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Cada um com seus problemas

Atualizado dia 13/11/2008 13:10:32 em Autoconhecimento
por Maria Silvia Orlovas


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Na primeira vez em que ouvi alguém falar “cada um com seus problemas”, confesso que achei o termo muito agressivo. Como sou uma pessoa muito preocupada com o bem estar dos outros e sempre disponível para ajudar, não poderia achar correto alguém se fixar em si mesmo deixando o resto do mundo de lado. E ainda carregada com minha forma altruísta de ver a vida, achei a pessoa egoísta e autocentrada. Porém, com o passar do tempo observando as atitudes das pessoas e as minhas próprias fui entendendo o lado positivo desse pensamento.

Claro que no caminho espiritual aprendemos que devemos nos abrir ao amor, estender as mãos para as pessoas, ajudar o próximo, cuidar daqueles que estão à nossa volta, mas ainda assim precisamos saber o limite de nossas ações. Porque ajudar sem ser chamado, rapidamente nos transforma de bonzinhos em intrometidos. Saímos da sintonia de pessoas bem intencionadas e assumimos um ar inconveniente.

Precisamos saber dos nossos limites e aprender a respeitar os das pessoas. Falar demais não ajuda em nada, mas manter o silêncio em momentos em que as pessoas esperam uma opinião ou atitude nossa também não é bom.

Uma atitude sábia e amorosa é dar tempo ao tempo, mas ainda assim nos mantendo presentes e solícitos. E essa atitude consciente só é possível quando temos uma boa dose de autoconhecimento. Aliás, o autoconhecimento é o mais poderoso instrumento de cura na caminhada para uma vida melhor.

Quem se conhece não fica implorando por carinho tentando agradar a todos e constantemente sofrendo com o descaso das pessoas. Porque muitas vezes pessoas carentes fazem tudo pelos outros, se humilham na tentativa de ganhar o afeto e o respeito do outro. Depois, quando a relação balança ou termina se sentem humilhados, traídos e usados. Não foram poucas as pessoas que atendi com esse tipo de reclamação. E a maioria eram pessoas boas, amorosas que estavam sofrendo, inclusive, fisicamente com dores inexplicáveis, fibromialgia, enxaquecas constantes e outros sintomas com milhares de causas possíveis, mas que no fundo nasciam junto com um estado emocional perturbado e sofrido mergulhado no rancor.

Fazer o quê senão mudar de atitudes? Parece simples, mas não é, porque são processos inconscientes. As pessoas não sabem que estão se excedendo, amando demais, compreendendo demais, ajudando a família sem respeitar seus próprios limites. Claro que algumas situações são cármicas, o que torna a relação confusa e tumultuada. Já percebi que questões cármicas muitas vezes parecem ridiculamente fáceis de resolver para alguém de fora, mas são profundamente complicadas para quem está envolvido.

Assim, fica claro que não adianta dar palpites. Lucinéia me trouxe um caso típico dessa situação simples e complexa ao mesmo tempo. Desde criança tinha um relacionamento complicado com a mãe que, muito exigente, a criticava constantemente apontando suas falhas. Já a outra irmã de temperamento muito mais belicoso que o dela combateu a mãe e sem culpas se distanciou da família. Assim, foi natural e sofrido que ela terminasse cuidando da mãe idosa, o que ela fez com muita raiva e sofrimento. Como era uma pessoa amável, ao longo do penoso percurso de cuidados com a mãe, acabou se entendendo com ela e fazendo as pazes com o destino cruel. Felizmente, a revolta se transformou em libertação, embora tenha sido um tormento para aquela mulher vencer essa provação.

Foi tudo muito difícil, pois quando ela veio me procurar depois de dez anos do ocorrido, seus olhos ainda se enchiam de lágrimas frente àquele período de sua história. Como ela vinha de uma formação espírita, queria entender o que tinha feito no passado para merecer essa dor. Expliquei que esse sentimento não estava preso ao passado, mas que continuava alimentado por ela no presente porque se nos mantemos na condição psicológica correspondente à dor, ela se manifestará muitas vezes. O que vimos em vidas passadas confirmou minhas suspeitas de que esta mulher continuava não impondo limites em seus relacionamentos, nem se permitindo existir de verdade. Todos eram mais importantes do que ela. As vidas mostraram escravidão, dor, sofrimento e renúncia.

Quando terminamos a sessão ela ainda não compreendia o que fazer, como agir em sua vida já que há muito tempo não se dava ao respeito; ela não tinha idéia de que se não se respeitasse ninguém a respeitaria. Falamos sobre mudar a atitude e assumir seus sentimentos, sua contrariedade, sua negação, enfim, era fundamental que Lucinéia saísse desse estado de ânimo e visse a vida de uma outra forma.

Encarar que cada um deve cuidar de si mesmo com sabedoria é fundamental para uma libertação porque muitas vezes a questão pode até terminar no mundo objetivo, como aconteceu com Lucinéia, quando a mãe desencarnou e ela tinha feito tudo para o bom desenlace.No entanto, a situação continuava aflitiva porque ela sofria tendo pena de si mesma e daquilo que enfrentou. A dor continuava em sua mente e, com isso, a mãe já no plano espiritual se fixava nela com sentimentos de culpa por ter feito a filha sofrer. Ambas presas a um problema que não mais existia de forma objetiva.

Trabalhei com esta moça a libertação, ensinando meditações e incentivando a leitura e abertura para uma forma descontraída de ver a vida, porque o tempo passa e quanto mais nos perdemos sofrendo, mais nos distanciamos de uma existência saudável e positiva.

Faça o que precisa ser feito e deixe de lado a autopiedade e recriminações exageradas. Se você não pode mudar o mundo, mude você mesmo...

Confira os ensinamentos e meditações curativas que Maria Silvia ensina participando de um dos seus grupos.
Venha participar do seu
Grupo de Meditação Dinâmica que acontece todas as quartas-feiras no seu espaço em São Paulo. Venha ouvir pessoalmente as canalizações.
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Conteúdo desenvolvido por: Maria Silvia Orlovas   
Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores.
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