Centro de Astrofísica - Lua Azul
Autor Claudette Grazziotin
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 7/28/2004 4:18:28 PM
Normalmente em cada mês temos apenas uma Lua Cheia, mas por vezes têm lugar duas! As Luas cheias estão separadas por 29 dias, enquanto que a maior parte dos meses do ano tem 30 ou 31 dias, sendo assim possível que duas Luas cheias aconteçam no mesmo mês, algo que em média tem lugar a cada dois anos e meio.
Em Julho já tivemos uma Lua cheia no dia 2, e voltaremos a ver a Lua cheia no céu no próximo dia 31. A segunda Lua cheia de um mês é popularmente conhecida como Lua Azul. No entanto, a Lua não ficará verdadeiramente azul, mantendo a sua cor cinzenta habitual, o que não quer dizer que em circunstâncias muito especiais a Lua não tenha já ficado azul e até verde. Foi o que aconteceu no ano de 1883, aquando da explosão do vulcão indonésio de Krakatoa. A explosão foi comparável à de uma bomba nuclear de 100 megatoneladas. A mais de 600 quilómetros de distância as pessoas escutaram o barulho como um tiro de canhão. As cinzas do vulcão subiram até às camadas mais altas da atmosfera da Terra e a Lua ficou azul!
Algumas das nuvens de cinza eram constituídas por partículas com cerca de 1 micrómetro de diâmetro (cerca de um milionésimo de metro), ou seja, tinham a dimensão ideal para espalhar a luz vermelha, permitindo no entanto que as outras cores passem. Assim, ao passar pelas nuvens de poeira, a luz da Lua emergia azul, e em algumas ocasiões verde. Vários anos após a erupção, Luas azuis continuavam ainda a ser observadas.
Devido ao espalhamento da luz também se conseguiu ver o Sol em tons de lavanda e nuvens noctilúcias. Os ocasos eram tão avermelhados que as pessoas muitas vezes pensavam que estavam a observar incêndios e não um normal pôr-do-Sol. Outros vulcões onde ocorreram erupções menos intensas que também chegaram originar noites de Lua azul, foram, por exemplo, os casos do vulcão El Chichon no México em 1983, do Monte de Santa Helena (EUA) em 1980, e do Monte Pinatubo (Filipinas), em 1991.
A causa por detrás de uma Lua Azul é a presença, num dado momento de muitas partículas de dimensão ligeiramente superior ao comprimento de onda da luz vermelha (0.7 microns) na atmosfera e nenhum outro tipo de partículas de dimensões diferentes. Isto é raro, mas por vezes os vulcões expelem nuvens de poeiras com estas características. Partículas deste tipo podem também ser encontradas no fumo de fogos florestais.
A 23 de Setembro de 1950 vários fogos assolaram as regiões pantanosas de Alberta no Canadá. Os fumos provenientes destes incêndios foram levados pelo vento para Sul e para Este a uma velocidade superior à comum. As condições do incêndio produziram grandes quantidades de gotículas oleosas com cerca de 1 micrómetro de diâmetro capazes de espalhar a luz vermelha e amarela. A região de Ontário (Canadá) e grande parte da costa Este dos EUA foram afectadas no dia seguinte. Dois dias depois, observadores em Inglaterra conseguiram ver no céu um Sol de cor anil-violeta rodeado de fumo e, durante a noite, uma Lua azul.
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Uma Lua Cheia especial.
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2004/07/19
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