Chute o balde do passado
Atualizado dia 24/06/2007 16:48:57 em Autoconhecimentopor Flávio Bastos
A investigação do histórico de suas vidas, logo apontou que foram crianças traumatizadas por similares modelos de educação, onde a severidade e o nível de exigência perfeccionista por parte dos pais, não tolerando margem ao erro infantil, chegara às raias do exagero ou até mesmo do absurdo.
Os pais de ambos, com perfis psicológicos onde predominava o traço negativo na relação consigo e com o outro, e com histórico de crises depressivas, contribuía para que o casal se sentisse refém do passado, cujas fixações na infância eram detectadas nas sessões de análise do inconsciente.
Envolvidos em um quadro clínico cuja tendência era repetir o modelo dos pais e tornarem-se pessoas amargas e desiludidas em relação a não acreditar em suas potencialidades bloqueadas pela ação dos traumas psíquicos que na fase adulta geraram comportamentos de características depressivas, o jovem casal começou a ser desafiado pelo processo analítico a reverter essa expectativa internalizada em seus psiquismos de que a vida é um rosário de experiências sofridas e dolorosas.
Com marcantes características de quem sofreu maus tratos na infância, como a baixa auto-estima, falta de confiança em si projetada no outro e insegurança nos relacionamentos, os dois começaram a ser exigidos no sentido de reagirem buscando desafios que os confrontassem com os seus medos e inseguranças, fatores geradores de suas angústias ligadas ao pretérito.
As experiências regressivas proporcionaram-lhes perfeita sintonia com situações da infância que deixaram marcas profundas, porém, feridas passíveis de "cicatrização", uma vez que o processo de cura das nossas "chagas" somente acontece quando nos encontramos cônscios em relação à necessidade de quebra do paradigma do passado que nos mantém no ciclo vicioso dos condicionamentos mentais padronizados.
Portanto, chutar o balde do passado, sem cerimônia e com toda a força que o simbólico ato exige, significa afastar para longe aquelas influências (sintonias...) que passam pelo crivo do processo analítico e pela própria elaboração a nível de conhecimento, ou conscientização, do indivíduo.
Chutar o balde para longe, significa também adquirir a segurança psicológica para encarar os desafios do novo, da autotransformação em relação direta com as possibilidades e expectativas que a vida através de um novo olhar costuma oferecer. Simplesmente, porque no interior deste balde encontra-se o lixo do inconsciente que intoxica a alma, subvertendo o fluir saudável dos mecanismos psíquicos e espirituais que interagem com as nossas motivações vitais.
Chutar o balde do passado é o ato heróico de quem começa a libertar-se dos grilhões que o prendem ao cárcere de si mesmo, removendo os véus da dor e do sofrimento e abrindo a janela do presente para que a luz da lucidez e do discernimento, agora mais intensa, possa iluminar o restante do caminho a ser percorrido.
Psicanalista Clínico e Interdimensional
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Texto revisado por Cris
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Flavio Bastos é criador intuitivo da Psicoterapia Interdimensional (PI) e psicanalista clínico. Outros cursos: Terapia Regressiva Evolutiva (TRE), Psicoterapia Reencarnacionista e Terapia de Regressão, Capacitação em Dependência Química, Hipnose e Auto-hipnose, e Dimensão Espiritual na Psicologia e Psicoterapia. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |