APRENDIZES DE DEUSES
Atualizado dia 5/11/2006 1:38:52 AM em Autoconhecimentopor Verônica Dutenkefer
Mas aí cresci, me tornei adulta e durante esta passagem, deixei de acreditar em muitas coisas... Só que neste raro momento de reflexão, percebo que deixamos de acreditar nas coisas positivas. Por que só deixamos de acreditar nos anjos, na boa magia, nos milagres e continuamos, dia após dia, crendo na maldade, na traição, na inveja, em monstros e Bicho-Papão? Sim, porque o Bicho-Papão é apenas um símbolo daquilo que nos aterroriza, nos maltrata, aprisiona e nos faz mal. E continuamos, durante a vida, crendo no Mal e duvidando do Bem. Responsabilizamos o diabo ou capeta e com isso damos a permissão para que o Mal se instale em nossas vidas, aumentando a ilusão de que somos “marionetes” do destino....
Alimentamos, através dos mais variados pensamentos, a força daquilo que nos ameaça, maltrata e fere e duvidamos, a todo instante, do nosso próprio poder e força. A força pode construir ou destruir, e qual delas estamos usando??? Crescemos e antagonicamente nos tornamos menores. Menores na fé, na esperança, na crença do Bem. “Se Deus quiser...” é o que ouvimos e falamos. Então creia: Ele quer. Ele quer que nós exercitemos e coloquemos nossa Fé na Bondade e no Amor.
Como podemos pensar que o Criador possa desejar o mal à sua criação? Se fomos criados à imagem e semelhança Dele, por que continuamos a acreditar que não somos capazes? Que não temos poder? Que Ele não está dentro de nós?
É comum ouvirmos das pessoas: “Se acontecesse algo que me mostrasse, eu acreditaria em milagres.” “Eu só acredito vendo!!!” E eu pergunto: Se projetamos o negativo, se só acreditamos no Mal, como você quer colher o Bem??? Se considerarmos a hipótese de que milagres são acontecimentos mágicos, devemos nos lembrar que não existe só a boa magia. Na verdade, os “milagres” que estamos produzindo são nocivos. Neste sentido, então, a explosão da violência é um milagre.
A banalização do amor e da dor, também é um milagre. O desrespeito e a destruição do planeta, também é um milagre. A extinção de bons valores também é um milagre. São esses os milagres que estamos produzindo, pois também somos deuses. E nossos pensamentos prisioneiros da fé no Mal estão criando estes “milagres”. Deixamos de acreditar nos anjos e, conseqüentemente, deixamos de alimentar tudo o que possa nos proteger, inspirar e guiar. Mas não deixamos nunca de acreditar no diabo e suas maldades. Presenciamos o nascer do Sol ou sua presença, diariamente, mas não damos a menor importância à sua luz e calor... e continuamos a temer a escuridão da noite... E acabamos presos a um tronco, como na época da escravidão, crendo que seremos punidos. Açoitamo-nos e sangramos, vertemos infinitas lágrimas de sofrimento e dor. E continuamos a esperar que alguém vá nos salvar, nos libertar e cuidar de nossas feridas. E não percebemos que a mesma força que desperdiçamos nos açoitando e ferindo, podemos usar para nos libertar e curar.
Você se xinga? Se critica? Se maltrata e se desrespeita? Pois pode começar a se valorizar, se elogiar e pronunciar palavras gentis. Você pode se libertar dos vários “troncos” e perceber, finalmente, que a escravidão acabou. Pode deixar de acreditar só no Bicho-Papão e começar a confiar no seu Anjinho. Pode deixar de usar seu tempo tentando aprender a se proteger da inveja e do mal-olhado e usar seu tempo para aprender a Verdadeira Sabedoria e resgatar o seu Poder.
A verdade é bela. O que não é belo é ilusão. Se queremos verdadeiramente acabar com as guerras e o mal, precisamos nos tornar “soldados da paz”. E a paz não é algo passivo. A paz é a energia usada no Bem. A paz é a certeza da realização e da alegria. Este é o momento de verdadeiramente nos tornarmos adultos e resgatar a nossa imaginação e crença em tudo o que representa o verdadeiro amor e bondade. Precisamente agora devemos começar a produzir os verdadeiros milagres, que são acontecimentos belos e bons.
Que possamos perceber as trevas, mas nos fixemos na luz. Que cada um de nós possa fazer a sua parte para reverter a crosta densa e pesada que rodeia nossas vidas, projetando cada vez mais bons pensamentos. E usarmos a nossa força na construção e não mais na destruição. Já é hora de, definitivamente, saírmos da posição confortável de vítimas e assumirmos nossa verdadeira identidade como co-criadores do universo.
Verônica Dutenkefer
10/05/2006
Texto revisado por Cris
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