A Visão Sistêmica na Ciência e na Psicologia
Atualizado dia 02/11/2008 00:36:23 em Autoconhecimentopor Instituto AION
"O defeito da concepção de Freud consiste na unilateralidade para a qual sempre tende o ponto de vista mecanicista-causal".
Vemos aqui a tendência em Jung de procurar entender a questão da mente e do psiquismo do ponto de vista não-mecanicista, ou seja, sistêmico e energético. Jung discordava de Freud não só pela definição da energia psíquica, que entendia a libido e unicamente como sendo de natureza sexual, ao passo que para Jung esse conceito aplicava-se a um escopo mais abrangente, como uma energia vital não reduzida ao sexo.
Outra discordância nas duas concepções, residia na questão do inconsciente. Para Freud, o inconsciente resumia-se a uma dimensão individual, ao passo que para Jung, ele toma dimensões coletivas, tem um caráter auto-regulador e do qual a consciência emerge.
Freud entendia que o inconsciente e a própria psique estariam atrelados a um mundo mecanicista, reduzidos a causas biológicas e químicas.
Jung não via nenhuma razão para entender o psiquismo ou a mente como um subproduto de das funções cerebrais. Neste sentido, ele via a vida psíquica mais como um sistema onde a energia tem um papel predominante e, conseqüentemente, não-reducionista, mas finalista, ou seja, “como um meio ordenado a um fim”. Sobre isto dizia ainda:
"A consideração energética é essencialmente de caráter finalista e entende os fenômenos partindo do efeito para a causa, no sentido de que na raiz das mutações ocorridas nos fenômenos há uma energia que se mantém constante, produzindo entropicamente, um estado de equilíbrio geral no seio dessas mutações".
Aqui o caráter sistêmico de sua visão é indiscutível e conforme afirma, ainda:
"A idéia de energia não é a de uma substância que se movimenta no espaço, mas um conceito abstraído das relações de movimento".
A própria definição de Jung para o símbolo e arquétipo possui uma natureza transformadora do ponto de vista energético, como vemos nesta afirmação: “O mecanismo psicológico que transforma a energia é o símbolo”.
As mais recentes constatações da Física Quântica mostram que a realidade não possui uma consistência em si mesma, ou seja, o mundo físico das partículas indivisíveis e do mundo newtoniano dá lugar a uma abstração das relações entre seus processos dinâmicos.
Para a Ciência Quântica, a realidade é vista como uma possibilidade. Jung, já na época em que formulou suas teorias a respeito da mente e do psiquismo, estava familiarizado com esses conceitos, quando afirmou que:
Aquilo que para o ponto de vista causal é fato, para o ponto de vista finalista é símbolo, e vice-versa. Por isso devemos considerar o mundo também como um fenômeno psíquico.
Jung foi pioneiro na abordagem psicológica que transcende os limites da consciência individual e na Psicoterapia direcionada aos aspectos luminosos da mente e não somente aos aspectos doentios.
Posteriormente, outros terapeutas, como Maslow, Carl Rogers e Sullivan consideraram aspectos transpessoais e sociais na abordagem e no tratamento psicológico.
O fato é que, acentuadamente, a tendência das práticas terapêuticas, tanto na psicologia quanto na medicina, é a da visão holística, integrada e sistêmica.
Texto revisado por: Cris
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