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A TRANSITORIEDADE DA VIDA

Atualizado dia 31/08/2008 17:32:52 em Autoconhecimento
por João Carvalho Neto


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Hoje estávamos, eu e alguns amigos que freqüentamos a UCEAVE, conversando sobre a transitoriedade dos fatos da vida, e de como nos inquietamos com problemas que após algum tempo nada mais significarão.
Assim acontece até mesmo com nossa existência corporal, que um dia se esvairá da vitalidade que sustenta o corpo biológico, nos transferindo em espírito para outra realidade, bem distantes de tantas ligações com os aspectos dessa realidade material.
Tudo passa, tudo se transforma nesse dinamismo cósmico da criação. Certa vez ouvi de um livre pensador: “Qual a diferença que isso ou aquilo poderá fazer daqui a 50 anos? Porque nós continuaremos vivos, certamente, mesmo que em outro nível de existência, mas a maior parte, senão todos, de nossos problemas terão deixado de existir”.
Claro que essa teoria não pode ser levada ao pé da letra, pois representaria a ociosidade e o esvaziamento de nosso potencial para agir e modificar o mundo ao nosso redor criando situações cada vez melhores para se viver.
Na verdade, como temos podido constatar pela observação dos fatos e pelos resultados de incontáveis pesquisas no campo da transpessoalidade humana, todos estamos em processo de evolução, de desenvolvimento da individualidade espiritual, e as experiências em mundos como o nosso, ainda que realmente transitórias, são exercícios da alma que se candidata a patamares mais maduros de existência.
Dessa forma, a questão é saber usar, saber viver e gozar, sem se apegar, sem supervalorizar a posse, já que ela não existe, de nada e de ninguém. Tudo por que passamos, de alguma forma, veio até nós por uma lei de sincronicidade, que nos coloca no lugar exato, com as pessoas convenientes e expostos às circunstâncias corretas para realizarmos alguma forma de aprendizagem.
Por isso, nada nos cabe a reclamar, somente aproveitar a lição para aprender e seguir a frente, libertando-nos daquela experiência que, quando bem vivida, deixará de ser necessária, já que produziu o resultado dela esperado.
Mas nós vivemos como se nada tivesse sentido a não ser pela satisfação de nosso gozo pessoal. Do ponto de vista da transpessoalidade humana, viver e ser feliz são determinismos que alcançaremos, na medida em que aproveitarmos bem as lições das experiências, nos tornando merecedores da gratificação pelo sucesso da aprendizagem.
E se pensarmos melhor, talvez até nos demos conta de que a vida não seja tão ruim quanto possa nos estar parecendo. Um olhar mais relaxado e cuidadoso nos mostrará tanta beleza, tanta sabedoria, que desperdiçamos por falta de atenção e sensibilidade. Quantas vezes perdemos a percepção dessas belezas por que a vida não nos dá da forma como gostaríamos e, como crianças rebeldes, ficamos fazendo pirraça, desmerecendo o que temos por não conseguirmos o que nossos desejos infantis nos querem impor.
A Psicanálise mais tradicional, a partir de Freud, trabalhou com a idéia de que seria impossível ser feliz, já que o gozo absoluto, desejo de todo ser humano, é inalcançável. Esta idéia Freud defendeu em sua obra “O mal estar da civilização”. Hoje, os Psicanalistas mais modernos, trabalhamos com a idéia de “concernimento”, um termo que caracteriza nossa capacidade de alcançar felicidade dentro das circunstâncias que se têm, elaborando as frustrações de forma produtiva para um estado mais gratificante de existir.
A verdade é que a vida pode ser bem melhor pela forma como que a interpretamos. Enquanto que para uns uma casa com um simples jardim é um recanto de felicidade, para outros poderá ser uma humilhação distante dos prédios luxuosos. Enquanto uns se felicitam com uma gostosa refeição caseira, outros lamentam não poder comer em requintados restaurantes. Enquanto que para alguns um trabalho que garanta os recursos financeiros para a família basta, para outros a perda de alguns milhares entre milhões de reais é desesperador. Tudo é uma questão de como observamos os fatos.
E, quando saímos um pouco de nós mesmos, de nosso egocentrismo, nos pondo no referencial transpessoal, com uma percepção para aquém e além da atual existência, tudo muda o seu valor. Compreendemos então que estamos aqui como alunos na escola da vida, onde se divertir é bom, mas onde estudar e aprender também é necessário. Conseguimos nos ver como espíritos com uma história palingenésica que justifica as dificuldades atuais, mas com perspectivas futuras que nos enchem de esperança.
E viver, que poderia parecer tão sofrido, pode vir a se transformar em um agradável exercício de aprender.

João Carvalho Neto
Psicanalista, autor dos livros:
“Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal”
www.joaocarvalho.com.br

Texto revisado por: Cris

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Conteúdo desenvolvido por: João Carvalho Neto   
Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal"
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