uma tendência ao extremo oposto, nada conducente à uma solução satisfatória dos problemas corriqueiros enfrentados por todo pai e mãe, interessados em preservar seus filhos da sobrecarga de agressividade característica das energias reinantes na era em que vivemos, em quase todos os setores.

No momento em que o assunto era discutido, portanto, alguém fez menção ao uso pleno e irrestrito da "misericórdia" a qualquer custo, e sempre, como norma, e recurso adotado à parte e à exclusão de qualquer outro, e em quase todas as situações - a pessoa referiu-se a: "salvo as gravíssimas", num tom quase insinuador de que qualquer outra atitude que não o uso insistente de discursos educativos, como, por exemplo, os castigos e a imposição de limites drásticos, só deve ser usada em caso de crime. Isto me levou, instantaneamente, a recordar a passagem da vida de Jesus, quando foram expulsos por Ele os vendilhões do templo.

Sempre entendi desta passagem, e há bem pouco ouvi de um Mestre sábio, que a famosa atitude de Jesus caracterizou bem um tipo de flexibilidade daquilo que se entende formalmente como misericórdia. Num momento onde aparentemente uma falta de misericórdia caracterizou-lhe, contraditoriamente, as atitudes, em verdade o que aconteceu foi a aplicação da misericórdia num contexto mais amplo, quando, em lançando mão do uso da energia nas suas reações, o Cristo emprestou descomunal jorro de luz sobre atitudes inadequadas em lugares inadequados, não compactuando com a iniquidade, e alertando aos que se viam preparados interiormente para entendê-lo que a mudança e a renovação interior se fazem necessárias ao avanço do espírito a patamares mais elevados de um padrão de consciência, que nada tem a ver com o orientado pelos interesses do mercantilismo.

Aí, portanto, vi traçado um paralelo - guardadas as devidas proporções - entre a providência firme de Jesus noutros tempos, e em relação a assuntos mais graves, e a atitude de pais e mães conscienciosos, que se vêem compelidos a impor, mais das vezes usando de recursos enérgicos (excluindo-se, frise-se, qualquer expressão destrutiva da violência, seja física ou verbal), um limite decisivo aos excessos das crianças, que vem funcionar como a precisa rédea necessária à carreira destrambelhada de um cavalo bravio, no impedimento de prejuízos irreversíveis.

Vai nisso, também, elevado princípio de misericórdia. Misericórdia ditada pelo amor que conhece, via coração, o necessário a ser feito na orientação dos nossos filhos rumo a caminhos sadios na hora de estabelecer suas próprias escolhas, durante as suas vivências e convivências; misericórdia também em relação ao mundo, necessitado de habitantes equilibrados nas suas expressões; e ao próximo, no preparo do adulto do futuro, que saberá harmonizar suas relações dentro de princípios de respeito e solidariedade para com o semelhante.

Não se negocia com os valores do espírito à pretexto de algo qualificado como liberalidade, mas que, antes, caracteriza conivência, ou pusilanimidade diante do desafio nobre, mas árduo, de se educar seres humanos. Dentro dos princípios da misericórdia, há que se estabelecer limites àquelas situações críticas, em que os abusos do comportamento humano invadem o terreno dos direitos alheios, seja na perfídia da comercialização com a fé do próximo, seja ainda cedo, nas ocasiões em que os pequenos ainda carecem daquela imprescindível noção dos direitos individuais, que devem sempre respeitar os limites dos direitos dos demais.

Incutir esta noção na criança naquela fase da vida em que as sutilezas do ego ainda não venceram no domínio do molde do barro frágil, é assegurar, num amanhã mais ou menos distante, um mundo onde a misericórdia será sinônimo de fraternidade pura e simples: um meio de vida, numa atmosfera espiritual de concórdia e união.

Com amor,
Lucilla e Caio Fábio
https://www.elysium.com.br

Lucilla é autora do romance psicografado lançado este mês, "O PRETORIANO", pela editora MUNDO MAIOR (www.mundomaior.com.br). Leitura fácil e envolvente, de autoria espiritual de Caio Fabio Quinto, o conteúdo trata de uma das vidas passadas vividas pela médium e pelo seu mentor, na Roma de Júlio César, de cujos exércitos Caio foi um dos comandantes, narrando lances de convivência no cotidiano dos personagens, ricos de ensinamentos ilustrativos da Codificação Espírita de Kardec, das leis de causa e efeito, e do aprendizado espiritual que a todos nós envolve no decorrer do nosso trajeto evolutivo durante as reencarnações terrenas.
Os direitos autorais estão revertidos às obras assistenciais da FUNDAÇÃO ANDRÉ LUIZ, no amparo aos deficientes.
Aos interessados, maiores informações para compra no site da editora, ou no da FUNDAÇÃO ESPÍRITA ANDRÉ LUIZ: link

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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