AMOR E RUPTURA
Autor Inês Bastos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/10/2008 12:50:20 PM
“Afinal, para onde foi o amor?” tem sido uma pergunta recorrente! Para todos os lados que olho, vejo pessoas perdidas nas próprias fantasias ou nas recentes descobertas pessoais, tidas como evolutivas.
Venho questionando porque sempre que damos um passo à frente, sentimos algum progresso, novos impedimentos aparecem. Esta coisa não tem fim, resmungo eu sempre!
Se como dizem, os homens são de Marte e as mulheres de Vênus, será que nestes lugares há amor ou só há diferenças? E aqui na Terra, o que é prá ser? Dois extraterrestres tentando se juntar, cada um a sua maneira, só resulta em desunião, os sumiços, os silêncios, as tristezas e as desesperanças. Parece que duas etnias numa só caverna não é um relacionamento para dar certo até agora, entrando no século 21.
Vemos que o distanciamento e o culpar o outro, também são comuns nos relacionamentos amorosos e fala mais alto que a troca de idéias, os ajustes e o crescimento consistente. Ninguém ouve ninguém. Dizemos que as mulheres são muito detalhistas nas questões do afeto e os homens muito fugidios nos assuntos do coração. Parece que eles têm algo no bolso que é mais importante, mais fácil de ser visto, medido, e comparado. Mas também, quem poderá afirmar que é sensato dialogar com a lua e suas marés, TPMs, crias, laptops, cabelos, secretárias, escarpins, botox, empresas, e mil e umas sensações?E pensar que buscamos um ao outro todo o tempo, como complemento!!!
O outro é nosso espelho, nosso motivo para o crescimento, nosso outro eu. Talvez tanta dificuldade seja porque somos indefiníveis. Palavras e formas são absolutamente poucas e pequenas demais para cada um de nós. Talvez por isto dizem que somos luz, brilho...ou talvez só reflexos. Será que temos a qualidade de poder escolher o que refletir? Se vissemos em tudo a leveza, a essência e a transitoriedade, refletiríamos isso e seríamos como um farol, como a natureza nos vê. Só de imaginar já sinto um certo brilho!
Difícil ser fácil com o outro, se é impossível para nós mesmos. Felizmente temos o outro para nos dizer como vamos e se entendemos, nos tornamos conscientes e nos regularmos um pouco mais. Mas, se tudo no mundo nos tira desta observação, como poderemos progredir e viver melhor, com mais paz? O controle remoto da vida nos tira da realidade e nos leva ao mundo fantasioso em um flash. Os carros blindados asseguram mais que palavras de confiança mútua. As mulheres turbinadas alegram mais que companheiras em evolução. Disputas ganhas no trabalho trazem mais confiança que a realização plena. As repetições inconscientes pairam sobre nossa cabeça em pleno vôo para a Nova Era.
A consciência esperada para este futuro próximo parece promissor, mas no dia a dia, também nos faz solitários. Os homens e mulheres se afastam por motivos inconversáveis. Que dimensão é esta que todas as diferenças são intoleráveis? E como podemos nos elevar e sentir a união entre os parceiros sem a aceitação da vida? Como se integrar ao outro, homem e mulher, para sermos pacíficos e solidários?
Já estou certa que não tem mesmo nada lá na frente....lá no futuro....do lado de lá....prá lá de Bagdah!!!! O negócio é lidar com o aqui e agora e como não é fácil, enlouquecer um pouco pode ser uma boa solução. Rir de tudo, de todos e de nós mesmos, crer que está tudo certo e não pensar muito e sim, sentir um pouco mais e ponto final.Quem sabe, observar os passarinhos que voltaram as grandes cidades e ser como eles, que não se preocupam com o dia de amanhã, apenas cantam e voam de galho em galho. Talvez ver bocas mexendo sem julgar os sons que delas saem porque não devem interferir em nada na nossa vida. E procurar a paz para poder viver melhor, porque ela, definitivamente não faz sentido algum!!!!
A vida é uma ilusão de várias possibilidades, como tudo é energia mesmo, não dá prá agarrar nada. Não há regras para viver. No amor ou na ruptura, tudo é também parte da história, e a separação é só o lado B do amor. A dor amorosa não serve para nada, só nos dá a dimensão da perda, mas nos traz para dentro de nós mesmos, dando um tempo para voltar ter nosso poder de volta.
Texto revisado por Cris
Imagem do STUM
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