A VÍTIMA
Atualizado dia 10/15/2020 10:49:36 AM em Almas Gêmeaspor Vera Bassoi
• Mestre, o que é uma situação de conflito?
R: Toda situação diante da qual a pessoa tem que tomar uma posição, fazer uma escolha.
Cada vez que você escolhe algo, obviamente está desistindo da outra possibilidade, pelos menos provisoriamente. E, então, mesmo que não perceba, cada vez que desiste de uma possibilidade gera, dentro de você, uma insatisfação ou frustração por não poder ficar com tudo. Na grande maioria das vezes que tem que optar, com certeza, aparece a insegurança de estar fazendo a escolha errada, de arrepender-se depois.
Daí vem o medo de não poder voltar atrás, de ser tarde demais para reconsiderar ou reconciliar. Pronto! Quando tudo isto martela na sua cabeça, já está instalado o conflito.
• A gente percebe quando uma situação de conflito está chegando?
R: Não. A gente só percebe quando já se está dentro dela e quando ela se tornou um “problema”.
• O que é um problema?
R: Um problema é uma situação em que você mergulha, e vai afundando cada vez mais, sem enxergar as possíveis soluções. Existem “n” tipos de problemas e “n” graus de profundidade, ou seja, desde a simples incapacidade de escolher o tipo de alimentação, o que é prioritário comprar dentro de um orçamento apertado, por exemplo, até as grandes dores emocionais de um relacionamento em decadência, de um trabalho onde se é explorado e você é obrigado a fazer tarefas que não gosta, a perda de um grande amor, a perda de um filho...
Um problema permanece sendo problema enquanto não se decide sair dele. E, sair dele, significa optar, agir, solucionar, ainda que a solução tenha caráter provisório.
• Existem pessoas que ficam presas no problema por muito tempo?
R: Sim. Existem aqueles que passam a vida inteira mergulhados no problema e acabam se acostumando com a situação. Tornam-se “vítimas” do outro, dos outros, da vida. Claro, sempre tem um “culpado”!
Dizem que querem sair dessa, mas, na verdade, não querem não. Ser “vítima” é um meio que a pessoa encontra para chamar a atenção, para obter o dó, a piedade.
Quem sabe alguém vem ajudar, não é?!
Essa é uma maneira inconsciente que a pessoa encontra para se defender do possível sofrimento por opções que possam, futuramente, lhe trazer remorsos. Então, pelo medo de não sofrer depois, “escolhe” ficar sofrendo agora.
Só que não percebe que o “agora” é sempre o “hoje” e que a sucessão dos “hoje” constituiu o passado e constituirá o futuro. A sucessão dos “hoje” constitui a própria vida.
Conclusão: A “vítima” pode permanecer no “problema” por quanto tempo ela quiser, até mesmo por uma vida inteira. A única coisa que ela não percebe é que, de medo de optar, ela está optando por não optar. E, é óbvio, está optando por ficar paralisada, na inércia, no sofrimento. Inconscientemente encontrou uma maneira muito sutil de manipular as pessoas que vivem ao seu redor, pois, mesmo que não expresse por palavras, a sua atitude grita para todos: "Olha o que fizeram comigo! Vocês são os culpados"!!!
• É comum a “vítima” entrar em depressão?
R: Sim, porque a depressão é um mecanismo de defesa que ela usa, inconscientemente, para não ter que sair do problema e, assim, continuar no jogo da manipulação. Mas é bom esclarecer que nem toda vítima reage da mesma forma. Existem “vítimas” que, ao invés de paralisar, entram numa ação compulsiva de controle, de comando, exigindo que os outros assumam responsabilidades, até mesmo querendo que os “outros” escolham, façam opções, porque assim... se der errado... haverá sempre um “culpado” que, certamente, não serão elas próprias. A vítima do tipo “controladora” pensa assim: “Ninguém presta pra nada! Se não sou eu aqui, a coisa não anda. Vejam só, sobra tudo por cima de mim”!
Há, também, um terceiro tipo de “vítima” – a “indiferente”. Essa é a mais disfarçada de todas. Leva a vida só no piloto automático e usa óculos cor de rosa como os da Poliana. Vai empurrando a vida com a barriga porque... ”fazer o que, não é? A vida é mesmo assim”!!!
Bem, a verdade é que, reagindo de um jeito ou de outro, a “vítima” está sempre manipulando.
• E o que fazer para sair da situação de “vítima”?
R: Decidir acabar com o sofrimento no “hoje” e, para tanto, é necessário desenvolver a coragem para assumir as suas próprias responsabilidades e arcar com as conseqüências das opções feitas. Só assim deixará de manipular os outros e alcançará a liberdade. Quando você liberta os outros, sem dúvida, estará se libertando também.
O medo do futuro desaparecerá assim que a pessoa perceber que é ela mesma que está traçando o seu amanhã com a somatória dos “hoje”.
Concluindo: A maneira de sentir, pensar e agir é que constitui a realidade de cada ser humano, ou melhor, a realidade de cada “eu humano”.
Escrito por Vera Bassoi
Psicoterapeuta, Psicanalista Transpessoal e Pós-Graduada em Psicossomática. Mestre em Comunicação e Cultura. Formadora de Consteladores pelo seu Instituto Vera Bassoi e agora, a partir de 2020, está oferecendo o curso de Pós-Graduação em "Constelações Familiares", em parceria com uma faculdade. Se quiserem informações sobre todos os cursos oferecidos pelo Instituto, basta visitar o site link lá encontrarão as informações entrando no menu em CURSOS E EVENTOS.
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Texto revisado porCris
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Conteúdo desenvolvido por: Vera Bassoi Formada em Sociologia, Ciências Naturais, Psicologia Transpessoal, Psicanálise e especialista em Psicossomática. Desde 1971 é professora universitária e de pós-graduação. Fez Mestrado em Comunicação e Cultura e sua tese foi sobre Constelações Familiares. Em 2020, tem seu próprio curso "Pós-Graduação em Constelação Familiar" cujas aulas são online E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Almas Gêmeas clicando aqui. |
