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"Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas" Mateus 19:14

Penso que quando Jesus se referiu às crianças nesta passagem bíblica, ele se referiu à inocência, à pureza de coração, à capacidade de amar sem descriminação, sem rótulo ou preconceito, se referiu também à plenitude do estado de presença que a criança naturalmente está envolvida sem pensamentos invasivos de preocupações e ansiedade por aquilo que ainda está por vir ou sentimentos saudosos por um passado que não volta mais.

Pare você mesmo e apenas observe uma criança brincando. O que ela faz? Fica completamente focada na atividade que está envolvida, pode estar brincando com uma pedrinha no chão ou com um brinquedo sofisticado, não há diferença ela está entregue a sua ação de corpo e alma. Está completamente focada em ser feliz.

Outro dia eu estava na fila do Banco e observava o comportamento de uma criança naquele mundo adulto carrancudo e frio. Olhei para o semblante das pessoas e todas estavam com olhares vagos, feições tensas, imersas em uma seriedade e rigidez sem tamanho. Em meio a elas estava uma criança de mais ou menos 3 ou 4 anos de idade e que não se conformava em ficar estática ali na fila, corria de um lado para o outro com um sorriso de sapequice estampado no rosto. A mãe impaciente chamava-lhe a atenção e segurava-lhe a mão numa tentativa vã de contê-la. Tanto insistiu que ela ficou paradinha ao lado da mãe, mas o seu universo mágico continuou presente, brincava com as mãos, cantarolava, explorava detalhes da bolsa da mãe... Passados alguns minutos, a mãe se distraiu conversando com outra pessoa, a criança com um olhar sorrateiro, percorreu visualmente o ambiente  para descobrir uma nova aventura e lá estava, do outro lado da sala um banquinho giratório encostado na parede. Correu até lá e escalou o banco até conseguir sentar e ficar rodopiando de um lado para o outro com a cara de quem havia encontrado o paraíso...

Com o passar do tempo essa criança vai gradualmente assimilar as convenções do mundo adulto, é preciso que o faça, pois é a condição básica fazer parte do mundo “crescido”. Mas foi a essa criança linda, encantada com a vida a quem Jesus Cristo se referiu e que está presente em cada um de nós. Quando crescemos não perdemos a beleza dessa pureza, ela continua aí guardadinha em um canto secreto dentro do nosso coração. Como sabemos? Basta propor uma brincadeira aos adultos para percebermos claramente as suas crianças saltitando para fora do corpo. Precisamos apenas nutri-la, dedicar alguns minutos do nosso dia a ela e mergulharmos de cabeça na brincadeira, na música, na dança, na gaiatice... Quem tem uma criança por perto fica bem mais simples fazer isto, basta entregar-se ao deleite com elas. Rir sem motivo da piada mais boba do mundo, lambuzar-se de sorvete e lamber os dedos, despentear os cabelos numa brincadeira divertida, observar os bichinhos do jardim...

Quanto mais espaço criarmos para nossas crianças internas, para a pureza, para a simplicidade, para a plenitude do estado de presença, para alegria sem convenções, para o riso largo, para aceitação das coisas do jeito que são... Esse é o verdadeiro sentido do amor incondicional, só assim estaremos mais próximos do reino dos céus que começa aqui e agora mesmo!

Feliz dia das crianças!
 
   

 Autora: Andréa Wolney.
 

Pedagogia Quântica <[email protected]>

 
 
 
   
 
 
 
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