Amadurecimento e dor!



Autor Paulo Salvio Antolini
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 4/22/2012 5:15:37 PM
Amadurecimento e dor!
Dia dessa semana fui questionado se o processo de amadurecimento de uma pessoa, inevitavelmente passa pela dor. Sim. Não há como evitar. Por mais abertura que possamos ter para recebermos e enfrentarmos as novas situações, há sempre algumas, as que nos são mais intensas, que despertam a dores interiores.
Amadurecer significa estar preparado para, estar pronto. Isso se dá não apenas através da compreensão racional, mas associado a ela, o equilíbrio emocional para saber agir e manifestar as emoções que os fatos despertam.
É comum em nossos consultórios vermos lágrimas sentidas escorrerem pelas faces de pessoas que acabaram de identificar alguma participação pessoal em episódios de discórdia, descobrindo que também foram responsáveis pela ocorrência da desavença e que acreditavam terem sido apenas vítimas delas.
Se amadurecer é estar pronto, lembremos que não existe definições e parâmetros a serem atingidos para que se possa falar que estamos prontos. Uma mãe zelosa, que sempre se dedicou ao marido e filhos, em um determinado dia percebe que eles estão distantes, não dão a ela a atenção que ela gostaria e que a reciprocidade de toda essa dedicação não existe da forma como ela quer. Muitas dores surgem só desse exemplo. Ela sabe, em discurso, que criou seus filhos para a vida, mas em querer, falta a atenção maior, eis aqui uma dor. Ela descobre que está cobrando pelo que esperava receber deles, sendo severa e injusta, pois do jeito deles, os filhos, eles dão atenção a ela, eis aqui outro motivo para a dor. Sabe que os filhos possuem uma série de afazeres, além de interesses próprios que impedem a presença constante. Continuando a busca das insatisfações descobre que dedicou toda sua vida a eles, deixando de cultivar momentos pessoais que lhe era importante e hoje não tem vida própria, outro motivo de dor.
Não é simples estar pronto para o imprevisível. Pois como dissemos, não há parâmetros, há apenas uma postura equilibrada frente ao que possa ocorrer. Não significa também que uma pessoa amadurecida não se choque ou se surpreenda com alguns fatos, porém a manifestação dessas emoções é que se diferem.
No mundo dos negócios, mais se destaca quanto maior for o equilíbrio emocional de executivo, pois isso lhe dá a condição de, mesmo se surpreendendo, não reagir emocionalmente. Ele até verbaliza sua emoção, mas não age impulsionado por ela. Faz toda a diferença.
No exemplo familiar, se o filho fala ao pai que não passará os feriados com eles, pois lhe é mais importante estar viajando com a namorada, o explosivo iniciará uma série de ataques do tipo "você não nos ama", "só pensa em você", "essa é uma das poucas oportunidades de estarmos juntos" e assim por diante. O pai que, mesmo surpreendendo-se com a atitude do filho compreende efetivamente que o filho tem vida própria, poderá até dizer: "pensei que gostaria de estar conosco", mas não criticará o filho por não ficar. Reconhece que também é uma das poucas oportunidades do filho sair com a namorada. E mais do que isso, não ficará julgando que o filho o ame menos por conta disso. Sabe que a opção do filho não é de ou amo um ou amo outro.
Muitas vezes, nos sentimos entristecidos por termos situações diferentes das esperadas, das desejadas e isso é natural. Nem tudo é como gostaríamos e nem por isso o mundo está contra nós. Amadurecer é também saber lidar com frustrações. Lembro aqui dois outros artigos já publicados, "Amadurecer ou rebelar-se!" e "Dor e sofrimento."
Amadurecer é também desprender-se. Amadurecer é saber que a dor que o próprio amadurecimento causa nos faz crescer. Quanto mais amadurecemos, menos egoístas nos tornamos.









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