ANANDA
Autor Hellen Katiuscia de Sá
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/22/2005 9:31:08 PM
Ananda estava com sua aparência de quando era criancinha de seis anos de idade. Encontrava-se na casa do Mestre. Havia também outros adultos junto com o Mestre; estavam aprendendo com ele o dom de ser livre e o que era a liberdade. Havia apenas Ananda de menina no meio deles. Estava sempre quieta observando tudo.
A casa era revestida de paredes de pedra opacamente brancas, ainda muito cruas. Havia uma névoa do lado de fora, mas o sol estava na altura da janela que estava aberta... e qualquer um podia tocá-lo caso esticasse as mãos para fora da casa.
Então, Ananda, com os olhos muito atentos, virou-se para o Mestre: “Meu Pai, o que é liberdade? Porque muitos homens lá embaixo, na Grande Terra Batida brigam tanto por ela?”
Docemente o Mestre carregou a menina e sentado num banco de madeira muito rústico em frente à janela aberta, aconchegou Ananda em seu colo. “Dócil criança, liberdade é isto aqui...” O Mestre esticou um dos braços para fora da janela e tocou o sol. De lá ele trouxe sua mão fechada, abrindo-a para Ananda. Havia uma bola muito brilhante em sua mão e ele a entregou à menina.
“Criança, isso aqui é a Liberdade pela qual todos os homens da Grande Terra Batida brigam e procuram roubar um dos outros. Não compreendem que liberdade não se compra nem se vende...”
Então, o Mestre colocou Ananda de pé à sua frente e pediu para que ela segurasse a esfera em suas mãozinhas. E continuou: “Você irá nascer na Grande Terra Batida, sofrerá muito até esgotarem-se suas forças, pessoas irão testar sua paciência e quererão roubar a juventude e a alegria da sua criança interior...”
E nesse momento o Mestre segurou a menina firmemente e olhou-a bem nos olhos: “E quando você chegar no seu limite, Ananda... você deverá entregar essa bola de luz justamente para a pessoa que você mais ama e que ironicamente será a mesma que menos compreenderá você.”
“Mestre, isso é tão difícil! Como vou conseguir entregar algo tão bonito a alguém que não me compreende?”, perguntou a criança.
"Apenas perdoe-lhe e assim a bola de Luz que você carrega surgirá no peito dessa pessoa. E você, doce Ananda, lembrar-se-á de que é livre, que sempre foi livre desde que nasceu..."
Ananda se concentrou muito para não esquecer desse ensinamento: liberdade é um presente que se dá com o perdão. Mas durante a vida inteira desde quando nascera na Grande Terra Batida, não lembrava exatamente que deveria fazer isso quando chegasse ao seu limite para não se revoltar. Mas ela, inconscientemente assim o fez...
Hellen Katiuscia de Sá
22 de agosto de 2005
Esta historinha foi um sonho que tive hoje pela manhã. A menina era eu aos seis anos de idade, mas no sonho me chamavam de Ananda.
A seguir, um trecho retirado do texto "TODAS AS FORMAS DE SER FELIZ":
“Mestres no assunto, budistas, hinduístas e escolas filosóficas, como a milenar ioga, estudaram e classificaram diversos níveis de felicidade. Para se ter uma idéia, em sânscrito, antigo idioma hindu, existem pelo menos 30 palavras para descrevê-los. Entre elas, existe uma para identificar o prazer transitório (sukha), outra que indica o contentamento (santosha), uma para a felicidade espiritual (mudita) e uma quarta, que expressa a felicidade suprema (ananda).”
FONTE: link
Texto revisado por Cris
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