CIDADES ESPIRITUAIS
Autor Christina Nunes
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 8/1/2004 6:34:07 PM
Livros espíritas que constituem as vigas mestras da doutrina, como os do iluminado espírito de André Luiz, e mesmo o Livro dos Espíritos da codificação de Allan Kardec, nos têm falado a respeito dos lugares que nos recebem no invisível após o minuto que é a vida física dentro da eternidade. Enquanto Nosso Lar é uma exposição íntegra das características da chamada cidade, ou colônia espiritual, O Livro dos Espíritos não refere as cidades propriamente, mas alude no seu livro II do Capítulo VI, com o subtítulo Mundos Transitórios, aos “mundos (...)destinados aos seres errantes, mundos que eles podem habitar temporariamente, espécie de acampamentos, de lugares em que possam repousar de erraticidades muito longas(...)”. Além, informa-nos de que “(...) os que assim se reúnem (os espíritos – grifo nosso) têm o fito de se instruírem e poder mais facilmente obterem a permissão de ir a lugares melhores, até chegarem à posição de eleitos”.
Talvez não exista na doutrina espírita, de conjunto com a revelação das atividades dos espíritos protetores e familiares junto aos reencarnados, exposição mais alentadora do que esta, que nos assegura uma paragem de repouso e instrução após a passagem de um para o outro lado da vida, onde encontraremos as nossas afeições que partiram anteriormente, e ainda muitas outras, deixadas no invisível ao reencarnarmos para cumprir por aqui a nossa etapa de aprendizado. No entanto, nunca é demais enfatizar que, infalivelmente, iremos ter àqueles lugares que se nos afinizam em termos de energia, obedecendo rigorosamente ao nosso perfil espiritual e índole. Porque no universo das energias sutis não há como se engrupir as engrenagens da vida, aparentando o que não somos, como muitas vezes acontece na materialidade, onde vigoram as impressões causadas pelas aparências, mais das vezes enganosas.
Então, o que se deduz naturalmente, é que não podemos almejar o alcance de mundos de luz e amor após a vida física, se ainda aqui não cultivamos em nós mesmos as características leves da espiritualidade mais sublimada; se nos deixamos arrastar pelas vibrações grosseiras da agressividade, da maledicência, da intolerância e da falta de caridade. Urge trabalharmos na purificação interior se nos interessa, antes de tudo, merecer um destino salutar em esferas de vida nas quais é fora de questão o nosso ingresso em setores que não se compatibilizem rigorosamente com o nosso íntimo e alcance de consciência.
Num dos meus trabalhos psicografados, Caio Fábio, meu guia espiritual de muitas vidas, e afeiçoado estimadíssimo, proporcionou-me a graça de relatar a respeito da nossa assim chamada “cidade espiritual”. Situada nas esferas invisíveis acima da Campânia italiana, de vez que muitas foram as nossas vidas juntos na antiguidade romana e através dos séculos, é chamada Elysium (de Campos Elysios, Elysium, o local para onde, segundo a crença dos antigos romanos, os eleitos seguiam após a morte), e acolhe algumas centenas de almas particularmente afins em tendências e grau de evolução, talvez portadoras igualmente de um forte vínculo com este passado da Itália, muitas das quais estagiando posteriormente nas terras brasileiras em função de afinidade de língua e de hábitos introduzidos por ocasião da colonização. E é digna de deleite a carga valiosíssima de consolo e aprendizado no relato dos padrões saneados de vida nestas cidades, onde tudo tende espontaneamente para a harmonia, para a solidariedade inestimável daqueles que lá residem e acompanham com interesse o desenvolvimento das nossas experiências na materialidade, sempre empenhados em nos assistir e, em nos estimulando a vencer nossos desafios, assegurar com maior tranqüilidade o nosso retorno bem sucedido ao nosso lugar de origem na vida mais verdadeira, que nos aguarda além.
Estas cidades, ou colônias espirituais, efetivamente, na proporção do seu grau de sublimação vibratória, se nos afiguram o paraíso dos nossos sonhos, mais das vezes entrevisto na terra à conta de devaneio que, em verdade, é antes lembrança fugidia do nosso verdadeiro habitat na espiritualidade. Lá não cabem as dissensões hodiernas da lide física à pretexto dos motivos mesquinhos que as ocasionam, nem a competição selvagem que grassa nos dias na matéria, motivadora de tanta discriminação e preconceito. Tais lugares não se compatibilizam com os vícios degeneradores da espécie humana; não permitem nenhuma outra linguagem que não seja a pautada estritamente dentro dos parâmetros de fraternidade, respeito e compreensão cristãs.
O conhecimento da sua existência e das suas maravilhas, para quantos ainda se acham reencarnados, deveria servir de roteiro e estrela guia a ser seguida, de vez que as sociedades que as povoam são as mesmas que eventualmente descem à crosta em missão de aperfeiçoamento próprio, da vida em si, e do orbe, em incessante trabalho de engrandecimento das diretrizes ditadas pelo amor desde os tempos do Cristo, e ainda tão mal aplicadas nos dias correntes.
A vida na Terra, indiscutivelmente, sempre há de ser o reflexo e a projeção das conquistas alcançadas por cada um de nós em termos de evolução. Os moldes de melhoria, no entanto, freqüentemente virão da matriz da vida no infinito, nossa morada permanente, o que equivale a dizer que enquanto as sombras das injustiças, da desigualdade e do sofrimento oprimirem a vida na terra, ainda nos encontraremos longe do refinamento espiritual necessário em nós mesmos, e que o trabalho de promoção deste mundo para além de paragem de provas continua, sendo vital que não descuremos de atentar à inspiração excelsa dos modelos aperfeiçoados das estâncias de habitação no infinito.
Agradeçamos à espiritualidade amiga o amparo precioso com que nunca nos falta!
Com amor,
Lucilla e Caio Fábio
Elysium
https://www.elysium.com.br
Lucilla é autora dos romances psicografados "O PRETORIANO" e "SOB O PODER DA ÁGUIA", lançados respectivamente pelas editoras MUNDO MAIOR (www.mundomaior.com.br) e LÚMEN (https://www.lumeneditorial.com.br). Leitura fácil e envolvente, de autoria espiritual de Caio Fabio Quinto, trata-se de romances espíritas discorrendo sobre as vidas passadas vividas pela médium e pelo seu mentor, na Roma Antiga, de cujos exércitos Caio foi um dos generais, narrando lances de convivência no cotidiano dos personagens, ricos de ensinamentos ilustrativos da Codificação Espírita de Kardec, das leis de causa e efeito, e do aprendizado espiritual que a todos nós envolve no decorrer do nosso trajeto evolutivo durante as reencarnações terrenas.
Os direitos autorais de O PRETORIANO estão revertidos às obras assistenciais da FUNDAÇÃO ANDRÉ LUIZ, no amparo aos deficientes.
À venda nas livrarias de todo o país ou nos sites das editoras.
Avaliação: 5 | Votos: 20
Chris Mohammed (Christina Nunes) é escritora com doze romances espiritualistas publicados. Identificada de longa data com o Sufismo, abraçou o Islam, e hoje escreve em livre criação, sem o que define com humor como as tornozeleiras eletrônicas dos compromissos da carreira de uma escritora profissional. Também é musicista nas horas vagas. E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |
