Ciência e religião
Autor Fátima Cristina Vieira Perurena
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 9/26/2006 2:31:23 PM
Ciência e Religiao
O advento da modernidade trouxe consigo um entendimento de mundo que serviu, e ainda serve, para muitos, mas já com altos índices de “dissidentes”, como parâmetro de balizamento para compreendermos desde os motivos pelos quais estamos neste planeta até as origens das desigualdades sociais, método, portanto, suficientemente elástico para explicar tamanha complexidade.
Este entendimento de mundo moderno, ou para usar uma expressão acadêmica, este paradigma excluiu de seu repertório aquilo que considerava prejudicial à busca da verdade que podia ser explicada, ou melhor dizendo, provada. E, nesse sentido, a matemática teve, e tem, um papel fundamental a desempenhar. Tudo passou a poder ser medido, esquadrinhado, provado por a mais b. Entre outras coisas, a religião enquanto forma paradigmática da idade média, foi excluída deste novo entendimento de mundo, ou desta nova epistemologia, e, com ela, a espiritualidade. Esta, representante máxima da transcendentalidade que, afinal, não pode ser medida, também não podia mais fazer parte do que ficou conhecido como paradigma cartesiano.
Assim, de um lado, colocou-se a ciência como porta voz da verdade que podia ser provada e, de outro, a religião tratando do lado espiritual humano, ambas, entretanto, com suas verdades distintas propagando suas crencas, sim, suas crencas. Há quem, equivocadamente pense, que estando a acreditar apenas no que a ciência divulga e aceita esteja isento daquilo que considera não verdade, ou seja, a fé, esquecendo-se, naturalmente, que atrás de toda crenca há fé. Desse modo, pode-se concluir que tanto uma quanto outra estao embebidas em crencas e entendimentos muito arraigados, radicais na sua ortodoxia.
O que se quer pensar, aqui, é que tanto uma ortodoxia quanto a outra não são benéficas a nós humanos, assumindo-se a nossa complexidade na sua totalidade. Tanto o conhecimento racional (sem entrar no mérito deste conceito) quanto o entendimento espiritual são extremamente importantes e fundamentais para o nosso auto-conhecimento. Definitivamente o que as novas epistemologias estao mostrando é que não somos caixas estanques, departamentos estandartizados – de um lado, por exemplo, a medicina, de outro a religiao. Entre esta e aquela há tantos fenômenos quanto a distancia entre o céu e a terra. Onde termina uma crenca e comeca a outra?
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