Brilhar ou ser humilde?
Autor Flávio Bastos
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 04/05/2008 22:33:36
Conforme define o Dicionário da Língua Portuguesa, o termo "brilhar" significa emitir luz, ter brilho próprio, cintilar, aparecer, manifestar-se como uma luz; sobressair-se, revelando talento ou habilidade. Já o termo "humildade", segundo a mesma fonte, significa modéstia, consciência da própria situação, caráter, simplicidade.
"Brilhe vossa luz", proclamou Jesus Cristo há mais de dois mil anos. "Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade", nos informa a partir do século XIX, o Evangelho Segundo o Espiritismo, obra básica transmitida pela espiritualidade superior a Allan Kardec.
Diante dessas informações que à primeira vista parecem ser paradoxais, nos questionamos: Como fazer brilhar a nossa luz e ao mesmo tempo cultivarmos a humildade? Uma condição não interfere na outra? O que vem primeiro e o que vem depois?
Para chegarmos à conclusões raciocinadas, a questão exige que penetremos no campo da pesquisa, inicialmente pela observância de frases de pessoas que como nós, também divagaram sobre o mesmo tema. É o que veremos a seguir.
"A pessoa orgulhosa pode aprender a ser humilde, mas terá orgulho da sua humildade", afirmou Mignon Mclaughlin.
"Pouco conhecimento faz com que as criaturas se tornem orgulhosas. Muito conhecimento, que se tornem humildes", registrou Leonardo da Vinci.
"Ser humilde é uma necessidade de aprendizado. Quando se tem atitudes humildes, consegue-se ouvir melhor as idéias, sentir os sabores. Consegue-se viver a vida com mais clareza e prazer", informou Ruben Zavallos.
E por fim: "Os gestos de amor são humildes", escreveu E. Clemente.
O espírito Hammed, pela psicografia de Francisco do espírito Santo Neto em "Os Prazeres da Alma", informa-nos que "o grande problema da vaidade humana não é apenas a preocupação com a aparência ou a paixão pelo aplauso; acima de tudo, é a substituição da "orientação interna" - oriunda da própria alma - pela "orientação externa" - a preocupação egóica pela busca de status, que leva a pessoa a tentar passar a imagem por ela idealizada de ser "extremamente" importante". E conclui: "A humildade é o contraposto da vaidade e do orgulho. O humilde demonstra sociabilidade amistosa, jovialidade espontânea e vivacidade singular, por possuir a habilidade de estar mais conectado com o seu reino interior. Ao passo que o vaidoso troca o "eu" verdadeiro por uma identidade simbiótica com o mundo exterior".
Segundo Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier em "Vinha de Luz", quando Cristo disse "Resplandeça a vossa luz", Ele quiz dizer "que todos nós somos filhos da Luz e que a missão da Luz é uniforme e insofismável, beneficia a todos sem distinção; não formula exigências para dar; afasta as sombras sem alarde; espalha alegria e revelação crescentes; semeia renovadas esperanças; esclarece, ensina, ampara e irradia-se".
COMENTÁRIO
Diante de aparente paradoxo ou dilema, creio que uma condição não interfirará na outra desde que tenhamos consciência do que seja fazer brilhar a nossa luz interior, porque é somente com os "olhos de ver" que alcançamos o discernimento necessário para perceber que o brilho que irradiamos encontra-se na razão direta da nossa humildade.
Nascemos para brilhar, com relação a isso não resta-nos a menor dúvida. No entanto, como registrou Hammed, desde que a luminosidade do "eu" verdadeiro não seja trocada por uma identidade simbiótica com o mundo exterior. Porque, se isso ocorrer, corremos o risco de ingressar no minado campo do "estrelismo" de fugaz luminosidade.
O nosso desafio é saber que precisamos brilhar, mas que esse brilho não nos provoque "cegueira" e, acima de tudo, sirva de estrela guia para outras pessoas. Com essa atitude perante a vida, estaremos compreendendo que os ensinamentos e os exemplos deixados por Jesus resumem-se na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. A partir de então, sentiremo-nos esclarecidos e não teremos mais dúvidas entre fazer brilhar a nossa luz ou sermos humildes.
Psicanalista Clínico e Interdimensional.
flaviobastos
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
