Anos em minutos
Autor Daniel Ferreira Gambera
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 1/13/2006 12:29:43 AM
Você já passou pela experiência de ter que tomar uma decisão e, essa decisão encadeou uma série de eventos que levaram anos para se completarem e, uma vez completado esse ciclo, você foi levado de volta ao momento da decisão? Naquele momento em que o ciclo se fechou, você compreendeu que aquela decisão foi causa e origem de todas aquelas experiências, aparentemente sem ligação?
Comigo aconteceu várias vezes. Suponho que o mesmo aconteça para a maioria das pessoas. Decisões como com quem ou com quem não namorar, que faculdade cursar, que emprego aceitar ou recusar, e até outras mais banais...
Nesses momentos, é como se todos aqueles anos, conseqüência daquela decisão, estivessem se desenrolando naquele mesmo minuto em que ela foi tomada e, de repente, eu pudesse compreender todo o encadeamento de minha decisão e entendesse melhor o que de bom ou de ruim havia nela. Como se aqueles anos passassem em minutos e, de repente, eu já estivesse no presente, com toda a experiência que eles me deram.
Quando esse ciclo se fecha, a motivação da decisão fica clara, assim como as crenças que haviam por trás delas. Como se os minutos tivessem se desenrolado em anos que me dessem a experiência e a compreensão necessária.
Fazendo um balanço dessas decisões e dos anos que foram frutos dela, percebo que, para mim, aquelas que foram tomadas baseadas na negatividade produziram anos dolorosos e aquelas que foram baseadas na positividade produziram anos muito felizes. Aquelas decisões que partiram de um pressuposto de que o Universo é benigno, que tudo se encaminha para o melhor, que eu sou valioso e digno, melhoraram minha vida. Aquelas que partiram de uma idéia de um Universo injusto, negativo, ou que negassem minha essência divina, produziram a dor suficiente para que eu fosse capaz de reconsiderar essa idéia (às vezes, muita dor).
Há, porém, outro tipo de experiência que é como se fosse o inverso: quando vivi em minutos a experiência de anos. Algumas dessas experiências vieram em forma daquilo que interpreto como uma regressão espontânea de memória. Assim, certo tipo de sabedoria veio a mim porque eu já tive experiências que me levaram a esse conhecimento. Suponho que o mesmo aconteça com todo mundo. Interpreto que essas regressões espontâneas estariam, então, atualizando a personalidade com o conhecimento que o espírito já adquiriu anteriormente.
Houve, também, outras vezes em que uma palestra, uma aula, um filme, um texto ou uma conversa com alguém teve o mesmo efeito. Naqueles preciosos minutos em que eu estive absorvendo aquelas idéias, pude perceber que aquele conhecimento específico estava me poupando de um ciclo de alguns anos de dor. Assim, eu pude me desfazer de algumas idéias negativas que vinha cultivando de forma inconsciente há muito tempo e minhas decisões a seguir puderam ser mais positivas e, conseqüentemente, as experiências que elas originaram.
A todas essas pessoas que me pouparam esses anos de experiências inúteis e desagradáveis, tenho uma profunda gratidão. Fico, também, comovido ao perceber como há recursos em abundância para conseguirmos, hoje, seguir mais facilmente um caminho em que nosso aprendizado e crescimento são feitos com menos dor.
Texto revisado por Cris
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