Andar em Círculo

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Autor Marcos Spagnuolo Souza

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 10/22/2012 9:08:25 AM


No Livro Tibetano dos Mortos, há uma cena que descreve a nossa jornada na vida. A maioria das pessoas segue uma trajetória em forma de círculo e volta rapidamente para a Terra com o objetivo de reencarnar. Nasce, vive, morre, reencarna, sempre percorrendo o mesmo círculo por milhares de anos.

O nosso maior problema é justamente a nossa necessidade de reencarnarmos e sempre reencarnaremos enquanto formos ego. Sempre seremos ego enquanto vivenciarmos o espaço/tempo/forma e esses três elementos são responsáveis pela emersão de todas as nossas características. O ego possui certeza que é o corpo material e quando o somático desaparece na morte o ego é absorvido pelo plano astral onde passa a viver desejando voltar ao plano mais denso para ter novamente um corpo. Plano astral e mundo material formam uma unidade inquebrantável.

O ego utilizando um corpo é denominado ser psicossomático com capacidade de pensar e raciocinar. Somente consegue pensar no que é captado pelos sentidos e desenvolve o raciocínio tendo por base o que pensa. Raciocina no que pensa; pensa no que percebe; percebe o mundo que é a manifestação ou criação mágica da hierarquia egótica no plano astral, estando aprisionado ao campo energético do mundo virtual criado pelas entidades astrais.

O ego e nenhum tipo de ego da hierarquia astral consegue desvencilhar da teia que está inserida enquanto não romper com todos os paradigmas do espaço/tempo/forma, e somente ocorre quando percebe através do raciocínio divergente que está vivendo em um universo totalmente antagônico ao mundo primordial, onde não existe tempo/espaço/forma. Nesse momento o ego entra no contramovimento se nulificando e nas cinzas do ego nasce o Sagrado Anjo Guardião que é o verdadeiro ser.

O ponto culminante para romper os movimentos circulares do ego é o raciocínio divergente, quando o ego através de sua própria observação dos acontecimentos percebe que esse mundo é finito e que nenhum discurso ou ação pode eliminar: desonestidade, morte, apego, posse, instabilidades, guerras, divergências, envelhecimento, doenças e, a fúria da natureza. Quando o ego se conscientiza, através do raciocínio divergente, que as forças oniscientes da singularidade, corroem em tempo variável todo o universo material e astral não deixando pedra sobre pedra, ele entra no processo de nulificação.

A nulificação total do ego é um processo gradativo culminando com o niilismo, o silêncio absoluto e nas cinzas do ego nasce o novo ser, o ser do universo eterno que denominamos Sagrado Anjo Guardião.

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