Casar é bom, mas... e descasar?...
Atualizado dia 3/18/2007 5:25:37 PM em Autoconhecimentopor Sandra Rodrigues Garcia
Afinal, o casamento hoje não tem de seguir padrões sociais preestabelecidos, muitas vezes duas pessoas decidem morar junto e pronto. Está feito. É um tipo de casamento, não há dúvida alguma. Quando um casal decide abrir mão de sua privacidade em prol de um relacionamento que se tornou significativo, mas nem por isso deseja assinar um papel sacramentando a escolha feita, parece que a coisa fica mais leve. Certo? Mais ou menos.
Quando se trata de envolvimento afetivo, as expectativas em torno da união são praticamente as mesmas, quer se faça da maneira convencional, quer se tome um caminho mais liberal. Os sentimentos, as emoções e todo o imaginário que permeiam a relação condizem com uma disposição de entrega maior, que permite a entrada de alguém na intimidade do outro e vice-versa. E isso pode ocorrer sem nenhuma garantia do tal papel assinado. ‘Casou de papel passado? Não?’ Ah, então pode... pode o quê? Separar-se com mais leveza? A perda decorrente de uma separação sempre dói muito, machuca, fere bem dentro da alma.
Na verdade, qualquer casamento pode dar certo ou não, mesmo porque as pessoas mudam com o tempo e algumas vezes não desejam mais se manter ao lado uma da outra, mesmo que se gostem e tenham se tornado amigos. Podem considerar que a vida terá novo viço, caso tenham a oportunidade de se envolver com outros parceiros. Isso ocorre com freqüência, independentemente do tipo escolhido de união. Mas quando se banaliza a decisão como se fosse uma receitinha, um “faz-de-conta que estamos casados”, as pessoas podem tornar superficial algo que merece ser visto com mais delicadeza, ou seja, o amor que ligou uma à outra. E isso envolve nada mais nada menos que o desejo verdadeiro e arraigado na natureza humana de ser feliz ao lado do ser amado.
Há momentos em que as pessoas estão ‘treinando’ para tomar decisões importantes; isso pode ocorrer na adolescência ou até mais tarde, na fase adulta, em diferentes etapas da vida, enfim, sempre que alguém se sente inseguro para assumir uma paixão amorosa pra valer. Nesse caso, melhor refletir antes de se “casar” simplesmente. Agora, se fizer isso de qualquer modo, meio atabalhoadamente, e der certo, ora bolas! Este discurso tem de ser ignorado! Afinal, não há receitas prontas para viver o amor e cada casal tem de encontrar o seu jeito. Há pessoas que nem sequer desejam viver junto, casar então... mas podem amar muito e viver bem com alguém que compartilhe essa visão e pronto.
Mas se estiver se sentindo meio perdido em relação ao companheiro, cobrado, pressionado, melhor esperar, dar um tempo... Agir sob pressão, nesse caso, não é muito recomendável. Afinal de contas, é bom ficar, é bom namorar, é bom inventar formas alternativas de relacionamento que não impliquem assumir compromissos mais desgastantes do que se deseja em tal momento da vida. E quando o casamento pintar, que seja pra valer... “eterno enquanto dure”, como disse o poeta Vinícius de Moraes, sobre o amor... Por que não? E se tudo acabar na ‘quarta-feira’, que fique uma história com começo meio e fim, com lembranças bem guardadas em algum lugar especial da alma. O amor sempre vale a pena, mas o casamento talvez deva ser uma escolha romântica, sim, mas consciente, carinhosa, entre pessoas que o desejam realmente. E até pode dar certo, propiciando aos interessados uma vida feliz e realizada amorosamente. Com as bênçãos de Eros e quem sabe sem tantas e tão sofridas separações...
Sandra Rodrigues Garcia é psicóloga e psicoterapeuta.
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Texto revisado por: Cris
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