Autoconsciência, Crenças, Decisões e Poder Pessoal – A Escolha é Sua!
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Autor Ricardo Keller
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 5/30/2018 1:50:08 PM
Autoconsciência, Crenças, Decisões e Poder Pessoal – A Escolha é Sua!
“Sou capaz de controlar apenas aquilo de que tenho consciência. Aquilo sobre o que não estou consciente me controla. Tornar-me consciente me dá poder.”
John Whitmore, Coaching for Performance
Você sabia que nossas intenções que achamos que são conscientes, vêm todas do nosso inconsciente (que em média representa mais de 80% a 90% do nosso processo decisório ou de escolha), até nas mínimas escolhas, naquelas que achamos que temos arbítrio, na verdade não estamos arbitrando?
Indo do inconsciente para o infinito, você sabia que o universo é constituído de 70% de uma energia desconhecida, que os físicos chamam de Energia Escura, que 25% do universo é feito com uma matéria misteriosa e invisível, chamada de Matéria Escura? Sobra apenas 5% de matéria conhecida, mas 4% é matéria em estado de plasma (o 4º estado da matéria, como o fogo, raio elétrico)? Ou seja, a matéria atômica com a qual as galáxias, as estrelas, nós e as coisas são feitas constitui apenas 1% do universo?
Frente a isso resta nos perguntar o quanto realmente desconhecemos do nosso micro universo (nós) e do macro universo onde estamos inseridos num infinito e desconhecido universo de possibilidades?
Chegamos a um conflito construtivo em que quem escolhe são nossas crenças e nossos condicionamentos residentes no inconsciente num contexto em que pouco ou nada conhecemos de nós mesmos e do que nosso Universo é feito!
Compreender isso de uma forma questionadora e construtiva nos torna mais conscientes, que por sua vez, com um mindset aberto ou de crescimento, ampliamos nossa percepção sensorial, intuitiva e cognitiva, expandindo nossa consciência nos conectando com outras possibilidades e consciências mais elevadas, portanto, autoconscientes de nós neste universo de todas as possibilidades onde podemos ser um observador autoconsciente.
Fazendo uma analogia simples, nosso cérebro seria um hardware ou computador, nossa mente o software ou sistema operacional e nossa consciência o programador, o eu consciente.
Cito aqui as sábias palavras de Helio Couto sobre essa consciência universal e a nossa consciência:
“Essa consciência universal tem sua própria dinâmica. As demais consciências são expressões dela. São individuações. Cada ser individuado tem a mesma dinâmica da consciência universal. Exatamente igual. O grau de consciência e complexidade é que variam, mas a dinâmica interna é a mesma. A consciência é una em todo o universo. E cada consciência está num estado de evolução e complexidade. Por isso que uma pessoa enxerga claramente uma situação e outra não. É por isso que um técnico de futebol enxerga os erros do time e outro não. Como também a razão de o time mudar os seus resultados com a mudança de técnico. Mudou a consciência que está dirigindo e isso muda tudo. Tanto faz se é um time de futebol ou uma civilização inteira. É a mesma coisa. Se mudar a consciência, mudar o paradigma, muda-se tudo. Resolve-se tudo.” Helio Couto
Por sua vez, este Eu Consciente, que vive uma experiência humana ou como uma partícula divina se expressando onde “Deus” se automanifesta em todas as possibilidades, deve ser a autoridade perante o ego, dominá-lo, e estar no aqui e agora, o que o permite por assim dizer, ascender, se expandir e se conectar (religari) com o que chamamos de Eu Superior, Eu Sou, nossa manifestação divina, a qual é uma manifestação de uma Consciência Superior, onisciente, onipresente, ou a Fonte Primordial. Esta última seria o equivalente ao que conceituamos como Deus, guardadas as devidas proporções e erros de tradução e compreensão.
Note bem, não é uma pessoa, é uma super consciência (possivelmente várias consciências integradas) que criam universos e são o universo. Isso pode confundir um pouco com nosso conceito limitado e distorcido do que entendemos e chamamos de Deus. Longe de negá-lo, mas antes compreende-lo acima de distorções religiosas e primitivas.
Na verdade, o ser humano, precisa definir as coisas para compreender, o que por sua vez, limita. Tanto é que o ser humano, em sua maioria, compreende deus como um ser superior mas com certas qualidades e feições humanas, inclusive emoções passionais como ciúme, ira dentre outras. É um tanto irracional conceber um ser de tamanha magnitude, expressão e manifestação ser tão mesquinho a ponto de se irar e sentir ciúme, pior ainda segregar alguns como escolhidos e impor a guerra e morte aos “diferentes”. E não foi Ele quem criou todas as coisas? Paradoxal não? Daí as atrocidades feitas pelas religiões e religiosos em nome de deus...
E quantas de nossas escolhas e decisões foram e são baseadas em crenças religiosas? O quanto que foram racionais ou irracionais ou emocionais?
De fato, não podemos deixar de revelar, que muitas consciências que entendemos por “deus”, se passaram por “Deus” (entenda-se o Altíssimo ou Soberano) perante a humanidade ao longo de milhares de anos, criando os sistemas religiosos, devocionais de crenças, dogmas e doutrinas, sem falar no senso de culpa, submissão e servidão.
Este é um ponto crucial e divisor de águas, complexo de ser compreendido devido ao nosso sistema de crenças e religiosidade. Independente do que você acredita, sempre devemos respeitar a fé (não a religiosa em si, mas no que se acredita) pessoal, pois é a sua convicção, inclusive a escolha religiosa que é pessoal.
Reflita um pouco: O que é mais fácil ou cômodo, seguir um caminho ou líder, ou criar um caminho e ser um líder?
Quanto de nós abrimos mão de nossa própria responsabilidade e liderança para desbravarmos o caminho das profundezas de nosso ser (autoconhecimento) que se eterniza pelo nosso inconsciente e enfrentar nossas crenças, traumas, lembranças, nosso lado sombra, devido ao medo, comodismo e pela manipulação de massa agindo como rebanho ou ovelhinhas?
Percebe como o sistema religioso tomou poder com informações que nos foram imputadas de forma distorcida e manipulada, o que por técnicas de hipnose, sugestão, onde abrimos nossa guarda e aceitamos emocionalmente e até devocionalmente aquilo que com o tempo se tornou uma crença?
Uma crença tão forte e poderosa que se torna uma verdade absoluta que ninguém ousa questionar ou duvidar! Pronto está feito um credo, um dogma e seus seguidores.
De qualquer forma é importante atentarmos ao quanto estamos presos as tais crenças a ponto de autorgarmos nosso poder pessoal e vivermos vidas limitadas e dependentes de milagres, salvadores, resgates, enquanto deveríamos buscar cada um sua própria salvação, por assim dizer, pelo autoconhecimento, autoconsciência e espiritualização, aceitando as escolhas de cada um.
Lembrando que um grande Mestre que esteve entre nós há milhares de anos, foi muito mal compreendido quando disse “vós sois deuses e não o sabeis”! Ele nunca pregou religião alguma, isso foi criado pelos seus seguidores com suas crenças misturadas com os movimento político religiosos de onde foram criados. Sem falar na confusão das expectativas de cada povo em que naquela região e estado de consciência estava.
Isso foi uma grande quebra de paradigma e crenças religiosas, e por que não política, naquela época, o que quebraria o sistema sócio-político-religioso-econômico sustentado pelo Império Romano e Líderes religiosos Judaicos, que continuam no poder econômico religioso até os dias de hoje!
Vale a pena a leitura do livro Cérebro & Crença de Michael Shermer, onde seus estudos procuram demonstrar como desenvolvemos nossas crenças e como isso se dá no nível cerebral ou cognitivo.
Interessante compreender que nossas escolhas e decisões são de natureza inconsciente e emocional, e aí estão nossas crenças. O cérebro diz o que fazer antes mesmo que você tome, conscientemente, a decisão de fazê-lo, antes de um indivíduo gerar uma intenção, surge um surto de atividade cerebral elétrica que se denomina, na neurofisiologia, potencial evocado. É o cérebro se preparando para disparar o impulso eletroquímico e responder a um estímulo.
Antes mesmo que se decida fazer algo, o cérebro já sabe, se predispõe antes da ação. Esta intenção surge dois décimos de segundo antes do movimento começar. Antes da intenção ser gerada, a atividade eletroquímica aparece três décimos de segundo antes da intenção.
Qualquer comportamento que é reforçado tende a se repetir. O reforço é compensador para o organismo, pois está sendo produzido alguns neurotransmissores, como a dopamina, que como uma “droga” que gera a sensação de bem estar, de motivação:
COMPORTAMENTO – REFORÇO – COMPORTAMENTO
(Crenças, padronicidade, hábitos, dependência).
Dopamina – A droga das crenças.
A dopamina pode ser considerada como a droga das crenças. A dopamina produz a sensação de prazer que acompanha a realização de uma tarefa ou objetivo, o que faz o organismo querer repetir o comportamento. Esse potente neurotransmissor alimenta o centro de prazer do cérebro que está envolvido com a “euforia”, a mesma sensação derivada da cocaína e orgasmo.
Pessoas com alto níveis de dopamina (paixão, auto motivação, tesão, entusiasmo) têm maior probabilidade de encontrar sentido nas coincidências e descobrir significados e padrões onde eles não existem. Daí nascem as crenças que se transformam em verdade absolutas. É so reparar no contexto ritualístico religioso ou em shows de artistas como as pessoas se entregam emocional e devocionalmente, sem questionar.
Não temos consciência do funcionamento de nossos sistemas eletroquímicos. Apenas experimentamos a qualia, ou estados subjetivos de pensamentos e sentimentos que brotam da concatenação de eventos neurais. Construímos um sistema complexo a partir de substâncias químicas neurotransmissoras (dopamina, ocitocina, serotonina) e ligamos os inputs de um sistema de crenças. Essa ligação dos potenciais de ação neuronais com a ação humana, é feito pelo aprendizado por associação ou padronicidade, ou seja, o comportamento.
Para maiores detalhes veja:
- Cérebro & Crença – Michael Shermer
- https://www.ted.com/talks/tony_robbins_asks_why_we_do_what_we_do?language=pt-br
- https://www.youtube.com/watch?v=Cpc-t-Uwv1I
- Meta Humano – Horácio Frazão - EXPERIMENTO DO NEUROCIENTISTA MEXICANO, BENJAMIN LIBET
O Autoconhecimento é um processo de conscientização das características individuais, dos pontos fortes e fracos, de quem somos e agimos, nosso comportamento e comunicação baseadas em nossas crenças, valores, princípios, conscientes e inconscientes. Em outras palavras significa o gerenciamento de si mesmo, a inteligência emocional ou gestão das emoções, e pressupõe o confronto entre a auto percepção e percepção dos outros com relação a si.
A resposta, feeedback ou resultado que obtemos de nossas escolhas, sentimentos, pensamentos, comportamentos é diretamente proporcional a nossa forma como processamos desde uma informação, estímulo ou evento, na forma que nos comunicamos, nos expressamos e comportamos.
“Nós somos as escolhas que fazemos” Will Schutz
Recebemos milhares de informações do ambiente ou contexto em que estamos inseridos e que nos influenciam, de maneira consciente e inconsciente, incluindo nosso processamento desses estímulos por meio do nosso mindset, ou modelo de mundo que temos e criamos nossa realidade.
“Os modelos mentais consistem em imagens de como o mundo funciona e exercem influência sobre o que as pessoas fazem, pois afetam o que elas veem. Os modelos mentais não são a realidade, mas sim o que a pessoa percebe como realidade” Fleury 1995
Tudo o que percebemos no mundo exterior pela nossa percepção sensorial, cognitiva racional e intuitiva damos um significado e interpretação (criamos imagens) o que pode levar, na maioria das vezes, a uma identificação com o nosso ego, que gera resistência, apego, reação, controle, tensão, orgulho, medo, negação, autossabotagem, julgamento e defesa, conforme muito bem explicado por Horácio Frasão sem eu livro Meta Humano .
Assim, muitos de nós, na maioria das vezes, estamos reagindo instintivamente aos estímulos, circunstâncias, nos tornando vítimas das circunstâncias, e deixando de agir mediante reflexão, perdendo assim o protagonismo, ou a liderança do Eu e a autoconsciência!
Faz-se imprescindível a compreensão de que não é necessário reagir a tudo, mas antes compreender, aceitar a situação como um observador desassociado da situação, buscando as melhores respostas antes da tomada de decisão.
É um exercício ou técnica muito eficaz, de se desassociar ou de se desprojetar da situação e olhar de cima ou mais afastado, compreendendo todas as possibilidades, os porquês, as crenças, os motivos que levaram determinada pessoa a ter tal comportamento (exemplo quando levamos uma fechada no trânsito, alguém furou uma fila, nos insultou ou foi ríspido ou deselegante conosco...)
Dessa forma consciente e não passiva, saímos do nível pessoal de identificação e passamos para o nível impessoal, de aceitar e compreender algo sem o julgamento, que em muitos caso é prejulgamento e preconceito. Neste momento, quase que num salto quântico e evolutivo de consciência, estamos dissolvendo e enfraquecendo a força instintiva do ego, e portanto sendo autoconsciente.
Enquanto estivermos envolvidos emocionalmente estamos identificados e conectados no processo, não conseguindo colocar as coisas em perspectiva, permitindo ver ou perceber outras possibilidades, outras resposta ao universo.
É como se fosse um filtro inserido em nosso processo perceptivo que começa a filtrar todas as informações e estímulos, colocando em evidência tudo aquilo que se relaciona a tal situação em relação as nossas crenças, valores, princípios, estado emocional, traumas, medos, lembranças e etc...que se tornam prioridade naquele momento em que experienciamos uma realidade que está sendo percebida e portanto criada, seja verdade ou não.
Cada um de nós, criamos nossa própria realidade. Conscientes disso ou não.
Aqui demos um significado ou interpretação aquela informação e o ego se põe na frente de nossa autoconsciência para impor e garantir nossa sobrevivência que expressaremos por meio de uma comunicação e comportamento primitivos (sistema límbico ou reptiliano cerebral), reativos ou instintivos.
Some-se a isso o disparo de neurotransmissores como dopamina, geramos um processo vicioso egóico criando uma predisposição biológica: comportamento, reforço, comportamento. Ou seja, hábitos, condicionamentos, vícios. Ou se preferir, prisão psicológica e emocional. Reféns da insconsciência.
Assim é fato que o meio ambiente, o contexto, exerce influência sobre todos nós. A questão é se estamos conscientes ou inconscientes quanto a isso, para tomarmos decisões racionais e conscientes e não sermos sugestionados assim tão facilmente.
Isso nos leva a ciência da epigenética, que significa "controle sobre a genética", que modificou completamente os conceitos científicos sobre a vida e questões da hereditariedade genética (Pray, 2004; Silverman, 2004). Na última década, as pesquisas epigenéticas estabeleceram que os padrões de DNA passados por meio dos genes não são definitivos ou determinantes com relação ao nosso destino! Influências ambientais como nutrição, estresse e emoções podem influenciar os genes ainda que não causem modificações em sua estrutura e podem ser passadas para as gerações futuras da mesma maneira que o padrão de DNA é passado pela dupla espiral (Reik e Walter, 2001; Surani, 2001).
Isso explica o porque de certas crenças, cultura e comportamentos que são impregnados desde nossos ancestrais até a nossa vivência atual.
E como essa influência ambiental se dá em nosso organismo? Pela membrana celular que fazem com que o seu corpo transforme os sinais do ambiente em comportamento. Sensacional não? Leia mais sobre um experimento comparando um chip de silício com a membrana da célula no livro Biologia da Crença de Bruce H. Lipton.
Segundo esse estudo, a membrana celular tem estrutura e funções equivalentes (homólogas) às de um chip de silício (um grupo de pesquisadores da Austrália, liderado por B. A. Cornell, publicou um artigo no Nature confirmando a hipótese de Lipton de que a membrana das células é um homólogo de um chip de computador (Cornell et al., 1997)):
“Os pesquisadores isolaram a membrana de uma célula, colocaram uma pequena lâmina de ouro sob ela e preencheram o espaço entre o metal e o tecido com uma solução especial de eletrólitos. Quando os receptores da membrana foram estimulados pelo sinal que receberam, os canais se abriram e permitiram a passagem da solução. O metal serviu como transdutor ou captador elétrico, convertendo a atividade elétrica do canal em um sinal digital que pôde ser lido em uma tela.”
Isso levou à compreensão que as estruturas das células comparada aos dos microcomputadores leva-nos a concluir que elas são programáveis e que o programador está fora da célula/computador, e portanto, o comportamento biológico e a atividade genética estão dinamicamente ligados às informações do ambiente, que podem ser descarregadas (como um download) no interior da célula.
Bruce H. Lipton que tinha toda sua formação de biólogo baseada na concepção de que o núcleo era o cérebro da célula (assim como a de Copérnico, de que a Terra era o centro do universo), foi abalada no momento em que descobriu que o núcleo que contém os genes não é responsável pela programação da célula.
Os dados (informação, estímulo) são inseridos na célula (computador) por meio dos receptores da membrana, que representam o "teclado" das células que ativam as proteínas executoras, que agem como uma central de processamento de dados (CPU) da célula (computador), que por sua vez, convertem as informações do ambiente em linguagem comportamental biológica.
Não é revelador? Isso nos permite resgatar nosso poder pessoal pela autoconsciência e despertarmos para que tipo de influência (informações, estímulos) do ambiente estamos sendo afetados em termos de comportamento e resposta que escolhemos dar ao Universo!
Somos os programadores de nossas mentes e vidas. Somos observadores autoconscientes num Universo infinito de todas as possibilidades. Está satisfeito com as respostas que vem obtendo? Está satisfeitos com seus resultados?
Ser Autoconsciente é ter tal consciência, profetar além de si e perceber sob uma nova e mais ampla perspectiva quais as melhores respostas podemos escolher para influenciar o resultado que queremos ou buscamos. Eis seu Poder Pessoal!
Ricardo Keller
Consultor, Facilitador,
Coach & Terapeuta Holístico
ARQUITETURA do SER
Desenvolvimento Humano & Organizacional
Cel +55 11 9-4229-8181 / Skype: ricardo.kellersc [email protected] br.linkedin.com/in/ricardokeller/ link
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