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Como o consumismo pode afetar nossa qualidade de vida?

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Autor Pollyanna Patriota

Assunto Autoconhecimento
Atualizado em 12/23/2016 11:30:41 AM


Queridos (as) leitores (as), nesta época de festividades onde todos nós somos bombardeados com mensagens de consumo, sob todas as formas e dirigidas a todas as idades, venho convidá-los a refletir sobre como isto pode impactar em nossa qualidade de vida.

1) Utilização proveitosa do nosso tempo:

Dirigidos pelo desejo de consumir produtos e serviços que estão associados a um melhor status social, a ser bem-sucedido, feliz e descolados, na moda, etc, nos separamos do bem mais precioso que temos, nossos irmãos. Quando falo em irmãos utilizo aqui o conhecimento de fraternidade e não de consanguinidade. Muitos adiam ou até anulam a possibilidade de ter filhos e aproveitar da riqueza de vê-los crescer e desenvolver pelo fato de que muitas vezes esta decisão poderia reduzir sua capacidade de consumo material.

O trabalho é algo honroso. Dedicar-se a uma atividade laboral é algo louvável e deve ser guiada pelo desejo de ser útil, desenvolvendo nossos potenciais e obtendo remuneração adequada para tal. Tudo isso é muito abençoado. O impacto negativo na qualidade de vida ocorre quando deixamos de SER para TER. Passamos a viver no automático, sequer prestando atenção no que fazemos dia-a-dia, nas nossas escolhas e focamos somente no adquirir recursos materiais e seguimos sedentos pelo consumo, abandonando nossos sonhos mais sublimes para ganhar mais e mais, sem prestar atenção na vida que se oferece para ser vivida a cada dia e sequer a enxergamos. O limite do viver no automático hoje chega ao extremo em que as pessoas já não respiram livremente e com todo seu potencial.

Érico Veríssimo já retratava com muita precisão em sua obra “Olhai os lírios do campo” em 1938, o que tento relatar aqui:

“Estive pensando na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças, da incompreensão da nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranha-céus se não há mais almas humanas para morar neles. (...) É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria também triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar um sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso nos estiver deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu.”
 
“Se naquele instante – refletiu Eugênio – caísse na Terra um habitante de Marte, havia de ficar embasbacado ao verificar que num dia tão maravilhosamente belo e macio, de sol tão dourado, os homens em sua maioria estavam metidos em escritórios, oficinas, fábricas... e se perguntasse a qualquer um deles: ‘Homem, porque trabalhas com tanta fúria durante todas as horas de sol?’ – ouviria esta resposta singular: ‘Para ganhar a vida.’ E no entanto a vida ali estava a se oferecer toda, numa gratuidade milagrosa. Os homens viviam tão ofuscados por desejos ambiciosos que nem sequer davam por ela. Nem com todas as conquistas da inteligência tinham descoberto um meio de trabalhar menos e viver mais. Agitavam-se na terra e não se conheciam uns aos outros, não se amavam como deviam. A competição os transformava em inimigos.”
 
2) Sedentarismo:

Este mesmo consumismo nos tornou dependentes de instrumentos eletroeletrônicos que nos impedem até de levantar das cadeiras, que nos deixam aprisionados a um local, sentados. Não batemos mais a massa do bolo e do pão como nossos antepassados. Facilidades que ajudam, mas que nos deixam a cada dia mais sedentários e nos faz ter que abrir horário na agenda para frequentar um clube ou academia para gastar nossas energias retidas no dia-a-dia.

Ah, se a cada chance que nos fosse apresentada diariamente de caminhar mais um pouco, usar as escadas ao invés do elevador, sovar a massa do pão manualmente, espremer aquela fruta sem usar o espremedor elétrico, apenas alguns exemplos de como não sendo avessos à tecnologia, mas dentro do possível poderíamos ser menos sedentários e mais ativos. Se deixássemos mais o nosso smartphone descansando e conversássemos mais uns com os outros. Se nossas refeições pudessem ser acompanhadas de uma boa sessão de conversa e escuta junto as pessoas que nos são mais caras por estar conosco a maior parte do tempo.

3) Desenvolvimento de doenças psíquicas:

Se ao invés de consumirmos tanto tivéssemos dedicação em preparar o presente dos nossos filhos e amigos. Poderíamos dar um presente feito pelas nossas próprias mãos, cheios de amor e afetividade, tão ausentes em nosso mundo atual. Que presente caro! Quanto mais chiques seríamos! Quanto valor teria este presente! Mas todos estão tão ocupados e consideram mais chique o presente daquela marca famosa, ainda que seja apenas uma réplica.

Filhos estão abandonados em creches e outras instituições, com babás, quase que 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias ao ano. Ao crescerem serão empanturrados de atividades para que ao chegarem na idade adulta, mesmo que doentes, sejam “alguém na vida. Os pais não estão preocupados que sejam felizes, saudáveis, mas que TENHAM. Neste interim, cada vez mais tem crescido as taxas de doenças psíquicas e nunca tivemos uma frequência tão elevada de suicídios por parte de jovens. A depressão e a síndrome do pânico tem “aparecido” cada vez mais cedo na vida das pessoas.

4) Desenvolvimento de doenças com impacto no físico:

Ainda pensando no consumismo desenfreado, o que seriam as doenças crônico-degenerativas como a obesidade, diabetes, hipertensão, câncer, senão consequências deste mesmo consumismo? Não tenho tempo para comer. Busco refeições rápidas. Não caminho a pé, sempre de carro. Não tenho tempo para dormir.

Passamos a acreditar que necessitamos consumir tudo que nos é determinado pela mídia em todos os seus níveis. Se consumimos tais alimentos, tais bebidas, também adquirimos um certo status social, nos sentimos parte da sociedade de consumo, aquela que pode.

5) A violência:

E nos queixamos da violência, mas numa sociedade movida pelo consumo, as pessoas nascem e crescem querendo consumir de qualquer forma e a qualquer preço. Os valores morais já não valem quase nada ou nada mesmo. Ter é imperioso. Não ter é sinal de fracasso. Em busca de não fazer parte da turma dos fracassados muitos jovens e até crianças jogam fora a possiblidade de crescer e desenvolver-se para o bom, o belo e o que constitui a verdadeira riqueza nesta vida e aderem a um estilo de vida do quanto mais melhor, rendendo-se na busca de uma vida curta e de sucesso passageiro.

Este texto não pretende esgotar um tema tão complexo, mas apenas estimular a reflexão sobre alguns pontos do consumismo e seu impacto na qualidade de vida.  Poderíamos ficar horas escrevendo sobre o impacto do consumismo na desordem do universo, no caos da humanidade.

O objetivo principal aqui é gerar uma onda de redução do consumismo e convidá-los a repensar o consumo neste próximo ano que se inicia. Uma mudança que pode possibilitar uma imensa melhoria na qualidade de vida dos leitores e de seus familiares.

Que o novo ano seja mesmo um ano de mudanças boas e impactantes para todos. Que sejamos mais felizes, mais presentes na vida, menos automatizados.

Minha gratidão por sua leitura e atenção dispensadas no decorrer deste ano.


“...Mandem tocar de novo as máquinas – disse o gerente. – Não podemos ficar parados. Tempo é ouro. Ouro... Por que era que os homens não se esqueciam nunca do ouro? Ouro lhe lembrava outra palavra: sangue. Tempo também era sangue. Ouro se fazia com sangue." – Érico Veríssimo.

“Inventamos uma montanha de consumo supérfluo, e é preciso jogar fora e viver comprando e jogando fora. E o que estamos gastando é tempo de vida. Porque quando eu compro algo, ou você, não compramos com dinheiro, compramos com o tempo de vida que tivemos de gastar para ter esse dinheiro. Mas com esta diferença: a única coisa que não se pode comprar é a vida. A vida se gasta. E é miserável gastar a vida para perder liberdade”. – José Mujica.

 

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Conteúdo desenvolvido pelo Autor Pollyanna Patriota    
Diététicienne, Master of Science en Santé Maternel-infantile , PhD en Nutrition. Elle a été publié articles scientifiques, livres et chapitres de livres. Elle collabore avec certains sites internet, magazines et journaux.Conférencière avec une expérience nationale et internationale. Evénements et/ou Conférences : evidencenutri@gmail.
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