A Travessia

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Autor Gi Garcia

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 4/7/2025 4:12:40 AM




A Travessia

Tem mudanças que ninguém vê. Elas não vêm com estardalhaço, não aparecem em fotos, não geram aplausos. Acontecem dentro. No silêncio de uma escolha nova. No instante em que algo em você diz: "chega", mesmo que ninguém tenha ouvido. São essas mudanças que realmente nos transformam - as que ninguém percebe, mas a gente sente. Como se uma parte antiga da gente estivesse, aos poucos, sendo desfeita. sem alarde, sem drama, mas com um tipo de dor que só quem vive entende.


A travessia começa quando a gente para de sobreviver e começa a se escutar. Quando o barulho de fora já não abafa mais o barulho de dentro. Quando os disfarces ficam pesados demais e a alma começa a pedir verdade. E não importa se estamos prontos ou não - porque a alma não espera. Ela nos empurra. Às vezes, com amor. Às vezes, com perda. Com ruptura. Com silêncio. Com aquele tipo de solidão que não se resolve com companhia, mas com encontro interno.


No início, dá medo. Porque atravessar significa deixar pra trás uma versão que já conhecemos. Uma que, de certo modo, nos protegeu. Mas que já não nos serve mais. E há um luto nisso. Um luto por tudo o que fomos - até mesmo pelo que fingimos ser. Mas a travessia pede desapego. Pede entrega. Pede que a gente se sustente no meio do caminho, mesmo sem garantias.

É nesse lugar entre o antes e o depois que muita coisa acontece. A gente começa a ver as relações com outros olhos. A entender silêncios que antes doíam como rejeição, e que agora soam como limites necessários. A perceber que nem tudo o que parece abandono é maldade - às vezes, é só o outro mostrando que não sabe ficar. E aí a gente deixa ir. Não por fraqueza, mas por maturidade. Por respeito à própria paz.

E então, pouco a pouco, a travessia vira casa. O lugar que antes parecia instável começa a se firmar por dentro. E sem perceber, a gente passa a habitar a si mesmo com mais presença, com mais inteireza, com mais amor. Já não é mais sobre se explicar, se encaixar, ser aceita. É sobre se reconhecer.

Atravessar é isso: não virar outra pessoa, mas permitir que o que é essencial venha à tona. Que a alma, enfim, ocupe o lugar que sempre foi dela. E quando isso acontece, não tem mais volta. Porque mesmo que o mundo continue o mesmo, nós já não somos.





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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Gi Garcia   
Criadora do SerenaVita Terapias, um espaço digital onde tarot, yoga e radiestesia dançam com a escuta, o silêncio e o sentir. Caminha ao lado de quem deseja florir por dentro, soltar pesos antigos e reencontrar a alma no passo mais leve de cada recomeço.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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