Amor perene
Atualizado dia 4/23/2006 5:07:35 PM em Autoconhecimentopor Daniel Ferreira Gambera
Coitados,
Foram discípulos do medo.
Com seus amares distorcidos,
Com tanto empenho
Me ensinaram
A esquecer
O que eu já sabia,
Para aprender
A como apagar
De minha vida
A presença
Do amor perene.
Meus tutores,
Perdidos,
Escolheram a sabedoria ruidosa
Das multidões
Ao invés das palavras
Sensatas das pessoas
Que lhes sussurravam
Ao coração.
Atordoados,
Ainda erguem seus punhos
E exclamam
Sua auto-proclamada sabedoria,
Sua força sobre-humana.
E,
Em segredo eu choro.
Que triste será
Ter passado pela vida
Sem ter reconhecido
As pessoas
Que,
De uma forma ou de outra,
Trouxeram um cuidado verdadeiro,
Um carinho,
Uma lição escondida,
Às vezes no silêncio,
Ás vezes na ausência,
Às vezes em um olhar.
Meus tutores,
Amados,
Ainda pesam em
Meus pesadelos,
Pois de seu
Mundo perdido,
Ainda não consegui,
Completamente,
Me livrar.
Carrego ainda um fardo
De lições tolas
E exaustivas
Na sombra minha
Que não vejo.
Meus tutores,
Mesmo que tolos,
Foram
Mestres perfeitos,
Ao me ensinarem
Aquilo que não entendiam,
Ao me darem
Aquilo que não tinham,
Ao me exigirem
O que não podia ser feito.
Com suas trapalhadas sisudas
E confusões austeras,
Tornaram impossível
Que eu não seguisse
O caminho correto,
Ao tentar desvencilhar-me
De sua sapiência insana.
E hoje,
Amo-me mais
Do que antes,
Pois tive que
Descobrir,
Com empenho,
O que não me pertencia
E o que era meu.
Menos escuras
Fossem essas lições,
Talvez eu as aceitasse,
E passasse mais esta vida
Sem me reconhecer.
E, enquanto isso,
O amor perene
Continua, como estava,
Aqui do lado,
No som da chuva,
No canto das aves,
Nos raios do Sol,
No cheiro do mato,
No prazer de existir
E em tantas outras coisas mais.
A diferença
É que agora,
De vez em quando,
Eu consigo
Saber...
Eu consigo
Ver,
Ouvir
E sentir.
Texto revisado por Cris
Avaliação: 5 | Votos: 17
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