Asteróide B-612
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Autor Eliane Stum
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/1/2005 1:33:03 PM
Recentemente foi anunciado um novo objeto identificado no espaço sideral, denominado "2003 UB-313". Que pena... não era o Asteróide B-612...
De lá, o Planeta Terra poderia resgatar um menininho de cachinhos dourados, que muito sabia sobre os seres humanos... Ele sabia que as pessoas grandes adoram os números. E que os problemas humanos são como os baobás, antes de crescer, são pequenos. Mas os permitimos crescer; tomam proporções que nos fogem ao controle...
Ele conhecia a doçura do pôr-do-sol e sabia que "quando a gente está triste demais, gosta do pôr-do-sol..." O menininho de cachinhos dourados sabia também que as pessoas são como as flores. "As flores são fracas. Ingênuas. Defendem-se como podem. Elas se julgam terríveis com os seus espinhos..."
E ele sabia também que o grande diferencial do ser humano é o sentimento, o amor! "Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla!"
A vida é cheia de percalços, dificuldades e obstáculos... Porém, o menininho de cachinhos dourados era dotado de muita sapiência: "É preciso que se suporte duas ou três larvas se quisermos conhecer as borboletas. É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar."
O ser humano, frágil como uma flor, julga as outras flores... Julga-as superficialmente. "Devia tê-las julgado pelos atos, não pelas palavras." E o menininho sabia: "Julgarás a ti mesmo. É o mais difícil. É bem mais difícil julgar a si mesmo que julgar os outros. Se consegues julgar-te bem, eis um verdadeiro sábio!"
E o ser humano é vaidoso, apesar de saber das suas limitações; mas como tal, suplica: "Dá-me esse gosto. Admira-me mesmo assim!" E procura esquecer-se dos seus erros, dos seus defeitos. Embriaga-se em sua auto-ilusão. "Bebo para esquecer, esquecer que eu tenho vergonha, vergonha de beber!" Envergonha-se de seus infortúnios, mas antes de corrigí-los, embriaga-se novamente na ilusão de esquecê-los...
E como um homem de negócios o ser humano quer ser rico. E possuir o quê? "Quinhentos e um milhões, seiscentos e vinte e duas mil, setecentos e trinta e uma estrelas!!!" Sim, possuir todas as estrelas do imenso céu!!! Para quê? Não se pode "colher as estrelas, não se pode levá-las consigo." O que realmente precisas, tu levas no coração!
E o ser humano entrega-se à rotina, a um ciclo vicioso, tal como um acendedor de lampiões. Repete tudo igual e "aí é que está o drama! O planeta de ano em ano gira mais depressa e o regulamento não muda!" O regulamento pede apenas que vivamos a vida intensamente. Mas complicamos... Tantas vezes a solução é tão simples, apenas um passo, mas preferimos acreditar que "não há remédio".
E como um geógrafo, um escritor de grandes livros, o ser humano não precisa sair a campo para "contar as cidades, os rios, as montanhas, os mares, os oceanos, os desertos." O ser humano só precisa estar ciente da sua responsabilidade para com toda forma de vida, para com a natureza. As cidades, os rios, as montanhas, os mares, os oceanos, os desertos, as florestas, uma florzinha sequer, todos os animais, estão sem exceção à mercê dos tratos do ser humano, que é dotado de integilência. Quanta inteligência...
O ser humano é o habitante do Planeta Terra. O mais belo planeta da galáxia. Na Terra, "para a vida não ser monótona é preciso cativar outras pessoas. Que quer dizer cativar? Quer dizer criar laços. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. (...) A gente só conhece bem as coisas que cativou. Mas os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. E como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! (...)"
E o menininho de cachinhos dourados nos deixou um segredo. "É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Os homens esqueceram essa verdade. Mas tu não a deves esquecer. É bom ter tido um amigo, mesmo se a gente vai morrer." Mesmo sabendo que "a gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...
"Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas. Tu olharás, de noite, as estrelas. Gostarás de olhar todas elas... Quando olhares o céu de noite, será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem rir! E nenhuma pessoa grande jamais compreenderá que isso tenha tanta importância."
Este texto é uma reflexão sobre o livro "O Pequeno Príncipe", de Antoine de Saint-Exupéry. Se você ainda não teve oportunidade de ler esse precioso livro, deixo a recomendação: "Leia e compreenda-o com o coração!" Pois como o próprio Saint-Exupéry falou: "É apenas com o coração que se pode ver direito, o essencial é invisível aos olhos."
O livro pode ser encontrado na internet, na íntegra: link
Deixo ainda o meu agradecimento ao meu amado pai; ele me presenteou com a leitura desse livro ainda na infância e tenho certeza que a minha vida não teria sido igual sem esse aprendizado, essa ótica... sou-lhe muito grata, querido pai. Teu livro está comigo, guardadinho de lembrança... como prova do doce ensinamento que me passou!
Texto revisado porCris
Avaliação: 5 | Votos: 30
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