ADMINISTRANDO CONFLITOS
Autor Eda Cecíllia Marini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 10/17/2006 3:27:01 PM
Nada mais atual, presente e pontual do que o tema proposto.
O ser humano, desde que se entende como tal, sempre enfrentou conflitos – pessoais e sociais – e sempre se questionou sobre como enfrentá-los, vivenciá-los e /ou administrá-los.
Nos dias de hoje, com a rapidez da informação e do avanço tecnológico, com as mudanças quase diárias de conceitos e com as exigências da globalização e do consumismo, os conflitos se ampliam e acentuam de forma avassaladora, colocando o indivíduo frente a questões por ele já definidas como resolvidas e que, subitamente, se apresentam aflitivamente duvidosas, deixando-o perplexo e completamente desestabilizado do ponto de vista ético, emocional e, muitas vezes, atingindo até a desestabilização física.
O que é um conflito?
A palavra, por si só, nos transmite todo o seu peso, dando-nos de imediato a sensação de conturbação, tumulto, distúrbio, desencontro; por sua vez, todas estas sensações nos causam desconforto, incômodo e ansiedade.
Por tradição cultural, a tendência é de conflitos sempre serem abafados, abortados, sejam eles sociais ou pessoais, na ilusão de assim serem resolvidos. Na verdade, é este modo de pensar que é uma ilusão. Diz o povo: “Não colocar mais lenha na fogueira”. Mas isto não passa de, para usar outra frase popular, “tapar o sol com a peneira”.
Pois, tudo que é ignorado, abafado, recalcado e pressionado acaba acumulado de tal forma que em determinado momento aflora e, na maior parte das vezes, de modos e em momentos inadequados, causando danos muitas vezes irreversíveis.
Conflitos existem como sinônimo de desafios, os quais servem para testar a capacidade de análise, envolvimento, lucidez e de dar respostas e criar soluções. São ferramentas que a Vida nos dá para desenvolvermos potenciais latentes na alma, para uso próprio ou da sociedade.
Situações e fatos novos representam desafios desconhecidos, trazendo ansiedade e conflitos, merecendo reavaliação de posturas e de valores pessoais e de relacionamento.
É bom viver em ou no conflito? Claro que não!!!
Por isso, é preciso aceitar sua existência, analisá-lo, entendê-lo, sem vaidade ou falsa modéstia; enfim, administrá-lo com lucidez e sabedoria, para que se transforme em satisfação, prazer e paz.
Administrar significa organizar, harmonizar os diferentes elementos ou aspectos de uma situação; significa observar, analisar e conviver com diferentes pontos de vista, entendê-los e, com bom senso, reordená-los harmoniosamente para um resultado final positivo para todos os elementos envolvidos.
Implica em respeito, imparcialidade, isenção de ânimo, tolerância, flexibilidade, boa vontade e sobretudo compaixão. E muita, muita calma. Sabedoria.
Administrar conflitos pede também uma meta – seja esta no campo íntimo (autoconhecimento, paz interior ou conquista profissional, por exemplo), familiar,ou empresarial (maior lucratividade, ampliação da empresa, etc); atingir esta meta exige disciplina, objetividade, boa vontade e firmeza.
Sobretudo nos conflitos de relacionamento, onde entra o universo de emoções, sentimentos e pensamentos de todos os envolvidos, a coragem, a tolerância, a impessoalidade e a calma são quesitos básicos indispensáveis.
A calma permite que os sentidos se agucem, a observação se afine e assim se possa atingir mais facilmente as causas, motivos e comportamentos que originam os desentendimentos.
Na calma escuta-se e compreende-se exatamente o que está acontecendo, isto é, há a compreensão ampla e correta da mensagem que está sendo transmitida, sem distorções. Na calma, usa-se em profundidade o aparelho sensório, a mais refinada ferramenta de que o Universo dotou o homem para sintonizar as faixas mais sutis.
Na calma, há a expansão da sensibilidade pessoal, agente ativo do entendimento.
Por tudo dito até agora, conclui-se que administrar conflitos pede paciência, filha da calma.
Paciência mas não imobilismo. Pede modéstia mas não vitimismo ou submissão; autoridade, nunca autoritarismo; firmeza, não agressividade. Exige sim, coragem e respeito para conviver com o próprio ego e com o dos outros, com emoções e opiniões diferentes, com atitude, educação e - por que não? - gentileza, com o grupo e consigo próprio, sem culpas ou cobranças.
Por isso, administrar conflitos é uma arte da alma, cujos resultados beneficiam todas as partes envolvidas - conflitante e administrador.
Conflitos pessoais bem articulados e administrados geram indivíduos satisfeitos, relaxados, calmos, flexíveis. Trazem progresso pessoal, sob vários aspectos.
Conflitos sociais e de relacionamento bem administrados trazem progresso social de modo globalizado, pois tudo se move em forma de onda, tudo é inter-relacionado. É pacificação.
Assim sendo, todo aquele que se harmoniza interiormente está automaticamente contribuindo para a harmonização da humanidade, dissipando a sombra, fazendo a luz.
É a paz materializada.
Avaliação: 5 | Votos: 22
Tels. 11 4427-5783 e 11 98224-0280 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
