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Alguma coisa me leva a trair...

Atualizado dia 15/06/2007 18:02:10 em Autoconhecimento
por Alex Possato


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Aquele casamento era o fim das aventuras, dos romances, das traições! Era exatamente o que Alberto tinha em mente quando reencontrou o grande amor da sua adolescência. O coração batera forte como nunca e a atração não era sexual como fôra tantas vezes antes, em seus inúmeros casos desfeitos, dois filhos deixados para trás e tantas mulheres desconsoladas pelo caminho...

Ainda jovem, encaminhados profissionalmente, na faixa dos trinta, os dois poderiam formar uma família feliz, ter filhos, construir a vida financeira, o sonho de qualquer família que se inicia.

E assim aconteceu: Alberto, estatura baixa, longos cabelos loiros e olhos azuis, um ar de “preciso de carinho” que também podemos perceber em alguns atores de Hollywood, estava decidido a estabilizar sua vida. Raquel, sua esposa, cabelos negros, bonita, com o peso acima da média, era muito jovial, inteligente e também queria um relacionamento sério após um casamento frustrado. Viveram os primeiros dois anos muito bem. Habitando o pequeno apartamento de Raquel, numa rua tranqüila da zona oeste de São Paulo, tinham muitos amigos, faziam festas, viajavam, se divertiam, a vida sexual ia de vento em popa. Nasceu a primeira filha e justamente no dia do parto Alberto tomou um porre. Teria sido natural não fosse o seu histórico de bebedeiras desde a adolescência. Mas ninguém notou exatamente um problema.

O consumo de álcool foi ficando progressivamente mais acentuado e Raquel começou a ver seu marido se distanciando pouco a pouco. Muito preocupada em ser uma boa mãe apegou-se em cuidar da primeira filha com zelo excessivo e exatamente por isso não conseguiu realizar grandes esforços em busca do marido cada vez mais fugidio. Brigas, cobranças e reclamações começaram a fazer parte da rotina daquela casa. Partiam sempre de Raquel, já que Alberto era muito silencioso a respeito de seus sentimentos: era muito difícil para ele se abrir, embora desse para ver por seu comportamento que estava passando por intensas cobranças interiores. No nascimento da segunda filha já havia um cheiro de traição no ar. E era real. Nesse período Alberto já estava se relacionando com outra mulher, com quem acabou tendo outro filho. Era o fim do sonho de estabilidade familiar. A história se repetiu novamente: tanto um, quanto a outra não deram certo na vida sentimental, tal qual ocorrera anteriormente.

O sistema das Ordens do Amor influenciam os relacionamentos

Por que o relacionamento entre Alberto e Raquel não deu certo? Os dois estavam “vacinados” por relacionamentos frustrantes. Eram inteligentes, não tinham problemas financeiros, se amavam de verdade... Alberto queria ser pai, marido, profissional respeitável, mostrar o seu valor. Raquel queria ser mãe, ter estabilidade financeira, ser uma esposa carinhosa e dedicada, ser acolhida pelas pessoas. Nada disso demonstrava razão para não dar certo a relação. Certo? Errado!
Um relacionamento não vai dar certo porque alguém quer ser um bom marido ou alguém quer ser uma boa mãe. O querer não influencia nada, pois o querer geralmente é baseado em crenças, idéias transmitidas pelos pais, professores, sociedade em geral, e não refletem as sensações mais profundas da alma humana, que é onde reside o amor.
Não é necessário querer, porque o amor está em tudo e em todos. Então, como fazer dar certo num relacionamento?

Boa pergunta! Os relacionamentos são influenciados pelo sistema das Ordens de Amor, conforme explica o octagenário psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, criador da revolucionária terapia de Constelações Familiares. “As Ordens de Amor são forças dinâmicas e articuladas que sopram e revoluteiam em nossas famílias ou relacionamentos íntimos. Percebemos a desordem que sua turbulência nos causa – como as folhas percebem o redemoinho – sob a forma de sofrimento e doença. Em contrapartida, percebemos seu fluxo harmonioso como uma sensação de estar bem no mundo”, diz Hellinger.

Quando o sistema das Ordens de Amor é desestabilizado, muitas vezes devido a atitudes e sentimentos de nossos pais ou avós ou por existir alguém que foi discriminado e excluído do sistema familiar, por mais que uma pessoa tente “dar certo”, alguma coisa a leva a ter atitudes que trazem sofrimento. Para que haja o reequilíbrio do sistema é necessário reconhecer as Ordens e aceitá-las profundamente. Isto é feito num trabalho denominado Constelação Familiar, prática que é realizada em grupo ou individual e traz mudanças imediatas a todas as pessoas que participam.

O que desequilibra o sistema das Ordens de Amor

É bom frisar que o que desequilibra o sistema não é ruim. E o que equilibra não é bom. O fogo aquece a comida. Mas também queima um hospital. As Ordens de Amor não comportam conceitos moralistas e valores baseados em julgamento de bom ou mal: elas simplesmente se mostraram – não foram inventadas - através da observação de Hellinger durante décadas de trabalho com grupos e terapia.

E uma das coisas mais notáveis que ele verificou foi a questão de que as pessoas estão ligadas umas às outras dentro da família, de uma forma que a biologia atual teoriza como campo morfogenético. Esta ligação é muito mais intensa e não requer o conhecimento entre os parentes. Características de comportamento, emocionais e até de metas e vontades são transmitidas de um para outro membro da mesma família e também de pessoas que tiveram envolvimento emocional intenso (amantes, namorados, primeiros parceiros de casamento).

Pessoas excluídas dentro desse sistema necessitam ser incluídas, pois as Ordens de Amor simplesmente transmitem a exclusão até que aja a inclusão. Crianças abortadas, amantes abandonados, pessoas assassinadas, suicidas, parentes esquizofrênicos, todos devem ser incluídos. Esta é a segunda descoberta muito importante dentro da Constelação Familiar: todas as pessoas, sejam elas deficientes, infiéis, com condutas sexuais não convencionais e até criminosos têm o direito de pertencerem ao grupo. As constelações familiares demonstram que existe amor dentro de todos e todas as atitudes são influenciadas diretamente na busca inconsciente do equilíbrio entre o dar e receber amor.

Por mais contraditório que possa parecer, é devido ao amor inconsciente aos nossos pais, irmãos e outros familiares que às vezes somos conduzidos a tomar atitudes que causam o nosso próprio sofrimento. Brigas, traições, divergências em partilhas, depressão, fugir das coisas que dão prazer e bem-estar, tudo isso e muito mais pode estar ligado a um desequilíbrio no sistema das Ordens de Amor da nossa própria família, onde assumimos responsabilidades e cobranças que não são nossas.

Mas o Amor tem o dom de restabelecer o equilíbrio e trazer a harmonia ao sistema. É um amor muito mais profundo do que a simples palavra amor. É um amor de aceitação. É um amor de respeito aos que vieram antes. É um amor de entrega. É um amor de reconhecer e aceitar a própria atitude. É um amor que não cobra nada de ninguém. É um amor que não vem pela mente e é sentido em todo o corpo. Este é o amor curador que surge nas Constelações Familiares, uma das mais incríveis técnicas psicoterápicas da atualidade.

Aruanan
Terapia de Constelação Familiar Sistêmica e Consultoria Pessoal
www.nokomando.com.br

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Alex Possato   
Terapeuta sistêmico e trainer de cursos de formação em constelação familiar sistêmica
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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