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AS PARÁBOLAS DE JESUS, uma visão psicanalítica

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Autor João Carvalho Neto

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 7/17/2005 6:52:21 PM


Para todos os cristãos ler, estudar e refletir sobre as parábolas de Jesus tem sido uma prática importantíssima para a vivência dos ensinamentos deixados pelo Mestre. Por mais que os homens, através dos tempos e dos contextos culturais que fizeram a releitura dos evangelhos, tenham-nos modificado em diversos aspectos a essência figurativa das mensagens permanece implícita, deixando ao amadurecimento do espírito uma interpretação cada vez mais adequada.

Pois foi utilizando-se de histórias simples e diretamente relacionadas à realidade das vidas daquelas pessoas que Jesus não somente ensinou aos que tinham ouvidos de ouvir e olhos de ver, como também estruturou um código moral retratado concretamente nos comportamentos dos protagonistas das parábolas, deixando uma mensagem de profundidade que seria reconhecida pelas gerações do porvir.

A princípio, percebemos o caráter disciplinador dos seus conteúdos, propondo referenciais de atitudes que pudessem servir de modelo para que os cristãos reprimissem impulsos inconscientes que levassem a comportamentos anti-éticos, ou melhor dizendo, anti-fraternos, descaridosos, condicionando-se para alcançarem uma relação mais amorosa e justa com seus semelhantes.

Ainda hoje, ao ouvirmos os relatos contidos nas parábolas, nossa atividade consciente busca encontrar as regras de boa convivência para adequar-se à proposta cristã, sem saber que ao nível inconsciente também realiza-se um processo de grande importância para nossa saúde mental.

Pensemos que nosso inconsciente trabalha com base em uma linguagem simbólica, não verbal, reunindo emoções, sentimentos e discursos em torno de símbolos que, de alguma forma, os representam. Nesse inconsciente estão alojados conteúdos que marcaram nossas vidas passadas e também aqueles reprimidos do consciente da vida atual, por não terem sido suportados pela carga de dor que produziram. Esses conteúdos interferem diretamente em nossas vidas, sem que o percebamos, caracterizando conflitos, tendências e sintomas neuróticos que impedem uma real sensação de bem estar. Uma das principais estratégias, senão a principal, para resolver a situação é trazer esses conteúdos para a consciência, onde eles poderão ser re-elaborados para tornarem-se um produto útil à evolução da individualidade. A Psicanálise e a Terapia Regressiva de Vidas Passadas baseiam-se fundamentalmente nesse princípio, utilizando-se de técnicas específicas sobre as quais não poderíamos discorrer neste restrito espaço. Contudo, conseguir reproduzir o material do inconsciente através da linguagem verbal é torná-lo consciente e passível de intervenção.

Tive que fazer essa explicação para apresentar a idéia de que quando lemos ou ouvimos as parábolas de Jesus, retratando histórias cujos protagonistas vivenciam conflitos, traumas e resoluções, na verdade estamos verbalizando sobre uma simbologia que representa conteúdos do nosso próprio inconsciente, oportunizando que sejam desalojados da profundeza do psiquismo para um nível onde podem ser reconhecidos e re-elaborados. Claro que dificilmente teremos recordações diretas de fatos passados mas as emoções a eles ligadas é que ressurgirão em um processo catártico.

Assim, todas as vezes em que determinadas parábolas parecem-nos mais significativas, ou produzam emoções diferenciadas, estaremos realizando uma identificação projetiva (para usar a terminologia psicanalítica adequada) entre nossa história e aquelas dos protagonistas narrados, permitindo um alívio das tensões profundas da mente e uma nova tomada de atitude face aos desafios que sempre se re-apresentam. Este mesmo princípio acontece quando vemos filmes ou lemos livros que nos emocionam, sem que eles produzam necessariamente ajustes de comportamento como as parábolas o fazem.

Certamente que quando Jesus estabeleceu os planos de sua encarnação no planeta tinha, entre outras, também essa meta em sua visão perfeita dos mecanismos da alma. Preparou uma receita psicoterápica de recursos generalizados e sem fronteiras, sendo capaz de beneficiar a todos que com ela tomassem contato.

Fiquemos atentos a estas implicações pois elas trazem um valor inestimável à leitura e à reflexão sobre as parábolas de Jesus, ultrapassando o mero sentido do proselitismo e do moralismo religioso para ajudar-nos a encontrar mais paz em nossas vidas.

João Carvalho Neto
Psicanalista, autor do livro “Psicanálise da alma”

Texto revisado porCris

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor João Carvalho Neto   
Psicanalista, Psicopedagogo, Terapeuta Floral, Terapeuta Regressivo, Astrólogo, Mestre em Psicanálise, autor da tese “Fatores que influenciam a aprendizagem antes da concepção”, autor da tese “Estruturação palingenésica das neuroses”, do Modelo Teórico para Psicanálise Transpessoal, dos livros “Psicanálise da alma” e “Casos de um divã transpessoal"
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