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Aprendendo a olhar a história

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Autor Rosemary Rezende

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 08/01/2010 11:36:37


A queda do Muro de Berlim em 1989 e posterior ruína da URSS fecharam o século passado, não resta dúvida. Embora o colapso do socialismo soviético e suas enormes conseqüências ainda não nos seja possível calcular e entender, esse foi o incidente mais dramático das décadas de crise que se seguiram à era de ouro e como a história demonstra, esses seriam décadas de crise universal ou global. A crise afetou todas as partes do mundo, de maneiras e graus diferentes, mas afetou todas elas, fossem quais fossem suas configurações políticas, sociais, econômicas, e pela primeira vez na história a era de ouro cria uma economia única, que cada vez mai integrada e universal, opera por sobre as barreiras do Estado, falamos das transnacionais. Em conseqüência, as ideologias das instituições, de todos os regimes e sistemas ficam cada vez mais fracas.
No início da déc de 70 pensamos que a crise era só um intervalo no grande salto da economia mundial.No entanto, ficava cada vez mais claro que esses são problemas de longo prazo e os países capitalistas buscaram soluções cada vez mais radicais. O neoliberalismo surgiu como uma panacéia e fazia os teólogos do mercado rejeitar as políticas que até então tinham servido muito bem à economia mundial. Na déc de 80 e 90 nos vimos novamente as voltas com problemas que o período entre-guerras, pensávamos nós, havia eliminado: desemprego em massa, depressões cíclicas severas, a disparidade cada vez mais espetacular de rendas, inclusive vista nos países ex-socialistas. O colapso de uma parte do mundo revelou então o mal estar no resto.
A crise das últimas décadas do século não era só econômica, mas também política e produziu uma grande zona de incerteza na Europa com instabilidade, guerras civis, o caos que destruiu o sistema internacional que dera estabilidade ao mundo num período de quase 40 anos de guerra fria. Esse colapso revelou a precariedade dos sistemas políticos das democracias liberais que até então funcionavam bem. Essas tensões também acabaram com os sistemas políticos vigentes no terceiro mundo. A própria base do estado vigente até então, o Estado-Nação (território demarcado, soberano e independente) foi explodido ou implodido pelas forças dessa economia supranacional. No vácuo deixado por essa perda surgiram muitos conflitos étnicos e secessionistas, pipocaram pelo mundo independências.
Pior que todas essas crises foi a crise social e moral, refletindo as grandes transformações porque passamos nas décadas do pós guerra e ficou patente a crise das crenças da sociedade moderna. Primeiro o capitalismo por um curto período se uniu ao socialismo para varrer do globo o nazi-facismo, posteriormente fica em questão as posições do oriente contra o ocidente e os dois lados perderam a batalha. Depois de vinte anos tentando nos acostumar a um mundo sem polaridades, percebemos que o mundo não tem só um lado, mas agora não tem é lado nenhum. Paradoxalmente, uma era em que a única pretensão de benefício para a humanidade se assentava no triunfo material, que se apoiava na ciência e tecnologia, encerrou-se na rejeição destas pela opinião pública.
É certo que o progresso tecnológico trouxe benefícios materiais e até sócias. Na década de 90 as pessoas eram mais altas e mais pesadas e viviam muito melhor e com mais conforto do que os ricos do início de século e chegamos até a pensar que havíamos descoberto uma maneira inteligente de distribuir a enorme riqueza que conseguimos amealhar. Os países mais pobres se encheram de esperança de enfim receber o seu bocado do bolo. Mas o fim do século não terminou com comemorações pelo imenso progresso material, mas com incertezas para o futuro da humanidade e num estado de inquietação. Foi um século de grande progresso tecnológico e material, mas também o século das grandes guerras e catástrofes humanas que produziu as maiores fomes e genocídios sistemáticos.
O progresso tecnológico, material e até no avanço das leis não foram capazes de frear essas mazelas, nos falta o progresso humano, moral e espiritual.
Durante esse século as guerras foram cada vez mais travadas contra a economia e infra estrutura dos Estados e contra suas populações civis, a despeito da tão falada guerra de precisão cirúrgica proporcionada pela alta tecnologia armamentista.
E onde foi parar o respeito à vida e è dignidade humana?
Comparando o mundo do início do século ao do seu final podemos ver tres grandes transformações. Primeiro o globo deixou de ser eurocêntrico. A velha Europa com seu inquestionável poder riqueza e intelecto, o verdadeiro berço da civilização ocidental perdia terreno para o gigante do novo mundo, os EUA, declinava até em número populacional e envelhecia. No fim do século, os EUA, já com sua força assentada erguia barreiras contra as imigrações das regiões mais pobres, as indústrias que nasceram na Europa e cresceram nos EUA, agora se voltavam para outras partes e o mundo via seu futuro no Pacífico.
A segunda transformação, talvez mais significativa, foi que o globo agora era uma unidade operacional única, como não poderia ter sido antes de 1914. Agora falávamos em aldeia global e as economias nacionais, antes definidas por políticas de estado, agora se vêem ultrapassadas, as complicações da economia hoje são complicações causadas e resolvidas (?) no âmbito transnacional. Isso trouxe mudanças nas atividades econômicas, técnicas, na ciência e na vida privada, sobretudo no que diz respeito a capacidade de comunicação. E esse processo de globalização, cada vez mais acelerado, causa tensões e demonstra a incapacidade conjunta de adaptação das instituições públicas e do comportamento humano coletivo de se adaptar a essa grande mudança.
A terceira e mais perturbadora transformação é a desintegração dos velhos padrões de relacionamento humano e social que quebra com o elo antes existente entre as gerações. As gerações do passado e do presente não mais se reconhecem. Prevalece hoje na sociedade o individualismo social absoluto o que causa erosão nas sociedades, nas religiões tradicionais e reforça a abertura nos sistemas de sociedade. Conseqüência disso são indivíduos cada vez mais egocentrados, sem conexão entre si, buscando freneticamente o lucro e a satisfação própria, que era inclusive o grande apelo das sociedades capitalistas, mas a busca da satisfação só pela satisfação não deu em nada. Para criar o capitalismo, a burguesia despedaçou os velhos laços do feudalismo e com ele os laços que ligavam os homens a seus “superiores naturais” e não deixou nenhum nexo entre o homem e o homem além do puro interesse próprio.
O capitalismo, essa força revolucionária permanente e contínua, despedaçou o passado para seu desenvolvimento e se alimenta da destruição de mundos e paradigmas. O passado perdeu seu papel. Antes para sabermos como seria o futuro, olhávamos o passado, hoje não podemos mais confiar nessa guia e para onde caminha a humanidade?
Apesar de ser uma pergunta dificílima de responder, creio que a humanidade não caminha para o fim, pois mesmo tendo havido muitas catástrofes no século passado, o mundo também viu a emergencia de uma importante fonte do direito internacional que são Os Direitos Humanos.

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Rosemary Rezende   
Tecnica Agrícola, Medica Veterinária, Homeopata, Terapeuta Holística. Atualmente trabalhando com Terapia Nexus, massoterapia Indiana, Numerologia Indiana, Florais e Homeopatia
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