Comunicação. Expresso o que penso?

   

Autor Paulo Salvio Antolini

Comunicação - expresso o que penso?

Errata: Por falha em minha revisão do artigo Sentimentos e Emoções, publicado na semana passada, na frase abaixo, onde se lia "causado pelo desequilíbrio emocional." Leia-se  "causando o desequilíbrio emocional." A frase então fica:

"O não equilíbrio hormonal em sua dosagem no metabolismo feminino, lançando hormônios a mais ou a menos é que leva a mulher a ter alterações de humor, causando o  desequilíbrio emocional."

Ao verificar a necessidade de correção da escrita, lembrei-me de um amigo que, sempre que conversamos a respeito, cita o fato de que, além dos vários problemas existentes no processo de comunicação, há um que pesa muito: "As pessoas pensam uma coisa e dizem outra". Esse é um problema muito mais comum do que se imagina. É só observar o número de vezes que se diz ou se escuta: "Não foi isso que eu quis dizer." "Parece que falo grego, você não está me entendendo?" e outras mais.

Está faltando o cuidado de se pensar melhor no que se quer expressar. Há os que lançam um comentário como "balão de ensaio" e dependendo da reação, voltam atrás dizendo: "Desculpem-me, não me expressei bem." Mas não é desse tipo que estou falando e sim do quanto estamos tendo dificuldades de sintetizar nossos pensamentos e expressá-los com clareza e fidelidade. Muitas gírias, muitos neologismos, muitas invenções, inclusive na escrita pelo teclado de um computador, vão nos distanciando de nossa capacidade de  interpretação e análise e nosso raciocínio torna-se limitado por "formações prontas", favorecidas por uma permissividade de que "tudo vale", "então não me reprima" e vamos em frente.

Nossos hábitos de leitura, cada vez mais reduzidos na capacidade de absorção do escrito e do entendido, até porque se lê com muita pressa, não dedicando a atenção necessária para a compreensão do texto, "depois leio com mais atenção", um depois que nunca chega, vamos em frente e "passamos batido", fazem com que cada vez mais, a dificuldade de se encontrarem "palavras para expressar o que se quer" aconteça.

A indagação "o que é que você está querendo dizer com isso?" cada vez tem sido mais freqüente e carregada de tensão, pois quem ouviu, sentiu-se ofendido. Boa parte das vezes, o colocado foi realmente ofensivo, embora não fosse o que a pessoa quisesse dizer.

Vale lembrar que dedicar atenção ao que fazemos ou falamos não aumenta o tempo utilizado, apenas dá qualidade ao uso desse tempo. Costumo em treinamento gerencial, quando falamos de comunicação, pedir a um dos participantes que redija um comunicado ao grupo. Depois, passo-o a cada um para que leia e escreva o que entendeu. Por ser uma situação de "laboratório", ou seja, uma simulação do que acontece em nosso dia-a-dia, torna-se cômico os absurdos que surgem. Quem redigiu a mensagem fica surpreso e chocado com as mais distorcidas interpretações e entendimento desta.

O que fazer? Refletir mais antes de falar. Pensar no que se vai dizer. Saber que "Autêntico é aquele que pensa tudo o que diz e não o que diz tudo o que pensa!" As palavras marcam. Criam vincos que não mais se apagam. Pois então, vamos sim dar importância ao seu uso. Não precisamos ser catedráticos. Precisamos apenas tratar nossa comunicação com o carinho e respeito que ela merece, para que o retorno nos seja tanto quanto agradável.

 

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