Como enxergar o óbvio?
Atualizado dia 6/18/2023 9:40:33 PM em Autoconhecimentopor Paulo Tavarez
Alguém poderia argumentar que, ao pensar dessa maneira, todos os problemas estariam resolvidos e poucos se interessariam pelo conhecimento dos fenômenos que envolvem a condição humana. Então, como poderiam se libertar das convicções arraigadas para adotar um discurso tão simplista? Acreditar nessa ideia poderia até ser perigoso, pois implicaria na resolução dos mistérios da existência. A verdade não pode ser algo tão óbvio assim, afinal, se o ser humano descobrisse que ele mesmo é o Deus que procura, toda essa busca se tornaria desnecessária, e ninguém deseja sentir-se tolo.
Por essa razão, as pessoas preferem aprofundar-se em complicações, buscando fora o que já possuem dentro de si, e assim optam por disciplinas complexas e rituais infrutíferos. Dessa forma, direcionam seu olhar curioso para o estudo de chakras, canais energéticos, nadis, energias e uma infinidade de conceitos da nova era. Para a grande maioria, a vida deve ser submetida a um escrutínio minucioso e continuamente investigada. Qualquer discurso que possa simplificar ou apresentar atalhos seria prontamente desacreditado.
É lamentável perceber que esse pensamento resistente oferece o terreno fértil para o desenvolvimento de um vasto universo de novidades, onde constantemente surgem soluções mágicas para as aspirações humanas. Quem poderia supor que não é necessário fazer tudo isso para alcançar a realização? Como poderíamos conceber que só precisamos ser quem somos?
É evidente que manifestar o que somos implica em desvincular-nos do que não somos, e aí reside o problema. Como poderíamos abandonar a identificação com essa vida ilusória quando estamos profundamente envolvidos em suas mentiras? Como nos libertaremos de um personagem que estamos tentando encarnar com tanto sofrimento, se temos tanto apego a ele? Como controlar os desejos e necessidades que são verdadeiros motores nas batalhas de nossa existência, se a vida é permeada de desejos?
É verdade, querido amigo, aquele que buscar salvar ou realizar essa vida a perderá, ou talvez se perca nessa busca, no entanto, aquele que renunciar a essa vida será salvo, encontrará a plenitude. Lembram-se dessas palavras? Foram proferidas pelo Nazareno, aquele que afirmou que somos divinos, o mesmo que disse: "Eu e o Pai somos um".
Você é o único Deus que irá conhecer, digo "irá" exatamente por saber que você ainda não se conhece, vive tateando no escuro em busca de si mesmo, tentando seguir orientações externas, doutrinas sombrias e pensamentos extravagantes. Cada vez mais sente o frio nessa busca (lembram-se da brincadeira de criança: quente e frio?), pois está se distanciando cada vez mais do objetivo. É como se o peixe estivesse dentro do oceano procurando pelo próprio oceano, afinal, o ser humano buscando Deus é como um peixe buscando a si mesmo.
A grande verdade é simples, mas temos tanta dificuldade em enxergar o óbvio. A primeira coisa a se ocultar é justamente aquilo que é mais óbvio, não aceitamos facilidades, acreditamos que toda conquista exige muita luta e sofrimento, afinal, estamos envoltos no mito do herói; para cada um de nós, a vida eterna é algo a ser alcançado.
Quanta tolice!
Caetano Veloso, em sua canção "Um Índio", brindou-nos com uma frase que merece profundas reflexões:
"E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio".
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Conteúdo desenvolvido por: Paulo Tavarez Conheça meu artigos: Terapeuta Holístico, Palestrante, Psicapômetra, Instrutor de Yoga, Pesquisador, escritor, nada disso me define. Eu sou o que Eu sou! Whatsupp (só para mensagens): 11-94074-1972 E-mail: [email protected] | Mais artigos. Saiba mais sobre você! Descubra sobre Autoconhecimento clicando aqui. |