Consciência Entrópica Nula
Autor Marcos Spagnuolo Souza
Assunto AutoconhecimentoAtualizado em 12/25/2007 11:49:17 AM
A consciência da entropia nula é a conscientização do mundo além de toda a matéria conhecida e desconhecida. O mundo entrópico está além da velocidade da luz que não segue as leis da conservação da energia, predominando energia de altíssima freqüência. Einstein admitia a existência dessas formas sutis de energia que não podem ser medidas, mas que existem. O mundo de entropia nula em si é um mundo destituído de matéria é um mundo vazio e esse vazio é pleno de energias não físicas. A única verdade e realidade é a existência do vazio ou mundo de energias não físicas. Esse vazio é de âmbito misterioso, não existindo nada nele, ele nada possui, no entanto, o nada é o tudo e a escuridão é luz. A palavra grega para o grande vazio é Kaos (grande vazio ou grande plenitude), sendo a origem do universo. Encontramos o vazio no mundo subatômico quando analisamos a constituição do átomo e vemos que ele é um vazio que contém subpartículas. Entre as subpartículas atômicas vamos encontrar o vazio, assim sendo, o grande vazio está em nosso próprio interior, está em todos os lugares ao mesmo tempo. (HAWKING, 2005)
O vazio não possui existência independente, mas, depende de alguma coisa. Atua no vazio quântico uma consciência cósmica criando as suas infinitas possibilidades. O vazio é o silêncio onde a Palavra do Oculto vibra e mantém o Universo ilusório. Einstein acreditava que os eventos quânticos não eram puramente aleatórios, mas que as partículas surgiriam em determinados locais devido à razão oculta. (GOSWAMI, 2007)
O universo de entropia nula não existe tempo e espaço, assim sendo, está em todos os lugares ao mesmo tempo, torna-se onipresente.
O mundo da entropia nula é salientado nas mais antigas tradições religiosas. Na literatura vedanta na Índia, a palavra sânscrita “nama” é usada para denotar arquétipos transcendentes e, “rupa”, sua forma imanente. Para além de “nama” e “rupa” brilha a luz de “Bhahman”, a consciência universal. Na filosofia budista, o reino material e o reino das idéias são chamados de “Nirmanakaya” e “Sambhogakaya”, respectivamente, mas, acima deles, há a luz da consciência única, “Dharmakaya”, que ilumina a ambos. No mundo cristão, o nome do reino transcendente é céu e do reino imanente é terra. Além dos reinos do céu e da terra, há a Divindade, o Rei dos reinos. (GOSWAMI, 2007)
“O que aconteceu a seguir foi uma tremenda expansão da consciência. Eu estava no espaço interestelar, observando galáxias após galáxias sendo criadas bem na frente de meus olhos. Eu senti que estava me movendo mais rápido do que a luz. Havia galáxias passando por mim, uma após a outra. Eu estava me aproximando de uma explosão de energia central de onde tudo no universo parecia se originar. Era a fonte de tudo que havia sido criado. Conforme eu chegava mais perto dessa área, sentia o calor incandescente que emanava dela. Era uma fornalha gigantesca, a fornalha do universo. Conforme chequei mais perto, senti que minha identidade estava mudando: eu ia deixando de ser uma manifestação dessa energia para me tornar a energia em si. Parecia que momentaneamente eu havia entrado no próprio cerne de uma sensação do Poder Infinito. Entendi subitamente o princípio subjacente à organização do cosmo. Era a Consciência Universal atuando numa série infinita de dramas, na forma em que podemos ver representadas no palco de um teatro ou nos filmes”.(GROF, 1997, p. 144)
“A ilusão da matéria, espaço e tempo, bem como um número infinito de outras formas e níveis de realidade, foram completamente transcendidos e reduzidos a este único princípio misterioso. A comunicação verbal e a estrutura simbólica de nossa linguagem são ridiculamente inadequadas para capturá-la e comunicar suas qualidades. Nosso mundo fenomenal e tudo o que vivenciamos nos estados comuns de consciência dissolvem-se na luz dessa percepção suprema como se fossem aspectos limitados, ilusórios e idiossincráticos desta Realidade única. Este princípio está claramente além de qualquer compreensão racional, mas mesmo uma curta exposição experencial a ele satisfaz a todos os anseios intelectuais e filosóficos do indivíduo”. (GROF, 1997, p. 144)
“A experiência com o vazio é a identificação vivencial com o Nada, o Silêncio Primordial, que parecem ser a origem final de toda a existência. Embora seja a fonte de tudo, não pode ser derivado de nada; é o Supremo não-criado e inefável. O vazio está além do tempo e do espaço, além de qualquer forma, e além de polaridades, como luz e escuridão, bem e mal, estabilidade e movimento. Este vazio, portanto, num certo sentido, está grávido com toda a existência, pois contém tudo em forma potencial. A experiência do Vazio também transcende nossos conceitos comuns de causalidade. As pessoas que tiveram esta experiência aceitam como auto-evidente o fato de que diversas formas de mundos fenomenais podem emergir para a existência, a partir desse vazio, sem nenhuma causa óbvia. A possibilidade de algo que se origina do nada, ou de que algo desapareça sem deixar traços, não parece absurda. O Vazio é um vazio “grávido” de formas, e as muitas formas nos diversos níveis da existência são essencialmente vazias”. (GROF, 1997, p. 147)
As matrizes e níveis de consciência nos mostram que não podemos ficar presos apenas ao nível hilotrópico em decorrência das inúmeras possibilidades de conscientização. No próximo artigo discutiremos sobre consciência perceptiva e inconsciente; congelamento em uma possibilidade e quebra do congelamento da consciência.
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