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Ayauasca, essa desconhecida!

Atualizado dia 6/6/2006 9:46:34 PM em Autoconhecimento
por Flávio Bastos


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Recentemente, a TV Globo no seu programa dominical denominado "Fantástico", apresentou uma reportagem sobre o consumo da Ayauasca entre algumas organizações religiosas no Brasil, entre elas, a União do Vegetal (UDV) e o Santo Daime. Várias pessoas falaram ou deram seus depoimentos a respeito de suas experiências no uso do vegetal que, na verdade, é uma bebida de origem amazônica e extraída da mistura da chacrona (folha da árvore) com o mariri (um cipó).

A reportagem, ao abordar um assunto polêmico como o consumo da ayauasca, seguiu a linha jornalística clássica e ética: a da neutralidade, deixando aos telespectadores a elaboração de seus próprios pareceres a respeito. No entanto, ficou uma "lacuna no ar" que não foi preenchida pela reportagem, mas que poderia ter sido pelos responsáveis da matéria: explorar (no bom sentido, é claro!) os efeitos terapêuticos da ayauasca, ou seja, a possibilidade da bebida, ao ser ministrada em doses adequadas por profissionais da saúde mental, vir a contribuir consideravelmente no tratamento das psicopatologias, principalmente as não estruturais.

Por exemplo: o site da União do Vegetal (UDV) informa-nos que, em 1993, uma pesquisa científica denominada "Projeto Hoasca" avaliou um grupo de 15 usuários que há mais de 10 anos utilizavam regularmente o vegetal em rituais religiosos da UDV, nos aspectos saúde geral e mental. Outros 15 indivíduos que nunca haviam utilizado a bebida Ayauasca foram estudados com os mesmos métodos para efeito de comparação de resultados (grupo-controle).

A avaliação da condição geral de saúde (avaliação clínica basal) não encontrou nenhum dano em qualquer sistema do organismo respiratório, cardiovascular, renal-metabólico, neurológico e gastrointestinal entre os usuários da bebida ayauasca.

A avaliação dos aspectos da saúde mental foi abrangente. O inquérito de diagnósticos psiquiátricos CIDI avaliou a existência atual e anterior de todos os tipos de transtornos psiquiátricos, inclusive dependência de substâncias. Os resultados obtidos demonstraram a inexistência de distúrbios psiquiátricos atuais entre os usuários do vegetal, inclusive os que caracterizam "vício" (abstinência, tolerância, comportamento de abuso e perda social). A avaliação neuropsicológica demonstrou que os membros da UDV tinham maior poder de concentração e melhor resposta de memória auditiva imediata que os indivíduos do grupo controle. A análise da personalidade dos indivíduos da UDV evidenciou que estes tendiam a ser pessoas mais seguras, calmas, dispostas, alegres, emocionalmente maduras, ordeiras, persistentes e confiantes em si mesmas em relação aos indivíduos do grupo-controle.

A pesquisa indicou que os usuários regulares da bebida ayauasca apresentam um melhor nível de humor. Esse resultado, correlacionado com os achados do estudo de receptores plaquetários de serotonina aponta um possível efeito antidepressivo da bebida.

Os resultados desta pesquisa ensejaram o desenvolvimento de novas pesquisas atualmente em andamento. Porém, as pesquisas preliminares impressionam pelos resultados positivos no que diz respeito às condições gerais de saúde do grupo usuários, se comparado ao grupo de não usuários. E mais impressionante ainda, foram os resultados psiquiátricos preliminares com relação ao desaparecimento de distúrbios: "Verificaram entre os indivíduos da UDV a existência de distúrbios psiquiátricos anteriores ao ingresso na UDV: dos 15, 11 foram alcoólatras, 5 destes em carater severo; 2 apresentaram histórico de depressão e 3 de ansiedade fóbica, existindo nítida associação temporal entre o ingresso na UDV e o desaparecimento dos quadros citados."

Talvez esteja no uso medicinal adequado dessa ainda desconhecida bebida amazônica, um dos maiores mistérios a ser desvendado pela comunidade científica. A experiência piloto da UDV deu-nos o exemplo e, quem sabe, a partida para que a ciência avance no sentido da continuidade e do aprofundamento das pesquisas sobre os efeitos no uso profilático e terapêutico da ayauasca.

Psicanalista Clínico e Reencarnacionista
Capacitação em Dependência Química (extensão)
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Texto revisado por Cris

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Conteúdo desenvolvido por: Flávio Bastos   
Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia.
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