Como abrir mão de um amor? - Parte 1
Atualizado dia 25/08/2006 12:07:18 em Autoconhecimentopor Maria Silvia Orlovas
Perguntei olhando fixamente para minha cliente que sem conseguir disfarçar derramava pesadas lágrimas a minha frente.
“Sim, Maria Silvia, quero abrir mão deste amor porque desde que conheci o Michel a única coisa que faço é sofrer. Amo demais esse cara, mas não conseguimos nos entender. Já me afastei dele mil vezes e continuo voltando porque não consigo resistir.
Já fiquei longe dele até quatro meses, mas quando ouço a voz dele no telefone, tudo vai por água abaixo e volto correndo para os braços dele e mais uma vez de nada adiantou o sacrifício”. Continuava falando sem parar minha cliente.
Fiquei ouvindo o desabafo dela pensando em como poderia ajudá-la a viver melhor e enfrentar uma situação assim tão difícil. Sim porque não há nada mais difícil do que amar e sofrer por amor.
Pensei nesse momento: por que sofrer tanto assim?
Por que o coração tem que doer tanto até nos fazer pensar em abrir mão do amor?
Amigo leitor, como mulher, posso dizer que quando amamos misturamos muitos sentimentos dentro de nós. Uma hora amamos querendo receber apoio, colo, aceitação, mas se o outro precisa de nós, mudamos o foco e amamos entendendo, carregando nossos parceiros no colo, feito velhas matronas.
Amamos tanto que vamos perdoando, explicando para nós mesmas o inexplicável.
Posso dizer isso porque graças a Deus já sofri mais de uma vez por amor e por isso mesmo sabia perfeitamente bem a dimensão do sofrimento da minha cliente que vamos chamar de Raquel.
Ela, uma loira bem cuidada, com pele de criança, mas não era assim tão menina; contou-me que já tinha uma filha do seu primeiro casamento e que Michel não era o seu primeiro namorado depois da separação.
Como ela explicou, ele surgiu num momento bom de sua vida quando ela já imaginava que poderia tranqüilamente enfrentar um sábado à tarde, sozinha no cinema.
Eles se conheceram no trabalho quando ela participava de uma feira acreditando que sua carreira finalmente daria certo organizando eventos.
“Quando eu o vi foi paixão à primeira vista, minhas pernas ficaram frouxas e meu coração disparou. Tive certeza que se tratava de alguém de Vidas Passadas”. Disse ela com brilho nos olhos.
“Logo começamos a conversar e não nos largamos mais nos dias que se seguiram. Acho que nunca trabalhei tão feliz e nem nunca acreditei tanto nas coisas boas da vida e em mim mesma. Michel fez-me sentir a mulher mais linda e sensual do planeta. Naqueles dias, só queria que o tempo passasse rápido para ter certeza que ficaria com ele a vida inteira. Ao mesmo tempo queria que os dias não terminassem nunca para poder ver por mais tempo aquele homem na minha frente. Quando fomos para cama nem pensei se ele era livre ou não.
Na verdade, queria acreditar que ele estava totalmente disponível. Só posso dizer que foram os dias - corrijo, meses - mais loucos da minha vida. Acordava pensando nele, dormia pensando nele. Nada era mais importante do que o tempo que falava com ele no telefone ou por e-mail”... Declarava Raquel com lágrimas furtivas.
“Eu queria acreditar que o homem da minha vida estava comigo. Tudo que já havia lido antes sobre amor, de repente fez sentido: alma gêmea, horóscopo. Claro que desde que me apontasse a felicidade nesse amor como final feliz da minha história...
Porém, os meses foram passando e ele foi de leve recusando convites para o final de semana, sempre com desculpas esfarrapadas, enquanto eu tentava me manter longe de qualquer coisa que me trouxesse à realidade, pois tudo apontava para um homem casado”. Completou ela, soluçando.
Enquanto ela falava sem parar, decidi ouvi-la por que o desabafo faria bem a ela.
“Mas ele é casado... E eu não quero isso para minha vida. Sofro demais. Não nasci para ser a outra. Não agüento mais as desculpas, não suporto mais viver sem ele, e pensar: por que não posso ser a esposa??? Por que tenho que ser a outra?
Sofro o tempo todo, da hora que acordo à hora que vou dormir. Já faz mais de um ano e isso está acabando comigo. Por isso procurei você”. Disse ela secando as lágrimas e tentando se recompor...
Neste momento, aproveitei a pausa para explicar melhor o que esperar da nossa sessão de Vidas Passadas. Deixei claro para ela que não podemos direcionar a sessão. Em geral, as explicações importantes de vidas passadas logo aparecem, mas às vezes por mais que desejemos entender melhor as questões que nos afligem, ainda não estamos preparados para isso.
“Querida, abrir mão de um amor não é uma tarefa fácil...” Ponderei para aquela moça.
Sempre explico que as pessoas importantes que conhecemos nessa vida costumam ser reencontros de vidas passadas, mas isso não é garantia de felicidade. Cada um tem uma parcela muito importante de ensinamentos em nossa vida, mas mesmo o amor é algo que requer um certo esforço, escolhas e adaptação.
Tentando aliviar a pressão que Raquel sentia em seu coração, falei de forma franca, olhando nos olhos dela... Ela poderia ser a mulher desse homem, caso ele tomasse a atitude correta que seria arrumar a própria vida e assumir seus sentimentos. “Mas se ele não quiser agir assim, o que fazer?” Completei perguntando.
Assim quando Raquel se deitou no relaxamento, estava menos ansiosa. Ela sabia que já tinham vivido uma história, juntos, no passado, mas o presente dependia de atitudes e escolhas que só seriam possíveis no momento atual...
Parte 2
Texto revisado por: Cris
Avaliação: 5 | Votos: 1533
Maria Silvia Orlovas é uma forte sensitiva que possui um dom muito especial de ver as vidas passadas das pessoas à sua volta e receber orientações dos seus mentores. Me acompanhe no Twitter e Visite meu blog E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |