ABAIXO A TELEVISÃO DE QUALIDADE!

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Autor Claudette Grazziotin

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 12/11/2005 15:33:20


Por Daniel SantAnna, em 11 de novembro de 2005

Resumo: Para nossos “sábios” de plantão, qualidade em TV significa seguir a agenda da esquerda-universitária-organizada-não-governamental.

© 2005 MidiaSemMascara.org


"Sentados frente a frente em ambiente doméstico, informal, entrevistadora e entrevistado protagonizaram, semana passada, provavelmente um evento único em toda a linha cronológica desde a invenção da televisão comercial: ambos vestiam camisetas com a imagem de Che Guevara. O caso se deu na TV brasileira e seus atores eram a modelo Adriane Galisteu e o jornalista esportivo Jorge Kajuru.

Como muitos parentes e descendentes de cubamos desaparecidos, oprimidos ou simplesmente assassinados por obra da ditadura odiosa implantada na ilha, me senti bastante ofendido em ver a foto do guerrilheiro exposta em duplo, espelhada, como se consenso fosse ou devesse ser. Pensei nos pelotões de fuzilamento, nas execuções sumárias. Imaginei o que alguém como Che Guevara poderia fazer a alguém como Adriane Galisteu em circunstâncias históricas apropriadas. Ela certamente não pensou nisso ao vestir a camiseta. E o que pensou Kajuru? Bem, esse certamente não pensou nada.

Quando o espaço da televisão é usado de forma livre, a forma que os programas e atrações adquirem é, antes que exata expressão da cultura “popular”, fruto direto da iniciativa dos profissionais envolvidos. A produção que encontra ressonância junto à audiência se mantém, enquanto aquela que não consegue se sustentar, por conta própria, tende a desaparecer ou ser esquecida em meio a quase uma centena de canais disponíveis, entre os sinais aberto e fechado. O ato de ligar ou desligar o aparelho é ainda soberano, livre e individualizado. O de trocar os canais segue na mesma linha.

Um dos poucos momentos onde o cidadão brasileiro, oprimido pelas exigências do Estado, degolado aos poucos pela tributação excessiva e enjoado com a corrupção política, sente-se em sua plenitude é quando decide o que vai fazer em seu tempo livre. Pode ouvir Mahler, se quiser, Chet Baker, ou folhear um livro com reproduções de Matisse. Pode bater bola na quadra da esquina, ler um livro, ir ao teatro, coçar o nariz ou dormir. Ou pode, para suprema indignação de nossa intelectualidade, ligar a TV e deixar no canal ou no programa que bem entender. Afinal, pensaria o cidadão: “Comprei o aparelho e a mesinha que o sustenta, pago a energia elétrica, até as pilhas do controle remoto foram compradas com meu dinheiro. O que faço ou deixo de fazer em frente a essa telinha é problema só meu.” Certo?

Não, errado. O cidadão brasileiro adulto não tem maturidade intelectual nem emocional para decidir o que pode ou não assistir na TV. Da mesma forma como é despreparado para manejar armas, o é para manejar o controle remoto. Um conselho de “sábios” auto-eleitos quer arrogar-se o direito de decidir o que pode ou não ser gravado, selecionado e mandado para as televisões de todo mundo. A liberdade de expressão e a livre iniciativa deveriam se sobrepor a interesses de grupos isolados e ongueiros profissionais. Infelizmente e cada vez mais, nós brasileiros desacreditamos das leis e confundimos os papéis da justiça e do governo. Um sistema judiciário eficiente pode abarcar quase que a totalidade de nossos anseios por justiça e adequação social através do aparato legal existente e estabelecido. As leis existem exatamente pra isso e a ânsia de regulamentar caminha no vácuo de legislações não cumpridas. Prevendo que a justiça não funcionará, criam-se novas regras que, diferentemente da natureza das leis, funcionam e se aplicam apenas a grupos privilegiados. Pelo específico se toma o genérico, e assim, qualquer manifestação de expressão passa por ofensa individualizada. O resultado disso é colocar a sociedade inteira “na defensiva”, dispondo a torto e a direito de liminares que garantem um direito vago, que não se sabe bem de quem, nem de onde. Tudo que você quiser assistir poderá ser usado contra você mesmo. E, se falar, “vai em cana”. Isto é censura e nada além.

De todo modo, nem toda piada pode ser engraçada. Para nossos “sábios” de plantão, qualidade em TV significa seguir a agenda da esquerda-universitária-organizada-não-governamental. É tratar com servilismo o político corrupto que serve ao propósito de sua revolução particular. É retratar a realidade como um espectro em preto e branco e dotar um dos lados de toda a bondade do mundo, relegando ao outro o inferno moral. É pensar todos iguais, da mesma forma, sobre as mesmas coisas, e igualmente reagir a elas de forma pré-determinada. Fico com as pegadinhas e câmeras escondidas, involuntariamente convertidas em puro exercício de liberdade de expressão. Não preciso assisti-las, mas me conforta a idéia de que possam ser produzidas, exibidas e apreciadas livremente por quem quiser. São bem menos ofensivas e sangrentas que declarações públicas de amor a assassinos como Che Guevara, Mao, Lenin, Stalin, entre outras aberrações. A promoção de suas imagens, como símbolos, agride a memória de suas vítimas tanto quanto a suástica machuca os sobreviventes do holocausto. Em São Paulo comercializar ou portar imagens relacionadas ao nazismo dá cadeia. As relacionadas ao comunismo, igualmente odioso, porém muitíssimo mais prolífico em número de assassinatos, dão foto em coluna social.

Aquele que não segue a cartilha politicamente correta da qualidade na TV é provavelmente contrário também à cultura nacional, e o será também quanto à soberania mesma, e assim sucessivamente. Daí para a censura política proposta por um pateta violento como Hugo Chávez é um passo. E é no início da festa que se evita a bebedeira de uma hora depois. Não admito que ninguém me diga o que posso ou não produzir ou assistir. Apesar de me sentir muito ofendido perante as camisetas gêmeas com a estampa de Che Guevara, não entrei na justiça contra sua exibição. Talvez devesse. Talvez devêssemos."

https://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=4291

Texto revisado por Cris

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