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Ah! É isso? (primeira parte)

Atualizado dia 17/03/2008 14:21:08 em Autoconhecimento
por Lucya Vervloet


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Perceberam que desde a manhã até a noite, no espaço de vigília, temos sempre os mesmos padrões de pensamentos, alguns insistindo em nos torturar, gastar nossa preciosa energia e nos fatigar? Anulando e atrapalhando nosso bem estar geral e nossas perspectivas de começar mais um dia com otimismo e alegria? Ou é só comigo que isso se passa? E quando algumas noites são mal dormidas onde uma sinfonia desafinada numa corrente ininterrupta de palavras sem significado tagarela sem parar! Irritante, não é mesmo? Sem falar em alguns sonhos recorrentes os quais ainda devemos anotar e investigar o que querem “dizer”! É muita confusão para um estágio tão curto por um lindo planeta multicor, pleno de desfrutes, sensações inebriantes, oportunidades de êxtase e plenitude. Então, quando se vive realmente? O que estamos esperando?

A única solução conhecida e de grande eficácia é a meditação em suas várias formas. Quem medita já percebeu a alegria que surge logo após estes breves momentos de quietude da mente. Apenas 20 minutos pela manhã e 20 minutos pela noite podem fazer a diferença. Para complementar o processo, estou também aproveitando para fazer uma sesta de 20 a 30 minutos logo após o almoço. Quase divina a sensação de paz e harmonia, claridade mental e relaxamento muscular.

Nos mosteiros Zen existia e deve ainda existir tal disciplina que descrevo abaixo, orientada para se atingir a iluminação. Para nós, ocidentais, talvez possa parecer um pouco estranho e desproporcional. Mal comparando, assemelha-se a um regime militar às avessas, penso eu.

Trata-se da aplicação de koans (documento público), traduzindo do chinês. Significa que cada um de nós traz consigo um “documento” ao nascer e deve procurar compreendê-lo antes de morrer. Para dar início ao despertar do discípulo, o mestre lhe faz uma pergunta que nos soa mais como um disparate. No entanto, o koan (problema) está dentro de nós. O que o mestre faz é trazê-lo à consciência para que possa ser decifrado.

Um exemplo poderia ser a seguinte questão feita desta vez por um discípulo: Como as pernas de uma galinha podem se parecer com as de um porco? E a resposta, então: Quando comeres toda a erva do campo em apenas uma bocada, posso te dizer. Absurdo, não é? Realmente, tal proposta não pode ser compreendida com o intelecto. Mas tem-se notícia de que tipos de observações semelhantes podem vir a romper a inconsciência de quem pergunta. Ridículo, diríamos nós! Mas este exemplo é leve em relação às outras intervenções aplicadas nesses mosteiros. Podem variar para chutes, pontapés e pescoções, depende da ocasião!

O que acontece realmente é que estamos tão habituados, engessados em nossos conceitos sobre coisas e pessoas que não nos damos conta de que é por esta razão que ficamos presos ao relativo. E pensar que a vida real se passa ao longo disso tudo... Além da mente, além do ego, além de nossas pequeninas criações, caprichos e vaidades... No absoluto de nosso Ser.

Mas a boa nova é que ninguém mais precisa se isolar para obter a iluminação, ao contrário, o que se vê são os já iluminados saindo dos mosteiros para disseminar conhecimento e luz, auxiliando a humanidade a trilhar o caminho da consciência. Isso me faz tão feliz, tão otimista em relação ao nosso futuro que muitas das tristezas e decepções do passado estão se dissolvendo, tomando a devida proporção e dando-me a sustentação necessária para continuar, apesar de todos os desafios que ainda temos pela frente, tanto individualmente quanto no coletivo.

Estamos numa época de concretizar o que foi exaustivamente questionado e idealizado no passado. Muita informação está sendo divulgada em tempo recorde e para um número maior de pessoas ao mesmo tempo. Os opostos alinham-se, alinhavam-se e encontram-se no infinito. A ciência finalmente aceita a idéia de um Deus vivo, presente e manifesto. Desde Fritjof Capra, com o Tao da Física, que deu-se a tentativa de desvendar o místico. O que estava oculto, o que era segredo não o é mais. Aos poucos a aldeia global vai tomando forma. Podemos, enfim, ter um viver mais atuante, com mais livre arbítrio, consciência e autonomia. Podemos agir com mais liberdade e apoio cósmico em prol do bem comum. Muitas pessoas se organizam em torno de um objetivo evolucionário maior e estão obtendo sucesso. Estamos sendo constantemente impulsionados para cima, para a transcendência e para a tão aguardada maturidade humana, a tão esperada “Era de Ouro”.

A necessidade de retorno se faz cada vez mais premente, ou seja, a mente material precisa colocar-se a serviço da mente espiritual e não o que infelizmente ainda ocorre à nossa volta. A luz está aqui e agora e não mais num além distante. Outrora tão longe dos reles pecadores que deixaram o Reino para mendigar!

Assimilar todo este processo de forma alegre e confiante é a tônica da nova espiritualidade. Quem não tem medo da real felicidade depois de tantos milênios de agonia, dor e sofrimento? Quem não sente um “friozinho na barriga” ou um “aperto no coração” diante do desconhecido, do êxtase, do mistério? Sei que não estou sozinha nessa!

A mente “mente”; ela tem muito medo também e por isso nos autosabotamos há tanto tempo. Preservação da espécie? Loucura? Ambos?

Como nos tempos adolescentes, em toda sua pureza e ingenuidade, corpos, mentes e egos preparam-se, tateando no escuro, à espera do grande e sagrado momento da experiência orgástica suprema, cósmica, fulminante, arrasadora e inebriante, o grand finale... O ah! É isso!

Continua...

Lucya

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Lucya Vervloet   
Astrologia (básico na Regulus/SP) e autodidata. Participei de workshops de Runas, Tarot místico/terapêutico com Veet Pramad. Estudei Numerologia e quirologia. Iniciei-me na energia Reiki. Estudei 12 meses do Curso de Psicanálise/ES. Com uma visão universalista da vida dediquei-me ao aprendizado de idiomas e culturas estrangeiras.
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