Amai os Inimigos
Autor Guilhermina Batista Cruz
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/24/2004 8:32:12 PM
Aprendestes que foi dito: “Amareis vosso próximo e odiareis vossos inimigos.” Eu vos digo: “Amai os vossos inimigos; fazei o bem àqueles que vos odeiam e orai por aqueles que vos perseguem e vos caluniam, a fim de que sejais os filhos de vosso Pai que está nos céus, que faz erguer o Sol sobre os bons e sobre os maus, e faz chover sobre os justos e os injustos. - Porque se não amardes senão aqueles que vos amam, que recompensa disso tereis? Os publicanos não o fazem também? E se não saudardes senão os vossos irmãos, que fazeis nisso mais que os outros? Os publicanos não o fazem também? Eu vos digo que se vossa justiça não for mais abundante que a dos Escribas e dos Fariseus, não entrareis no reino dos céus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 43 a 47.)
“Se não amardes senão aqueles que vos amam, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida amam também aqueles que as amam? – e se fazei o bem sómente àqueles que vo-lo fazem, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida fazem a mesma coisa? E se vós não emprestais senão àqueles de quem esperais receber o mesmo favor, que recompensa tereis, uma vez que as pessoas de má vida se emprestam mutuamente para receber a mesma vantagem? (S. LUCAS, cap. VI, vv. 32 a 36.)
COMENTÁRIO
Amar os inimigos é a aplicação mais sublime da caridade, levando-se em consideração as palavras de Jesus de que devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos, visto que essa virtude constitui uma das maiores conquistas sobre o egoísmo e o orgulho. Tal manifestação de amor não será a mesma que exprimimos a um ente que nos é querido e não será acompanhada da mesma ternura que alimentamos para com aqueles que nos são mais solícitos e nos correspondem de maneira mais carinhosa. Não poderemos ter também a mesma confiança reservada a quem nos inspire reciprocamente o ódio. Não pode ser uma relação falsa, pois nunca será da mesma forma que quando estamos com um desses que nos tocam o íntimo de maneira mais serena. É uma lei da física a atração e repulsão dos fluidos, sentimentos e afinidades. Sabemos que de acordo com os pensamentos que emitimos, nossos melhores fluidos vão juntos se resultantes da simpatia, e mais pesados se resultantes da antipatia. O que queremos deixar bem claro, é que não devemos alimentar pensamentos antagônicos para com aqueles que nos provocam sentimentos de repulsa, como também sentimentos de ódio, rancor ou de vingança, assim como quando vemos uma pessoa de quem não gostamos passar por um problema sério e dizermos: “bem feito, teve o que merecia”, esse é o tipo de pensamento que Jesus nos incita a controlar, e visto que somos falíveis, também poderemos passar pelo mesmo problema, daí vem o “não devemos julgar o próximo”. Temos que aprender a perdoar assim como gostaríamos de sê-lo quando cometemos alguma atitude menos agradável ou ação que produza prejuízo a alguém, mas que conseguimos ocultar por nossa esperteza, e ela passa muitas vezes despercebida. Só pelo fato de que àquele a quem temos aversão não conseguiu progresso moral, não quer dizer que sejamos mais perfeitos. Essa é a idéia mais aproximada que podemos ter em relação ao que Jesus quis nos dizer em relação a amar ao nosso inimigo. Não alimentemos os nossos sentimentos de ira, rancor e ódio, pois somos nós mesmos os mais prejudicados. Essa atitude encerra um procedimento simples, mas difícil de ser aplicado. Se não nos é lícito odiar, não devemos também humilhar, mas precisamos amar aos inimigos e mesmo ter condescendência em relação às suas atitudes, porém não fazermos disso uma arma que o atinja na sua dignidade, demonstrando com esta atitude o nosso orgulho, o qual detestamos no nosso “inimigo”. Devemos ser indulgentes, procurando não ferir o amor próprio daquele que consideramos ser nosso desafeto. Muitas vezes aqueles irmãos que julgamos mal não têm a mínima intenção de serem nossos inimigos, mas, nós com nossa maneira de pensar, assim o avaliamos. Em vista disso devemos ter em mente que não podemos criar barreiras à nossa volta, impossibilitando uma reconciliação com eles. O caminho para nós quanto a isso é resolvido muito coerentemente pelo entendimento que o próprio Jesus nos deu de vida futura, e de ressarcimento de dívidas passadas, além é claro do processo reencarnatório, em que poderemos ter aquele irmão como um nosso parente próximo para aprendermos a amá-lo e nos ajustarmos a fim de caminharmos em direção a nossa evolução mais rapidamente. É evidente que muitos desses desentendimentos seriam inexistentes se fossemos menos orgulhosos, pois o orgulho é que, na verdade, alimenta a nossa fúria, mas notem que aquele que se sente inatingível, pela humildade de espírito de que é investido, não leva tudo em consideração e nem se perturba com determinadas declarações de animosidade alheia. Como tão bem nos diz Adolfo, Bispo de Alger, Marmande, 1861.E.S.E “Só é verdadeiramente grande aquele que, considerando a vida como uma viagem que tem um destino certo, não se incomoda com as asperezas do caminho, não se deixa desviar nem por um instante da rota certa".
O Evangelho Segundo o Espiritismo –
Capítulo 12 – Amai Os Vossos Inimigos
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