Aquilo que eu sou
Atualizado dia 30/06/2020 18:13:45 em Autoconhecimentopor Rodrigo Durante
Todos temos vivido nossas vidas de forma muito limitada e grosseira, espiritualmente falando. Consideramos apenas o físico, emocional e mental como parte de nós, sem incluir a Alma ou, pelo menos, sem entendê-la. Estamos vivendo apenas a partir do complexo corpo/emoções/intelecto, buscando metas de realização e proteção. Sempre analisamos tudo mentalmente, consultando nosso repertório de "certos e errados", calculando nossas ações para termos os melhores resultados, de acordo com inúmeras programações. Vivemos sob uma densa camada de expectativas e exigências sobre como cada momento deve ser, sobre como cada ação e tarefa devem acontecer, desde as mais longas e complexas como nossos objetivos de vida às mais simples, como passar a geléia na bolacha sem que ela se quebre. Mesmo inconscientemente, estamos sempre esperando que as coisas sejam como queremos. Neste nível, ao executarmos qualquer ação, se temos um resultado julgado como positivo, disparamos emoções agradáveis mas, se ocorre algo que julgamos como negativo, disparamos emoções de rejeição e sofrimento.
A vida assim se resume a uma eterna busca pelo positivo, pelo prazer, pelo que é agradável de se sentir, ao mesmo tempo que precisamos evitar qualquer tipo de sofrimento para estarmos bem. Assim, mesmo sem perceber, o medo, as culpas, as mágoas, tristezas, raivas, traumas e rancores sempre estão presentes, de alguma forma influenciando nossas escolhas e decisões.
Sem considerar nossa Alma e as qualidades superiores do nosso ser, vivemos presos ao intelecto, sujeitos às manifestações de todas as densas energias que acumulamos mentalmente ao longo de nossa existência. Com nossos sistemas de crenças, criamos nós difíceis de desatar, amarrando-nos em raras possibilidades de satisfação. Nossas mentalidades desalinhadas com o ser não nos permitem a paz, plenitude e liberdade que tanto gostaríamos de viver.
Porém, para o buscador da Verdade, aquele que adquiriu o hábito de se observar e se conhecer como realmente é, seus aspectos de personalidade com suas reações emocionais predominantes não são mais segredo. Pouco a pouco ele busca se conhecer, sem temer aquilo que vai encontrar e disposto a lidar com suas construções psicológicas de forma a transcender suas próprias limitações, aquilo que ele mesmo construiu e alimentou como sua verdade e modo de vida, mas que o mantém na inconsciência do ser, de quem ele Verdadeiramente é.
Em determinado momento, após reconhecer muitos de seus aspectos e acolhê-los sem mais se submeter a eles, ele passa a perceber algo que sempre esteve lá, ao mesmo tempo tão forte mas tão sutil que não poderia ser percebido em meio a tantos pensamentos e emoções, tão normal e familiar para ele que não lhe era possível imaginar que isso era seu ser, quem ele sempre quis encontrar. O ser vibra constantemente na mesma frequência pura e plena, não se alterando com nossos devaneios mentais e reações emocionais, mas facilmente encoberto pelo transtorno e confusão que nossas reações nos causam. Esta presença que sentimos como "aquilo que eu sou", só desaparece quando nós mesmos nos ligamos consciencialmente com nossas maquinações mentais e reações emocionais. Após uma reação, no entanto, podemos voltar nossa atenção a ela e notar que ela nunca saiu de lá, permanecendo sempre constante e sem alterar-se, cheia, viva, segura e em paz, sem exaltações.
Isto é quem verdadeiramente somos, o Divino, o Eu Superior, a Alma, o Espírito. Os personagens que encenamos com suas características psicológicas são criações passageiras, que se dissolvem quando não são mais alimentados. O ser, no entanto, é o eterno, o puro, o sagrado, a Luz que nos guia, o amor que nos ampara. É a base para a vida perfeita que fomos Criados para viver.
Em Paz,
Rodrigo Durante
Texto Revisado
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