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As Sombras na Noite

Atualizado dia 8/28/2007 12:19:25 PM em Autoconhecimento
por Maria Cristina Tanajura


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Sabemos que trazemos em nós, no subconsciente, a lembrança de todas as experiências vividas, nesta e em todas as outras vidas que tivemos. É um balaio imenso de emoções, idéias, recordações, imagens – de amigos, de seres que nos fizeram sofrer, de outros que nós ofendemos – enfim, trazemos conosco nossa bagagem de vivências, com saldos positivos e negativos. Somos, portanto, luz e sombra. Gostamos de mostrar a todos o que temos de bonito, aceitável, mas costumamos tentar esconder o nosso aspecto sombrio, mal resolvido, triste. Fazendo isso, não o anulamos. Muito pelo contrário – o tornamos mais assustador e mais fortalecido, pois procuramos ignorá-lo e não o enfrentamos. Sentimentos mal resolvidos, mágoas enclausuradas, lembranças tristes e muita saudade... tudo se misturando, criando um arsenal explosivo, que a qualquer momento nos assalta e é capaz de nos fazer sentir coisas que não compreendemos, que nos surpreendem, mas que não podemos negar que existem, mesmo que queiramos. Porém, com o passar dos anos aprendemos que de nada adianta esconder de nós mesmos a pessoa que somos. Que não adianta dramatizar a vida, nem também fazer de conta que não sofremos. É preciso que nos olhemos de frente, que encaremos as nossas dificuldades, procurando aceitá-las, integrá-las e solucioná-las à medida que for sendo possível...

Não sei se você tem a mesma experiência que eu: durante o dia, enquanto me relaciono, trabalho, me movimento, me percebo de uma maneira. Consigo conviver comigo mesma de forma mais ou menos fácil. À noite, se por acaso acordo, me vejo cercada de pensamentos tristes que não reconheço, de sentimentos pesados, que não sei por que vêm e torna-se difícil voltar a adormecer, pois fico querendo compreender tudo aquilo que está me acontecendo e a maior parte das vezes perco o sono. Tenho procurado uma explicação à minha alma e outro dia, sem esperar, senti a resposta e foi muito mágico! Entendi que durante o sono do corpo e o amortecimento do meu eu consciente, as recordações de vidas já vividas afloram com mais facilidade, pois eu não as controlo, como o faço durante o dia. Aquele oceano de sentimentos tristes, estranhos, é meu e está sendo trazido à luz da consciência, para que eu consiga transformá-lo, com os conhecimentos adquiridos nesta atual encarnação, integrando-o em mim, sem empurrá-lo para o sótão, para o baú de guardados jamais procurados...

E aí, quando compreendi isso, comecei a agradecer a Deus por minha atual encarnação, pela oportunidade que estou tendo de viver numa dimensão material, onde através das experiências que só poderia ter aqui – nesta colméia operosa onde transitam seres de muitos níveis de evolução – tenho a chance de me harmonizar e transformar muito mais depressa. Por mais difícil que seja a vida na Terra, é muito melhor do que viver em constante contato com um espírito ainda imerso em sombras. Aqui contamos com o Sol, com a bela Natureza, com alguns amigos bons e carinhosos, com o amor de companheiros e filhos, que nos amenizam as horas e com oportunidades feitas sob medida para que saldemos débitos, modifiquemos atitudes, suavizemos as arestas de nosso ser em evolução.

Não sabem como essa intuição me deixou feliz! Eu, que sempre achei que viver na matéria era pesado e doloroso, compreendi a função libertadora disso... agora entendo porque preciso estar aqui: para que consiga faxinar os locais de meu Ser ainda mal resolvidos, antes que deixe meu corpo e passe a ser apenas o espírito que sou, com desequilíbrios, culpas, dívidas, medos, inseguranças... Quero viver cada instante, cada oportunidade que se apresentar, agora com mais clareza e compreendendo porque isso é vital para mim – e para todos.

Estamos no planeta Terra porque nossos espíritos pediram esta oportunidade de se equilibrarem, de encontrarem a harmonia interior.

E o amanhecer, quando o Sol começa a brilhar novamente neste lado do mundo onde estamos, nos desperta para um novo dia, depois de termos vivido momentos, durante o sono – nem sempre lembrados – de contato mais verdadeiro com as sombras que habitam os nossos espíritos. Voltamos ao corpo, após o seu repouso, para nos iluminar, para crescer, para nos equilibrar e para isso o Sol nos recebe!

Cristina

Texto revisado por: Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Maria Cristina Tanajura   
Socióloga, terapeuta transpessoal.
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