A Unidade e o Planeta - por Crato Reis
Autor Escola Holística Harmonia Primavera
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 6/17/2008 11:21:30 AM
O que poderiam ter em comum os chifres espiralados de um bode montanhês e uma galáxia? As suas formas espiraladas. E o que poderiam ter em comum uma formiga e os anéis de Saturno? As suas proporções. Meras coincidências? As mesmas formas espiraladas e proporções estão também presentes no corpo humano. E se procurarmos um pouco iremos encontrar tais “coincidências” espalhadas por toda a natureza.
Esse é um assunto tão fascinante quanto antigo. Estamos falando de Geometria Sagrada. Já na Grécia Antiga o construtor do Parthenon, de nome Phídias, usou e abusou dessa mesma proporção “natural”. E o motivo de usá-la é simples: essa proporção agrada aos olhos, e por esse motivo, artistas como Leonardo da Vinci e outros a usaram em suas obras.Tal proporção “natural” ficou conhecida como proporção áurea e as formas espiraladas da natureza seguem espirais construídas a partir dessa mesma proporção, conhecidas como espirais áureas, ou espirais de Fibonacci. Esse nome foi dado em homenagem ao descobridor da seqüência de números que incorpora a proporção áurea e está também presente na natureza, desde na reprodução de coelhos e abelhas até na ramificação de árvores, no número de pétalas de flores e na forma de frutas e legumes. Mas Fibonacci, por sua descoberta, merece um artigo à parte, assunto da qual trataremos em outra oportunidade. Então, voltemos à proporção áurea na natureza.Estando tão freqüentemente presente da natureza, desde os tempos mais remotos, a proporção áurea incorporou uma componente mística, ficando conhecida também como Proporção Divina; e seu estudo e de suas manifestações tornou-se objeto da Geometria Sagrada. Os Pitagóricos de 500 anos antes da Era Cristã já conheciam a Proporção Divina, da qual se origina o Pentagrama – ou estrela de cinco pontas, a estrela de David. Símbolo milenar que demonstrava a harmonia entre corpo e alma, simbolizava saúde e que eles usavam como sinal de reconhecimento. Aliás, há registros de utilização do Pentagrama há 3.500 anos aC, na Mesopotâmia. Ele tem sido usado como símbolo religioso por muito tempo e em muitas culturas; entre os chineses, celtas, hebreus e cristãos, além dos gregos. Mas não nos desviemos da linha de raciocínio do assunto deste artigo. Sobre o Pentagrama, poderemos também falar em outra oportunidade.
Justamente por estar tão presente na natureza, a proporção áurea ficou conhecida como “A Proporção Divina”. E é fácil entender o motivo para que ela fosse assim chamada. Seria “mera coincidência” tal proporção estar presente na natureza de forma tão abrangente e em todos os níveis, desde numa pequena formiga até num planeta, ou mesmo galáxia? Assim nos querem fazer crer os céticos. Eu, particularmente, prefiro analisar essas “coincidências” com a mente e o coração aberto. Assim, me rendendo à proliferação de exemplos nas quais podemos facilmente constatar a presença da proporção áurea (e também da espiral) no Universo, prefiro humildemente considerar tais “coincidências” como “evidências”. E esse é o início de uma linha de raciocínio interessante.Se deixarmos de considerar a presença da proporção áurea como uma coincidência, o que seria, no mínimo, honesto de nossa parte, resta-nos considerá-la como uma evidência. Mas evidência do que? Poderia ser a demonstração, com certeza razoável, da ação de uma Inteligência Criativa atuando segundo um “padrão de construção”? Esse padrão poderia estar expresso em toda a criação por meio da proporção áurea e das decorrentes formas espiraladas? Se a resposta for sim, então estamos constatando nada menos do que a existência de DEUS. E a melhor resposta, pelo menos por enquanto, seguramente é sim. Portanto, a Geometria Sagrada evidencia a existência de um Deus, criador do Universo, o que naturalmente nos inclui, considerando que nosso corpo físico está repleto de proporções áureas e até de espirais (veja suas orelhas). Alguns até O chamam de Grande Arquiteto do Universo (GADU), até com muita propriedade, pelo o que foi exposto acima.
Se considerarmos fundamentada nossa discussão e a conclusão a que chegamos; e não considerá-la apenas como o resultado de devaneios irracionais de um visionário romântico, poderemos entender melhor o principal ensinamento do amado Mestre Jesus Cristo, base de toda a sua doutrina, “Somos Todos Irmãos”, criados a partir de um mesmo Princípio Criativo, o PAI. E podemos ir ainda mais longe. O alcance é ainda mais amplo, englobando TODA a criação, e não só os Homens, uma vez que a “marca” do Criador, a proporção áurea, está espalhada por toda a natureza.
Fica evidenciado, então, o “Princípio da Unicidade”. O TODO está em TUDO, e TUDO faz parte do TODO. Este é o sentido amplo do ensinamento do Mestre. Deus, o Universo e o Homem formam uma UNIDADE, manifesta pelo Amor. Somos “Uma Unidade – Humanidade”. E não só nós, os Homens, mas sim toda a natureza, incluindo nosso Planeta. A harmonia do TODO depende da inter-relação equilibrada entre as suas diversas componentes, em todos os reinos da natureza – Hominal, Animal, Vegetal e Mineral.
Esse equilíbrio é determinado, em última instância, pela consciência do Homem. A felicidade só pode ser atingida por meio da conscientização do Homem deste Princípio Universal – A UNIDADE – e de sua responsabilidade na manutenção da HARMONIA DO TODO. E o desequilíbrio está evidente. Mansões usadas como moradia, ao lado de barracos miseráveis nas favelas. Damas com seus cãezinhos de estimação contemplando, ausentes, nos noticiários de suas televisões, mulheres grávidas buscando, no lixo, alimento para seus filhos. Glutões estão preocupados em perder peso, ao mesmo tempo em que crianças definham com fome, resultado da miséria do mundo. Liberdade, Igualdade, Fraternidade!
E o Planeta agoniza, e se revolta, frente aos maus tratos recebidos dos Homens, seus Irmãos, na busca desmedida pelos bens materiais e poder. Não poderemos jamais ser felizes simplesmente “olhando para o outro lado”. Disse, certa vez, e não há muito tempo, um sábio: “A doença é o justo preço que o homem paga pelo mau uso do Templo”. E esse mesmo sábio, também disse: “O homem não evolui no planeta; e sim, com o planeta”.Em julho de 1816, um barco francês naufragou na costa do Marrocos. Sobreviveram 149 pessoas, que ficaram 27 dias à deriva, sem rumo. O pintor Theodore Gericault realizou um estudo substancial dos detalhes para produzir a pintura “A Balsa de Medusa”. Ele entrevistou os sobreviventes, os enfermos e inclusive viu os mortos. Horrorizado, reproduziu na pintura a íntima realidade humana nesta situação. Na tela podemos ver diferentes atitudes ante a tragédia: Alguns se deixam derrotar e entregam suas forças, não acreditando que a situação tenha solução; outros duvidam de tudo e de todos; e há os que deixam que outros tomem a iniciativa. Mas, por outro lado, alguns mantêm a esperança e incentivam os demais; se esforçam para ultrapassar as dificuldades, em busca da vitória. Mesmo não havendo nenhum navio para resgatá-los, há um grupo decidido a salvar toda a tripulação. Que possamos todos, em nossas pequenas atitudes e ações, confraternizar-nos com nossos Irmãos e com o nosso corpo celeste, entendendo que somos um só corpo.Que nossas intenções se purifiquem, para que purificarmos a nós mesmos e ao nosso planeta.
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