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anorexia nervosa- parte III

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Autor Heloisa Garbuglio

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 1/26/2005 11:18:52 PM


ANOREXIA-HIPÓTESES

Para compreendermos o movimento psicológico da anoréxica, se faz necessário compreender o profundo e complexo relacionamento das mulheres com o alimento. Desde os primórdios nos foi ensinado que o alimento é necessário para a vida, a saúde e a felicidade do lar. A comida é o meio pelo qual, nós mulheres, mostramos amor e cuidado com nossos filhos, maridos, amantes, amigos... Somos constantemente bombardeados com todos os tipos de programas e propagandas sobre os mais diversos tipos de alimentos, desde os naturais até os diet, sempre visando o bem estar familiar. Gastamos um tempo enorme entre planejar, comprar, fazer refeições, adequando-as a aspectos nutricionais como também observando os limites dentro do orçamento familiar. Tornamo-nos provedoras de alimentos, sempre com o intuito de agradar e demonstrar cuidado com os outros.
Cuidar da preparação do alimento está associado a um ato de amor. Logo, recusá-lo, pode estar associado há uma forte rejeição. As crianças aprendem isso logo cedo e de uma maneira muito rápida. Quando meninas aprendemos a comer para tranqüilizar nossas mães, nunca para nosso prazer e satisfação. Nossa auto estima e auto imagem se forma mais pela aprovação dos outros do que pela avaliação que fazemos de nós mesmas. A família aqui aparece representada pela figura do pai que é a autoridade e a mãe é quem cuida e alimenta. Logo, estaremos falando da função nutridora da família representada pela mãe.
Donald Winnicott fala dos relacionamentos nos primeiros estágios de vida entre mãe e bebê, no qual o bebê se percebe como uma extensão de sua mãe. É esperado que mãe e bebê comecem a sair desse estado de fusão, no qual a mãe compreende intuitivamente as necessidades do bebê. O choro, os protestos, os gestos criativos, todos os pequenos sinais que o bebê faz para chamar a atenção de sua mãe, se perdem, se ela os satisfaz, alimentando-os antes. Perdem-se, pois ele precisa aprender a chamar atenção e dizer que está com fome. Essa experiência é fundamental para o desenvolvimento psíquico do bebê, no sentido de aquisição do poder, capacidade de agir e interagir no mundo, desenvolvendo a sua autonomia e compreensão. Para a criança só restam então duas alternativas: ficar num estado permanente de regressão e fusão com a mãe, ou encenar uma total rejeição, mesmo daquela suposta boa mãe.
Nesse processo a criança relaciona sua alimentação com o contato de sua mãe. O alimento é algo que a mãe decide por ela e não está ligada a sua necessidade de satisfação por comida. Todos os pais reconhecem o quanto é difícil viver com crianças que não se alimentam direito. As horas das refeições passam a ser momentos tensos, onde pais tentam convencer filhos a comer. Técnicas são desenvolvidas para que os filhos comam. As mães ficam desesperadas e se sentem rejeitadas quando os filhos não comem. A criança nesse processo aprende a controlar os pais. Ela se diverte com os recursos e batalhas inventadas na hora das refeições. O que pensar de uma adolescente que se recusa a comer?
Poderíamos hipotetizar que a mulher que está anoréxica desistiu de fingir que é independente. Todos os seus sentimentos infantis voltaram a aflorar. Na relação mãe e filha ela irá apresentar os sentimentos ambivalentes. Enquanto a alma grita por cuidados, ela se recusa a alimentar o corpo, ao mesmo tempo em que seu desejo de ser autônoma, dona de sua vida, causa-lhe um conflito enorme.
A dificuldade da anoréxica em identificar sensações físicas, e, principalmente a fome, está diretamente ligada a um fracasso nesse processo anterior de aprendizagem. Elas não aprendem a gerenciar a própria vida, não sendo capaz de dirigi-la sozinha. Quando precisam demonstrar autonomia, sentem-se incapazes de enfrentar a realidade. Observamos no trabalho com anoréxicas, que a figura da mãe é central para elas. É a pessoa mais importante de suas vidas. Tendem a idealizar este relacionamento, embora apareçam sentimentos de carência em relação à mãe quando esta precisa dar atenção a outros membros da família.
Um grande número de jovens que se tornaram anoréxicas se encaixa, na descrição acima. Foram jovens dóceis, vivendo bem no ambiente familiar, sem raiva ou hostilidade. Geralmente vêm de famílias que possuem conforto material, mas são excessivamente controladoras e isso pode estar relacionado com o processo de alimentação.
As jovens anoréxicas sentem prazer e necessidade de ver os outros comendo mais do que elas. Preparam muitas vezes pratos deliciosos para os amigos comerem, mas não conseguem perceber que comem muito pouco e esse pouco também é exagerado. Desenvolvem comportamentos bizarros em relação aos alimentos. Muitas vezes para não comê-los e os outros não perceberem, passam a escondê-los dentro dos armários, enchem o prato de comida e a seguir jogam fora, sem que os outros vejam. A anoréxica perde o contato com a realidade em relação a peso e aparência. E não fala de sua magreza. Nega que tenha fome e resiste aos alimentos que gostaria de comer No tratamento, faz com que as pessoas que cuidam dela se sintam gordas e desleixadas.
A Anorexia Nervosa é um sintoma que surge em mulheres que não possuem autoconfiança e que têm dificuldade de estar no mundo. Não conseguem pedir ajuda e adotam estilos de vida muito austeros e autopunitivos. Muitas não se sentem atraídas por diversões e tendem a levar a vida de uma maneira séria demais. Às vezes se tornam retraídas, menos sinceras e talvez prefiram ficar sozinhas. Percebem o relacionamento social como estressante.

Heloisa Garbuglio
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