Autoaceitação: o primeiro passo de uma longa jornada
Atualizado dia 5/31/2016 11:01:27 AM em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
No entanto, se o desejo de aceitação alheia for maior que a autoaceitação, é hora de rever alguns pontos importantes, questionando os motivos que levam a abrir mão da própria identidade.
Conforme aponta Carl Rogers, em "Tornar-se pessoa", quando aceito, o indivíduo tende a crescer, sendo que o bloqueio deste crescimento pode indicar falta de autoaceitação e essa carência pode levar o indivíduo ao comodismo, à alienação ou ao processo de vitimação. Sob o aspecto interdimensional da natureza humana, muitos indivíduos apresentam a dificuldade de aceitar-se porque esta característica encontra-se inserida no modelo emocional-comportamental que trazem de vidas passadas. E o traço de acomodação observado como mecanismo de defesa, pode fazer com que o agente de sua própria história, sinta-se cada vez mais alienado do contexto social e vítima das circunstâncias da vida.
Por outro lado, além do viés psicológico, a não aceitação de si mesmo tem o seu viés sociológico inserido no âmbito das relações interpessoais de uma sociedade. E a segregação, o preconceito e a indiferença, são as principais causas do sentimento de rejeição que encontramos em algumas pessoas.
Sob o prisma espiritual, o significado de aceitação transcende o ego, à medida que suas causas e efeitos vão além da explicação meramente científica, como veremos a seguir nas mensagens psicografadas pelos médiuns Chico Xavier e Francisco do Espírito Santo Neto.
"Antes de recolher-nos ao berço terrestre, na Vida Maior, escolhemos ou somos induzidos a escolher o tipo de experiências das quais temos necessidade para nos melhorarmos ou nos promovermos a planos mais elevados". (Emmanuel).
"Aceitar não quer dizer aplaudir e fazer o mesmo, mas compreender que cada um de nós tem e faz o que pode, que cada indivíduo está num determinado grau de evolução. Portanto, aceita o próximo como ele é. Tu, porém, aceita, mas trabalha em favor do teu adiantamento espiritual e autoconhecimento, e assim serás mais feliz, livre de amargores e sentimentos que te aprisionam a vida interior. Portanto, aceita-te como és, aceita teu próximo e faze sempre o teu melhor. Com isso, alcançaras vitória sobre teus conflitos existenciais e encontrarás o devido valor para as coisas da vida" (Hammed).
Portanto, a atitude de aceitação é o segundo passo para uma pessoa -que traz consigo um histórico de não aceitação- sentir-se acolhida em seu novo ambiente de convivência. A falta de aceitação e acolhimento é a ferida aberta de uma sociedade. Nesta lógica, o terceiro milênio começa a pressionar corações e mentes para que sentimentos negativos, adquiridos ao longo dos últimos dois milênios, gradativamente se transformem em sentimentos de aceitação, inclusão e acolhimento de pessoas consideradas diferentes de um modelo social elaborado através de critérios que sugerem uma pseudo normalidade comportamental.
Contudo, a tendência pós-moderna da aceitação não representa garantia de aceitação social, se o indivíduo estiver bloqueado e preso ao seu padrão emocional-comportamental herdado de outras vidas, pois o sujeito ciente de suas fraquezas e limitações, mas que deseja modificar-se, passar por uma melhora íntima, buscar transformação por si e para si, agregará maior desenvolvimento e crescimento pessoal. Realidade que independe da aceitação do outrem pelo fato dele ter conquistado o seu amadurecimento emocional e a sua segurança psicológica.
O antagonismo das forças: aceitação, não aceitação e autoaceitação, representa um dos flagelos da humanidade. Realidade que tende a mudar através do sutil mecanismo da intuição, que começa a transformar mentes e corações, interferindo em condicionamentos a ponto de provocar rupturas em padrões comportamentais arraigados em culturas arcaicas, pois quando são aceitas de forma incondicional, as pessoas tendem a manifestar-se de forma mais autêntica, conseguindo desenvolver as suas potencialidades.
A autoaceitação associada à aceitação é o caminho que deverá ser percorrido pela humanidade do terceiro milênio. Estrada que levará à real situação de acolhimento provocada por uma conjunção de fatores que visam o ideal de bem comum, ou seja, a meta programada para o homem do milênio da Luz, onde o egoísmo, o ódio e o orgulho estarão em processo de erradicação de um mundo em fase de regeneração espiritual.
Nesta direção, a expansão da consciência pressiona as mentes condicionadas no preconceito em relação ao semelhante, a reverem urgentemente os seus conceitos no sentido de buscarem um novo olhar e uma nova valorização para as suas existências.
Portanto, o novo contexto mundial, que começa a ser construído no presente, passa pela necessidade de nos aceitarmos para podermos aceitar amorosamente o outro como um ser igual, mas ao mesmo tempo diferente e original, porque é na diferença que aprendemos a respeitar a nós próprios e ao outro de uma forma natural e verdadeira.
Texto revisado
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |