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ANGÚSTIA DE MULHER

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Autor Christina Nunes

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 20/12/2005 18:29:33


Li, por estes dias, matéria de respeitável colunista, sobre as razões pelas quais os homens preferem mulheres "liberais", "desencucadas", "bem resolvidas" de problemas, sem reflexões maiores sobre a vida que não sejam as atreladas a uma tarde de chopp com os amigos, ou na praia, ou a uma noite na danceteria, ou num luau. Tomei-me de abuso! E explico porque.

Não quero dizer que não haja mulheres problemáticas de graça. Porém, mais do que explicar, pretendo discorrer sobre as razões - as reais razões - pelas quais muitas mulheres angustiam-se com a conduta dos homens ao seu respeito, taxando-os de "distantes", "indiferentes", e outros epítetos, para eles, irritantes.

O artigo em questão aludia que a angústia das mulheres quanto aos homens, de uma maneira generalizada, se dá de forma gratuita, sem fundamento, como se fossem sempre injustiçados pelos queixumes femininos. Até que, levando em conta apenas a mulher à qual ele aludia, fazia sentido: a personagem de uma novela recentemente finda, cuja angústia era incoerente tanto quanto a própria personagem; pois que alegava distância e indiferença de seu marido, enquanto ela mesma era apaixonada por outro. Depois, quando o marido enfim a deixa pela tal "mocinha bem resolvida", mas tão estereotipada no seu perfil de patricinha indolente quanto o era aquela esposa, cujas angústias, na verdade, repousavam sobre a pobreza rasa e contraditória de sua personalidade - esta surta! Toma-se de ódio pelo marido e pela mocinha. Sua contradição atinge o ápice: é apaixonada desde a adolescência por outro, mas obstina-se em sustentar o casamento de fachada, de status quo, sabe-se lá por quais motivos oclusos naquela têmpera enigmática...

Toda a razão, portanto, caberia ao aludido colunista se criticasse a angústia feminina e suas acusações aos homens apenas atendo-se aos parâmetros estritos destes personagens de novela.

Mas deixem-me sair do âmbito da ficção para tratar o tema com os pés bem fincados na realidade: as mulheres não taxam os homens de indiferentes ou distantes apenas em razão de neurastenia, cleptomania, mania de perseguição, ou por simples "chatice". Permitam-me justiçá-las, argumentando que uma vida em comum não é construída de cima de praias ou de choppinhos de fins de semana - sobretudo as vidas conjugais das mulheres pertencentes à média da população, bem distanciadas do contexto de vida das patricinhas saradas e desencucadas - mas num enredo que todos com mais de quatro ou cinco anos de casados conhecem bem: o enredo de querer contar com um parceiro para o dia-a-dia; para as compras; para os cálculos do orçamento doméstico; para as eventuais madrugadas em claro cuidando das famosas doenças de criança; para um bate-papo descontraído após o dia cansativo de trabalho; para a compreensão das eventuais necessidades de recolhimento e de silêncio, em certos dias (aliás, de ambas as partes).

É, portanto, detestável, e inevitável gerador de angústias, o ter que lidar - sim! - com o suposto "companheiro de todas as horas, na doença e na alegria, na saúde e na tristeza", da época do noivado e do casamento, calado feito uma esfinge, em muitas e muitas horas em que, abdicando um pouco do futebol (ou da novela, entenda-se), requeria-se para ambos um bom papo familiar; não vigilante dos péssimos hábitos, cuidadosamente escondidos no período da paquera e do namoro, e após, tão logo firmada a intimidade conjugal, ostentados sem pejo, em confessa mostra de falta de respeito pelo próprio ser humano em si, componente de sua família; esquivando-se das responsabilidades nas horas críticas em que se requer, de ambas as partes, a autoridade mais rígida na educação dos filhos; fazendo de conta, comodamente, que não sabe ou não lhe disseram que as tarefas domésticas devem ser divididas, em tempos em que as esposas, defensoras férreas da economia doméstica, de há muito deixaram para trás a época jurássica em que lhes competia, obrigatoriamente, desde a massagem nos pés sujos dos maridos que retornavam do trabalho até a lavagem do mísero copo usado para se beber água... E por aí vai...

Angústia de mulher não é frescura, não senhor! Angústia de mulher, muitas das vezes, em se tratando de vida conjugal, resulta, sim, do desleixo clamoroso dos homens para com as suas responsabilidades - as mais comezinhas - morais, materiais e emocionais. E antes que argumentem, antecipo, com honestidade, que em muitos casos isto não se trata de um mal exclusivo dos homens.

Mas, se alguns homens preterem suas mulheres mais velhas por mocinhas descoladas, que tenham ao menos a hombridade de admitir as reais razões de sua conduta, descartando o argumento raso de veracidade da "angústia fresca de mulher", que só sabe "acusá-los injustamente".

Cumpre-lhes, isto sim, e com urgência, a tomada de consciência de que casamento verdadeiro é lição máxima de comunhão de almas, a partir do cultivo da tolerância, e do amadurecimento em comum por intermédio da vivência das dificuldades - e não um eterno passeio de patins pelos calçadões de Copacabana repletos de jovens deuses da forma, cujo efeito hipnótico, fatalmente, ao findar, os arrastará apenas à conclusão patética sugerida por aquela piadinha sobre matrimônios: "algo que começa com um príncipe beijando uma princesa, e acaba com um careca olhando para uma gorda"...

Com amor,

Lucilla
"Elysium"
https://www.elysium.com.br


Lucilla é autora dos romances psicografados "O PRETORIANO" e "SOB O PODER DA ÁGUIA", lançados respectivamente pelas editoras MUNDO MAIOR (www.mundomaior.com.br) e LÚMEN (https://www.lumeneditorial.com.br). Leitura fácil e envolvente, de autoria espiritual de Caio Fabio Quinto, trata-se de romances espíritas discorrendo sobre as vidas passadas vividas pela médium e pelo seu mentor, na Roma Antiga, de cujos exércitos Caio foi um dos generais, narrando lances de convivência no cotidiano dos personagens, ricos de ensinamentos ilustrativos da Codificação Espírita de Kardec, das leis de causa e efeito, e do aprendizado espiritual que a todos nós envolve no decorrer do nosso trajeto evolutivo durante as reencarnações terrenas.
Os direitos autorais de O PRETORIANO estão revertidos às obras assistenciais da FUNDAÇÃO ANDRÉ LUIZ, no amparo aos deficientes.
À venda nas livrarias de todo o país ou nos sites das editoras.

Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Christina Nunes   
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas.
E-mail: [email protected] | Mais artigos.

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