A Vítima




Autor Sonia Maria Milano
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/15/2005 9:44:58 PM
Outra forma que aprendemos para nos relacionarmos com os outros é o padrão contrário ao do Herói: a VÍTIMA.
Vítima é a pessoa que se sente inferior à realidade e que se sente prejudicada face aos acontecimentos. É a máscara que a pessoa usa para não assumir a realidade difícil quando ela se apresenta. A falta de vontade de crescer, de mudar da vítima é escondida sob a capa de pressão interna. Vítima é aquela pessoa que só vê a realidade nos seus aspectos negativos: ela sempre vê o que não pode, o que não dá certo. Ela não assume a sua posição na vida e culpa os outros pelo que lhe está acontecendo.
A vítima é a pessoa que transforma sua vida numa grande reclamação: seu modo de agir e de estar no mundo é sempre queixoso; opção esta mais cômoda do que fazer algo para resolver o problema.
A vítima usa o próprio sofrimento para controlar o sofrimento alheio: ela se coloca como fraca para controlar as pessoas ao seu redor. Há nela uma tentativa de enquadrar o mundo dentro daquilo que ela própria criou e assim com um modelo ideal na cabeça, evita entrar em contato com a realidade. A vítima não se relaciona com as pessoas aceitando-as como são, mas da maneira que ela gostaria que fossem.
Colocar-se como vítima é uma maneira de se negar na relação humana, de não estar presente, de não valer nada, de ser mero objeto da situação: querendo ser o todo coloca-se na situação de nada.
Agindo assim não nos damos conta que as grandes dificuldades e limitações do mundo externo são apenas um desafio para o nosso desenvolvimento, se assumirmos o nosso espaço e estivermos presentes. Assim, quanto pior for o doente, mais competente deve ser o médico; quanto pior for o aluno, mais eficiente o professor; quanto pior for nosso filho, melhores devemos ser como pais; assim, quanto pior for o sistema que nos cerca, mais competentes devemos ser com as pessoas que fazem parte dela.
Aí nos colocamos em posição de buscar o crescimento e tomamos a deficiência alheia como motivação para as nossas mudanças existenciais. Ser vítima é fugir da realidade, do erro, da imperfeição, dos limites humanos. O erro existe em nós, nos outros e no mundo. Neurótica é a pessoa que não quer ver o óbvio.
A VÍTIMA É UMA PESSOA ORGULHOSA QUE VESTE A CAPA DA HUMILDADE. O orgulho dela vem de que os outros é que não prestam. A VÍITIMA NÃO QUER CRESCER E USA SUAS DIFICULDADES PARA FAZER CHANTAGEM EMOCIONAL COM OS OUTROS. Ela acha que se sangrar, outras pessoas sofrerão por ela. Isto é uma atitude de vingança. Ela transformou o sofrimento numa maneira de ser. É como se olhasse para a luz e dissesse: que pena que haja a sombra. É como se dissesse para a vida: que pena que exista a morte.
A luz e sombra são faces de uma mesma moeda. A vida é feita de vales e montanhas. Viver é resolver problemas e para cada problema existe uma solução, porque um problema só pode ser verdadeiro se houver solução.
Um dos jogos preferidos da vítima é o do Passado, que consiste em atribuir ao passado a responsabilidade pelo que está acontecendo no presente. Este jogo é paralisante porque transforma numa visão linear a nossa própria vida quando, de fato, ela é dinâmica e estrutural. Através desse jogo escondemos nossa falta de coragem para mudar hoje o que tem que ser mudado.
As pessoas podem viver olhando para a frente, entendendo que hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas, ou então ficar olhando para trás, de costas para a vida. A maneira mais desvitalizada de viver é transformar-se numa estátua de sal, voltado para trás. O passado tem significado na vida somente como um aprendizado, apenas como referência para o nosso presente e não como determinante da vida que nós vivemos hoje.
Viver o presente é aceitar que, humanamente, só podemos ser felizes apesar de alguma coisa que nós somos, o que somos, e que viver é aceitar a co-autoria vivencial entre nós e o mundo, fazendo uma síntese com a vida que nos rodeia.
Estar vivo é a maior das aventuras. Não percamos tempo revivendo o passado, lamentando-nos, sem coragem para lutar. Vivamos o calor inebriante do momento presente, com sabedoria, conscientes dos detalhes, aprendendo com eles, mas não nos prendendo a eles.
Luz e amor!
Sonia Maria
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Texto revisado por Cris
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Sou empresária, escritora, terapeuta e intuicionista. Lidero Movimentos de Conscientização do Feminino. Meu livro “Mistérios do Feminino” ajuda as mulheres trazerem à tona a energia da face feminina de Deus– a energia do amor. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |